Em nossa incansável trilha evolutiva, invariavelmente,
nos deparamos com situações que nos colocam de frente para o lado divino da
Criação.
Por que, seja aqui no mundo material ou no lado
espiritual da vida humana neste planeta por nós chamado Terra, estamos sempre
com nossas “antenas” ligadas para com o Divino.
E, se de lá nós viemos e aqui evoluímos, em verdade,
somos como adolescentes que vão para uma “balada’, com um celular carregado, a
fim de que o Pai e a Mâe conosco mantenham contato.
E nesta balada, que é a nossa caminhada evolutiva humana,
balançamos, caímos, por vezes desligamos o “celular” que nos conecta com a Mãe
e o Pai, mas, quando nos vemos em desespero, imediatamente nos lembramos de
levar a mão ao bolso, puxar o celular, promovendo naquele instante uma chorosa
ligação, pedindo auxílio ao Pai e à Mãe.
Nesta caminhada, nós, os adolescentes, por muitas vezes
rebeldes, acabamos cometendo sempre alguns erros. E é no momento em que nos
vemos em apuros que, olhamos para um lado, para o outro, querendo buscar a
ajuda que nos parece distante, mas, que na verdade, habita nossos íntimos.
Nosso Pai Criador nos dotou de tantos recursos, em nós e
à nossa volta, que, tivéssemos ciência da metade deles, teríamos, finalmente,
encontrado um belo atalho para o retorno ao nosso Lar Divino.
Os Sagrados Orixás são manifestações de Poderes de
Olorum, nosso Pai Maior e Divino Criador. Habitam nossos íntimos, assim como, o
mundo visível ao nosso redor e o invisível também.
Se, são Eles e Elas, os Pais e Mães Orixás, manifestações
do Criador do Todo, a Eles e Elas devemos reverenciar, do mesmo modo que
reverenciamos o Criador Olorum.
E aí é que está a grande questão: como, de fato, nós
reverenciamos nosso Criador?
Percebo, ainda, neste momento decisivo e crucial em que
estamos vivendo no mundo material, cultuadores dos Orixás tratando-os como seus
serviçais.
Pensam que estão à sua disposição, ao seu bel prazer, que
devem ser presenteados por Eles e Elas com o que acham ser do seu merecimento,
como crianças mimadas que, contrariadas, empacam e emburram.
A estas pessoas, se ainda não está claro, é necessário
esclarecer a partir de agora, que, nós, filhos em evolução do Divino Olorum, cá
estamos para progredir. E nós, os filhos em constante aprendizado, é que
devemos servir à Ele, na Umbanda, através dos Sagrados Orixás.
Percebo, em muitos momentos, a falta de hábito de se
ajoelhar para um Orixá, que é em si um Poder manifestado de Deus, uma
Divindade.
O orgulho exacerbado e a não vontade em trilhar o caminho
que leva à humildade, dificulta uma sintonia fina com os Orixás e, por conseqüência,
com o Criador.
Toda a experiência que venho adquirindo na Umbanda ao
longo da vida, além dos ensinamentos que obtenho com os mestres encarnados e
desencarnados, me fazem concluir que, cada vez mais, devemos nos colocar aos
pés dos Orixás, aos pés de Deus.
Por que, assim fazendo, estaremos nos fortalecendo.
O movimento inteligente é encostar a cabeça ao solo, já,
o movimento ignorante é empinar o nariz sentindo-se altivo.
Os guias espirituais, na Umbanda, são manifestadores
destes Mistérios Divinos, que são os Orixás, que são Divindades, que são
Poderes manifestados do Todo, que são Irradiações Divinas que vêm do Alto
abastecendo nosso chacra coronal, assim como são correntes eletromagnéticas,
faixas vibratórias que vêm à nossa frente, abastecendo nosso chacra frontal e todos os nossos chacras.
Assim, percebemos que a Cruz da Vida é o grande
combustível divino, que nos mantém vivos e evoluindo.
Só isso, já é motivo mais do que suficiente para que
ajoelhemos à frente de uma árvore, por exemplo, agradecendo à Deus, ao Divino
Pai Oxossi, por estarmos vivos, ou, à beira do mar, fazendo o mesmo movimento
para Mãe Iemanjá, ou, em uma pedreira, para o Pai Xangô, em uma cachoeira para
a Mãe Oxum, etc.
Estamos num momento do ano em que as pessoas pensam muito
nos presentes de Natal. Então, pergunto: que presente melhor do que se entregar
à um Orixá, neste fim de ano, você pode receber?
Você, em algum momento da sua vida, já se ajoelhou de
forma sincera aos pés de um Orixá?
Sugiro que o faça e, então, sentirá a diferença no fluir
da vida.
E, se você ainda acha que os Orixás são seus serviçais,
por favor, promova uma reflexão íntima e reforme-se, renove-se e retome a
caminhada do início, afinal, como diz meu amado Pai Thomé do Congo: “Humildade
é Sabedoria”.
Um abraço fraterno a todos!
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