domingo, 3 de agosto de 2014

O Nosso Universo Umbandista- Por André Cozta



No nosso Universo Umbandista, convivemos cotidianamente com manifestações divinas, naturais e espirituais.
É neste universo que nos conectamos com o divino, por intermédio dos manifestadores dos Mistérios Maiores (os Orixás Sagrados), sejam eles espíritos humanos atuantes nas linhas de trabalhos (de direita ou de esquerda) ou, até mesmo, espíritos naturais ou encantados, também manifestadores dos Mistérios Maiores. Além, é claro, dos seres divinos manifestadores dos Orixás.
Adentrar um templo umbandista, assistir ou participar ativamente de um trabalho espiritual, de uma engira, é simples.
Não tão simples assim é absorver no íntimo o nosso universo umbandista.
Digo isso, por que, infelizmente, ainda podemos perceber em alguns umbandistas certa resistência às manifestações que ocorrem nos trabalhos, fruto da falta de uma base sólida de conhecimento, o que acarreta na manifestação de preconceitos calcados em mitos criados por pessoas que pouco sabem acerca da lógica da manifestação natural da Fé.
Manifestação natural da fé que é milenar e se reproduz, na atualidade, aqui no Brasil, entre outras religiões, na Umbanda.
E o que é a manifestação natural da Fé? Ora, é a simples manifestação de Deus, Seus Poderes e Mistérios, a partir da Natureza, seus elementos, fenômenos e Divindades.
Então, podemos concluir que num simples galho de arruda há uma manifestação divina? Na chama de uma vela e num copo d’água também?
Sim, nestes elementos citados e em tantos outros mais.
Por que não somos mentalistas, abstracionistas. A manifestação divina se dá, para nós, a partir do que é concreto, ou seja, da Natureza Mãe.
Tudo isso é perfeitamente compreensível, até que barremos no velho preconceito manifestado por muitos que se sentem incomodados com a forma de cultuar o que é divino por nós, os umbandistas.
Pois bem, então, após esta dissertação, meu recado vai para os umbandistas. Pretendo provocar uma breve, porém, profunda reflexão.
Quando adentrarmos um Templo de Umbanda, devemos fazê-lo com reverência, amor, fé, devoção, afinal, estamos entrando na Casa de Olorum, nosso Pai.
Tendo dado este primeiro passo, precisamos compreender tudo o que compõe aquele espaço e também o ritual que se iniciará. E quando falo tudo, é tudo mesmo, desde um incenso, passando pelo defumador, elementos usados pelos guias, imagens e tudo o mais que possa fazer parte da ritualística. Ritualística esta que não é fetichismo, misticismo ou qualquer outra definição maliciosa que se possa dar, é, em si, a manifestação da nossa fé.
Mas, tenho, por um acaso, enquanto umbandista, vergonha de manifestar a minha fé?
Então, respondo o que penso: se eu ainda sinto vergonha de me dizer umbandista aos quatro ventos, se questiono as manifestações, baseando estes meus questionamentos em pré-conceitos advindos de adeptos de outras doutrinas (de onde, em alguns casos, muitos de nós viemos), eu não sou de fato um umbandista.
Se, ainda questiono acender uma vela de anjo de guarda em minha casa, ou de firmar elementos para meus guias, a fim de que possam se servir do axé destes para trabalharem em meu benefício, eu não sou de fato um umbandista.
Com todo o respeito que devo à todas as formas de se pensar a Fé (por que todas são legítimas), coloco aqui, encerrando esta reflexão: somos umbandistas e nosso Universo é Natural.
Prossigamos cultuando e reverenciando o que é Divino a partir da Natureza, pois, o terreiro é uma extensão dos campos de forças naturais e este é e sempre será “O Nosso Universo Umbandista”.

quarta-feira, 23 de julho de 2014

Vamos Vestir o Macacão- Por André Cozta


A Umbanda é uma escola evolutiva. E como tal, nos ensina que  somos trabalhadores de Olorum, em sua Obra, que é a Criação manifestada.
Como trabalhadores devemos nos portar e dessa condição conscientizarmo-nos.
Operários que somos, devemos internalizar em nossos íntimos que temos uma labuta diária na construção desta escola que visa cristalizar em meio à humanidade ensinamentos acerca da Criação. Ensinamentos estes que sempre trarão algum ponto que nos tocará e nos fará compreender que nada somos sem Ele, nada somos sozinhos, mas tudo somos quando entrelaçamos nossos braços e formamos o Todo em harmonia.
O Todo é Olorum, nosso Criador.
 Imagine, por exemplo, se suas células resolvessem apartar-se, seguindo individualmente seus processos evolutivos. O todo daquele corpo material, que foi um dia você, deixaria de existir. E as células, solitárias, não conseguiriam produzir ou reproduzir o que o corpo que um dia foi você outrora conseguira.
Então, podemos agora chegar a conclusão de que Olorum, primeiramente, assim como os Sagrados Orixás, os Mestres da Luz e nossos Guias Espirituais, pensaram, formataram e estão executando, uma via de evolução que nos mostra que somente o Conhecimento liberta. E este conhecimento que a tantos incomoda, passa, inevitavelmente, pelo autoconhecimento.
Assim nos têm passado os Mestres. Você pode devorar livros tentando decifrar a Umbanda (e, graças à Deus, hoje em dia, já há alguns enviados pelos mestres dirigentes dessa maravilhosa escola evolutiva), mas só absorverá os conhecimentos científicos, filosóficos, magísticos e religiosos que formam a nossa amada religião, se já tiver buscado estudar a sua enciclopédia íntima, ou seja, se já tiver buscado ou estiver buscando o autoconhecimento.
Autoconhecimento este que condiz em buscar Deus, inicialmente, onde Ele está, em seu próprio interior.
A caminhada rumo ao íntimo nos faz perceber que muito do que está do lado de fora é instrumento alimentador da ilusão. 
E é justamente a ilusão, o mais competente instrumento dos agentes impeditivos da Evolução de cada um e do Todo. Isto nos foi dito, outrora, por um Mestre da Luz.
Com uma dose razoável de autoconhecimento, então, o operário de Umbanda poderá voltar aos livros e receber deles os ensinamentos necessários.
O autoconhecimento faz com que nos dispamos do terno da arrogância (que nos leva a passos largos à ignorância) e vistamos o macacão da humildade.
Esta roupa nos dará a medida certa para o trabalho na Umbanda.
Em detrimento deste terno que nos limita os movimentos e nos faz empinar o nariz, troquemo-lo pelo confortável macacão.
 Assumamo-nos como operários (sacerdotes, médiuns, cambonos) e trabalhemos juntos.
O macacão nos conduzirá pela trilha da humildade. Trilha esta que nos mostrará que todo aquele que, dentro da Umbanda, trabalhar em prol da Fé com Amor, estará correto, à sua forma. E, se de algum modo, buscar o Conhecimento,  poderá trilhar a passos largos na busca do saber evolutivo, por que, com Equilíbrio, Ordenação, Decantará tudo o que atrapalha sua jornada e seu trabalho, Transmutará, Criando e Gerando, a partir de então, uma filial forte, cristalizada e bem estabelecida desta maravilhosa escola evolutiva: a Umbanda.

Vamos vestir o macacão da humildade? 

terça-feira, 15 de abril de 2014

Mensagem de Uma Vozinha Singela

Onde se escondeu o amor, a compreensão, o companheirismo, a paciência, a piedade, a fidelidade, a luz da vida que brilhava no intimo de cada ser? Por qual motivo tudo foi restringido e substituído pelo ódio, pela ignorância, pela inveja, pela impaciência, a crueldade, interesses; e a escuridão se sobressaiu à luz?

Por qual motivo, Oh Deus, a sua Luz está diminuindo dentro de parte de sua criação?
Por honra e glória, dai força, oh Criador das Criaturas, para que o resquício de luz seja fortificado e ampliado no íntimo de quem luta para que consiga iluminar aqueles que,por ignorância, caíram no negativismo existente em sua dualidade.

Iluminai e ampliai a visão de quem tem olhos para ver, onde se escondeu o positivismo belo e magnifico existente em seus semelhantes, para que o mundo, a natureza, vibre em prol de um bem maior para a Criação Divina. Que os irmãos que servem a Criação e o Criador consigam ter forças e sensibilidade para sentir a existência da centelha divina que sustenta os seres, e que pela Lei Maior e a Justiça Divina, ajudem para que a luz seja acessa e transcenda em caminho reto e vigoroso, se sobressaindo à escuridão.
Criador da grandeza universal, ajudai os filhos, parte de sua criação infinita, que vivem na dimensão terrestre, para que eles, com a sabedoria divina junto ao conhecimento que há nos Senhores Guerreiros da linha de Oxóssi, nas experiências passadas pelos Pretos-velhos, guiados também pela grande força de Mãe Nanã, junto ao amor maior e precioso que a Senhora Oxum irradia, que mãe Iemanjá ampare e gere a segurança necessária aos filhos que precisarem, que o fogo divino de Egunitá aqueça os corações de muitos, e que pelo seu poder também seja queimado e aniquilado o negativismo. Oh Criador, que a fé de seus filhos seja irradiada e alimentada, podendo se expandir para todos os campos vibratórios, magnéticos, energéticos multidimensionais e multivibracionais com a ajuda de Oxalá, e que também o seu poder possa caminhar permanentemente na presença dos grandes Guerreiros Justos e seguidores da Lei Divina, Pai Xangô e Senhor Ogum.

Persistam filhos, permaneçam em seus caminhos que pode ser árduo, mas será gratificante. Sejam fortes e benevolentes na Senda Divina do Pai Maior. Ele ouve aos clamores de quem trabalha para a benfeitoria do universo e de seus semelhantes.
Vocês serão ainda mais fortes, guiados por nós e assim serão capazes e merecedores de verem novamente a luz irradiar de dentro dos seus semelhantes, assim como serão iluminados por todas as cores e vibrações universais.
Sejam fortes, benevolentes, vigorosos e fiéis à Criação Divina.


Com grande Amor e Carinho de uma Vozinha Singela, Dona Ana.
           Mensagem psicografada pela médium Cíntia Francelina   

domingo, 26 de janeiro de 2014

Mistério Orixá: Ação Realizadora na Criação- Por André Cozta



Orixá é Vida, pulsante e realizadora dentro do Todo, que é a Criação de Olorum.
Quando defino este Mistério Divino (que nada mais são do que as Potências Manifestadoras das Qualidades D’Ele)  como ação realizadora, estou, pura e simplesmente, dizendo que tudo o que há ao nosso redor e em nós mesmos, tem a divina mão dos Sagrados Orixás.
Portanto, sem Orixá não há Vida. Sem Orixá, não há o que se possa concretizar tanto ao nosso redor como em qualquer outra realidade da Criação, ainda distante dos nossos limitados olhos.
E,  bem debaixo dos nossos olhos está a comprovação desta minha afirmação, basta que observemos a Natureza e concluiremos que os Orixás estão em tudo.
Se, estão em tudo, na composição do Todo, podemos então afirmar que o Mistério Orixá é sim ação realizadora tanto ao nosso redor quanto em nosso íntimo.
Exemplificando: quando nos sentimos em perigo, por qualquer motivo, se nos voltarmos para o íntimo, refletirá em nosso interior um alerta com relação àquela situação que vem nos incomodando. E sentimos com força algo que vai muito além da nossa intuição, algo que não vem de fora, algo que flui de dentro, do âmago. Esta é uma atuação do Mistério Orixá em nós. Ou, trocando em miúdos, atuação de um dos Sagrados Orixás (enquanto potência divina), a partir do nosso íntimo.
Poderia aqui, citar vários exemplos na Natureza (fenômenos), como comprovação da ação realizadora do Mistério Orixá na Vida. Mas, prefiro sugerir à você que até este texto chegou, que olhe para a Criação à sua volta, para a manifestação natural neste nosso amado planeta e, então, verá, em definitivo, o Mistério Orixá como ação realizadora na Criação, ação que realiza, o tempo todo, incessantemente, incansavelmente, na Vida.
Concluir que os Sagrados Orixás são realizadores, construtores e concretizadores, também nos faz concluir que assim o são para o bem da Criação e nunca para realização das nossas vaidades, mesquinharias e do nosso ego.
Por que, haverá sempre alguém que concluirá que um mistério realizador deve satisfazer suas vontades pessoais, seus desejos egoístas. E não deve ser assim nunca!
Os Divinos Orixás são os grandes realizadores da obra de Olorum. Trabalham constantemente pelo crescimento e evolução do Todo, portanto, jamais devem ser invocados com intuitos pessoais a serviço do ego inflado de quem quer que seja.
Alguém perguntará: “Não posso, então, pedir nada para os Orixás na minha vida?”
É claro que pode!
Desde que sejam pedidos justos, que venham a contribuir para a sua evolução de modo honesto, equilibrado e ordenado. Mas peça sempre para receber dentro do seu merecimento.
Por que, Olorum e os Sagrados Orixás, sabem exatamente quais são as nossas necessidades. Nós, os astutos humanos encarnados, a bem da verdade, pensamos que sabemos!
Somos crianças rebeldes que, muitas vezes, emburradas, acabam por cometer alguns deslizes. E damos trabalho desnecessário aos nossos Pais e Mães Orixás.
Pense nisso, reflita bem. E não se esqueça: Orixá é Vida, é movimento, é ação realizadora na Criação.

Saravá!!!!!!!



sábado, 21 de dezembro de 2013

A Lei, O Lixo e A Consciência- Por André Cozta



Nos últimos dias, tenho acompanhado algumas discussões acerca da “Lei do Axé”, aprovada, aqui no Rio, pelo prefeito Eduardo Paes e de autoria do vereador Átila Nunes.
É importante frisar que nós,umbandistas e cultuadores dos Orixás sob outras denominações religiosas, devemos sim encarar esta nova lei como uma vitória.
Por que, o preconceito que ronda nossos rituais por toda a sociedade brasileira, acua muitos dos praticantes dos cultos afro-brasileiros e da Umbanda, fazendo, muitas vezes, com que nos sintamos culpados.
Ocorre que (usarei o Rio de Janeiro, cidade onde vivo, como exemplo), vários eventos acontecem na orla marítima, onde aquele pedaço da cidade torna-se um verdadeiro lixão (eventos de igrejas pentecostais, inclusive). E não vejo nenhum megafone denunciando estas “barbaridades”, mas, quando se trata de um evento como a homenagem à Mãe Iemanjá, tradicional em todo o final de ano em Copacabana, ou de qualquer oferta à beira mar, flor jogada ao mar, ou, trabalho em encruzilhadas, aí sim, setores da nossa sociedade que fazem reviver pensamentos reacionários de quatro ou cinco décadas atrás, tomam força, engrandecendo-se, agigantando-se e conseguindo, muitas vezes, vitórias importantes junto a setores políticos e ao poder público.
Se, são cidadãos aqueles que seguem as filosofias religiosas apregoadas pelas igrejas cristãs, também são cidadãos, pagadores de impostos, neste país, os umbandistas, os candomblecistas, os batuqueiros, os catimbozeiros, juremeiros e tantos outros praticantes de religiões naturais (que cultuam Deus através da Natureza) tão discriminados, ainda, em pleno Século XXI.
Que todos nós façamos campanhas eloqüentes contra o ato de se jogar papel ao chão, de se produzir lixo irresponsável e de modo inconsequente pelas vias públicas das cidades do nosso país. Isto sim é lixo!
Importante que, nesta lei municipal, aqui na capital fluminense, os elementos ritualísticos usados nas oferendas e agrados à guias espirituais e Orixás, não sejam considerados lixo.
E é a partir daí que pretendo firmar minha linha de raciocínio.
Tudo o que escrevi anteriormente, é válido, e penso que você que lê este texto, comigo concorda.
Porém, muito além do amparo legal, devemos trabalhar nossa consciência coletiva enquanto praticantes de religiões naturais. Afinal, é a partir da Natureza que encontramos nossa conexão com o que é Divino.
Arriar uma oferenda à beira mar, lagoa, cachoeira, em uma mata, em campo aberto, pedreira, bambuzal, campo santo ou encruzilhada, é um ato sagrado, de reverência e respeito para com os Poderes Manifestados do nosso Pai Criador, por intermédio da Natureza Mãe.
Este é um ponto de conexão, tenho certeza, no modo de pensar de todos nós, cultuadores dos Orixás.
Se, é este um ato sagrado, de reverência e de respeito, então, nossa consciência pede que tenhamos cuidado e capricho para com o trabalho religioso (que como todo trabalho, em qualquer religião, é muito sério!) tendo todo o cuidado possível para com o que realizaremos.
Adentrar um ponto de forças natural, um sítio divino, é adentrar na casa do Pai e da Mãe. Se, você é um filhos relapso, desleixado, desligado, sujará tudo, estragará objetos e dará trabalho desnecessário aos seus Pais. Mas, se você é um filho cuidadoso, meticuloso, com capricho cuidará de tudo e adentrará à casa deles com o máximo de respeito e carinho.
Tudo isto eu escrevi, para dizer que, se temos o amparo da Lei, aqui no Rio, não considerando o material utilizado nas oferendas como lixo, então, nossa responsabilidade, a partir de agora, aumenta em cem por cento.
Sabe por quê?
Exatamente, por que a Lei já determinou que não é lixo. E não seremos nós que o transformaremos nisso, ok?
Teremos, a partir de agora, cuidados redobrados. Arriaremos nossas oferendas, ofertas, agrados, trabalhos e, amparados por nossos orientadores espirituais que, invariavelmente nos acompanham nestes momentos, saberemos o tempo necessário para que o “axé” seja retirado dos elementos e nós possamos, com o mesmo amor, reverência e respeito que arriamos, recolher todo o material, encaminhando-o a um ponto de coleta de lixo.
Isto sim, caríssimos irmãos e irmãs, é cultuar o Divino através da Natureza, com consciência, ecológica e de equilíbrio.
Portanto, já sabemos que nosso ato de cultuar ou praticar nossa fé (sempre soubemos) não se faz com lixo. O município (ao menos aqui no Rio), também já sabe. Então, coloquemos em ação nossa consciência, de quem ama a Natureza e ama a Deus, tratando seus sítios naturais com amor;
Um abraço fraterno à todos!

segunda-feira, 16 de dezembro de 2013

Servir aos Orixás- Por André Cozta


Em nossa incansável trilha evolutiva, invariavelmente, nos deparamos com situações que nos colocam de frente para o lado divino da Criação.
Por que, seja aqui no mundo material ou no lado espiritual da vida humana neste planeta por nós chamado Terra, estamos sempre com nossas “antenas” ligadas para com o Divino.
E, se de lá nós viemos e aqui evoluímos, em verdade, somos como adolescentes que vão para uma “balada’, com um celular carregado, a fim de que o Pai e a Mâe conosco mantenham contato.
E nesta balada, que é a nossa caminhada evolutiva humana, balançamos, caímos, por vezes desligamos o “celular” que nos conecta com a Mãe e o Pai, mas, quando nos vemos em desespero, imediatamente nos lembramos de levar a mão ao bolso, puxar o celular, promovendo naquele instante uma chorosa ligação, pedindo auxílio ao Pai e à Mãe.
Nesta caminhada, nós, os adolescentes, por muitas vezes rebeldes, acabamos cometendo sempre alguns erros. E é no momento em que nos vemos em apuros que, olhamos para um lado, para o outro, querendo buscar a ajuda que nos parece distante, mas, que na verdade, habita nossos íntimos.
Nosso Pai Criador nos dotou de tantos recursos, em nós e à nossa volta, que, tivéssemos ciência da metade deles, teríamos, finalmente, encontrado um belo atalho para o retorno ao nosso Lar Divino.
Os Sagrados Orixás são manifestações de Poderes de Olorum, nosso Pai Maior e Divino Criador. Habitam nossos íntimos, assim como, o mundo visível ao nosso redor e o invisível também.
Se, são Eles e Elas, os Pais e Mães Orixás, manifestações do Criador do Todo, a Eles e Elas devemos reverenciar, do mesmo modo que reverenciamos o Criador Olorum.
E aí é que está a grande questão: como, de fato, nós reverenciamos nosso Criador?
Percebo, ainda, neste momento decisivo e crucial em que estamos vivendo no mundo material, cultuadores dos Orixás tratando-os como seus serviçais.
Pensam que estão à sua disposição, ao seu bel prazer, que devem ser presenteados por Eles e Elas com o que acham ser do seu merecimento, como crianças mimadas que, contrariadas, empacam e emburram.
A estas pessoas, se ainda não está claro, é necessário esclarecer a partir de agora, que, nós, filhos em evolução do Divino Olorum, cá estamos para progredir. E nós, os filhos em constante aprendizado, é que devemos servir à Ele, na Umbanda, através dos Sagrados Orixás.
Percebo, em muitos momentos, a falta de hábito de se ajoelhar para um Orixá, que é em si um Poder manifestado de Deus, uma Divindade.
O orgulho exacerbado e a não vontade em trilhar o caminho que leva à humildade, dificulta uma sintonia fina com os Orixás e, por conseqüência, com o Criador.
Toda a experiência que venho adquirindo na Umbanda ao longo da vida, além dos ensinamentos que obtenho com os mestres encarnados e desencarnados, me fazem concluir que, cada vez mais, devemos nos colocar aos pés dos Orixás, aos pés de Deus.
Por que, assim fazendo, estaremos nos fortalecendo.
O movimento inteligente é encostar a cabeça ao solo, já, o movimento ignorante é empinar o nariz sentindo-se altivo.
Os guias espirituais, na Umbanda, são manifestadores destes Mistérios Divinos, que são os Orixás, que são Divindades, que são Poderes manifestados do Todo, que são Irradiações Divinas que vêm do Alto abastecendo nosso chacra coronal, assim como são correntes eletromagnéticas, faixas vibratórias que vêm à nossa frente, abastecendo nosso chacra frontal e todos os nossos chacras.
Assim, percebemos que a Cruz da Vida é o grande combustível divino, que nos mantém vivos e evoluindo.
Só isso, já é motivo mais do que suficiente para que ajoelhemos à frente de uma árvore, por exemplo, agradecendo à Deus, ao Divino Pai Oxossi, por estarmos vivos, ou, à beira do mar, fazendo o mesmo movimento para Mãe Iemanjá, ou, em uma pedreira, para o Pai Xangô, em uma cachoeira para a Mãe Oxum, etc.
Estamos num momento do ano em que as pessoas pensam muito nos presentes de Natal. Então, pergunto: que presente melhor do que se entregar à um Orixá, neste fim de ano, você pode receber?
Você, em algum momento da sua vida, já se ajoelhou de forma sincera aos pés de um Orixá?
Sugiro que o faça e, então, sentirá a diferença no fluir da vida.
E, se você ainda acha que os Orixás são seus serviçais, por favor, promova uma reflexão íntima e reforme-se, renove-se e retome a caminhada do início, afinal, como diz meu amado Pai Thomé do Congo: “Humildade é Sabedoria”.


Um abraço fraterno a todos!

quarta-feira, 6 de novembro de 2013

Culto à Ignorância- Por André Cozta



A  sabedoria  deve ser, em qualquer setor da vida humana, a meta a ser atingida. E o conhecimento, a mola propulsora que nos projeta à ela.
Não é possível que, ainda a esta altura do campeonato, passando por tudo o que temos passado,  as lições não tenham sido suficientes para que a humanidade se convença de que, se a Fé move montanhas e só o Amor constrói, tão somente o Conhecimento expande.
E isto acontece naturalmente. Conhecimento é expansão, abertura de portais para novos horizontes na nossa caminhada evolutiva.
Cresci ouvindo dizer que na minha religião, a Umbanda, não se devia estudar, pois, se aprende tudo na prática.
Em outros setores da vida, também vi e ouvi alguns ranços para com o estudo, discriminando aqueles que buscam, por intermédio da pesquisa e dos estudos, o saber evolutivo.
Ora, todos os estudiosos e pesquisadores  são curiosos e incansáveis, por que, a cada descoberta, brotam em suas mentes mais e mais questionamentos. Não fosse assim, tenha certeza, ainda viveríamos em uma sociedade primitiva em todos os sentidos.
Àqueles que resistem ao estudo, defendendo única e exclusivamente a prática, proponho uma reflexão: “Há quem acuse o teórico de não praticar. Só que, se não houvesse a prática, eles, os pesquisadores, não teriam o que estudar. E se não houvesse a pesquisa, em muitos casos, a prática não se sustentaria, pois, sem perspectivas, não cresceria. Portanto, a teoria não é mais importante do que a prática e vice-versa. Quando há priorização de uma ou  outra, simplesmente, a coisa não acontece direito. Ambas devem andar de braços dados sempre”.
Na Umbanda, hoje em dia, há (graças à Olorum, nosso Pai!) um forte movimento em prol do estudo. Cursos de Teologia de Umbanda, Sacerdócio e outros, brotam pelo país afora.
E isto vem incomodando alguns, que se sentem ameaçados pelo conhecimento. Outros tantos, não sentindo esta ameaça, ainda não conseguiram compreender e captar a importância que tem este movimento para crescimento e continuidade da nossa religião.
Lutar contra o estudo na Umbanda é cultivar e cultuar (mesmo que não intencionalmente) a ignorância.
Por que, se tudo na Criação de Deus é bipolarizado, não tem jeito, no polo oposto ao conhecimento está este verbo que descrevi no parágrafo anterior.
“Meu guia sabe tudo, eu não sei nada”. “Os Orixás e guias espirituais vão nos intuir, e assim seguiremos com nosso trabalho de caridade.”
Estas ainda são frases comuns, infelizmente, em alguns lugares onde se pratica a Umbanda.
A estes, com todo o respeito que devo, digo o seguinte: continuem assim... e morrerão sem saber por que acendem um palito de fósforo durante o ritual. Continuem assim e, do outro lado da vida, serão levados a núcleos escolares para uma verdadeira “alfabetização espiritual”.
E ainda serão cobrados, por seus guias e mentores, que apontarão para o lado de cá, mostrando que, aqui tiveram a oportunidade e não souberam aproveitar.
É certo que há casos de trabalhos em templos umbandistas em que alguns guias espirituais atuam como verdadeiros professores, ensinando muitas coisas aos médiuns, que vão além da ritualística da casa.
Porém, desafio qualquer médium ou dirigente umbandista agora: pergunte ao seu guia chefe espiritual se ele é contra o estudo teológico da nossa religião. Mas, purifique seu mental e escute a resposta dele e não a do seu ego.
Aposto que ele sugerirá que você busque o conhecimento, transmute-se e acelere o passo no rumo do saber evolutivo.
Não cultivemos nem cultuemos a ignorância. Engrossemos as fileiras do conhecimento dentro da nossa religião.
Umbanda tem fundamento, é preciso preparar-se.


SARAVÁ!!!!!!!