segunda-feira, 16 de dezembro de 2013

Servir aos Orixás- Por André Cozta


Em nossa incansável trilha evolutiva, invariavelmente, nos deparamos com situações que nos colocam de frente para o lado divino da Criação.
Por que, seja aqui no mundo material ou no lado espiritual da vida humana neste planeta por nós chamado Terra, estamos sempre com nossas “antenas” ligadas para com o Divino.
E, se de lá nós viemos e aqui evoluímos, em verdade, somos como adolescentes que vão para uma “balada’, com um celular carregado, a fim de que o Pai e a Mâe conosco mantenham contato.
E nesta balada, que é a nossa caminhada evolutiva humana, balançamos, caímos, por vezes desligamos o “celular” que nos conecta com a Mãe e o Pai, mas, quando nos vemos em desespero, imediatamente nos lembramos de levar a mão ao bolso, puxar o celular, promovendo naquele instante uma chorosa ligação, pedindo auxílio ao Pai e à Mãe.
Nesta caminhada, nós, os adolescentes, por muitas vezes rebeldes, acabamos cometendo sempre alguns erros. E é no momento em que nos vemos em apuros que, olhamos para um lado, para o outro, querendo buscar a ajuda que nos parece distante, mas, que na verdade, habita nossos íntimos.
Nosso Pai Criador nos dotou de tantos recursos, em nós e à nossa volta, que, tivéssemos ciência da metade deles, teríamos, finalmente, encontrado um belo atalho para o retorno ao nosso Lar Divino.
Os Sagrados Orixás são manifestações de Poderes de Olorum, nosso Pai Maior e Divino Criador. Habitam nossos íntimos, assim como, o mundo visível ao nosso redor e o invisível também.
Se, são Eles e Elas, os Pais e Mães Orixás, manifestações do Criador do Todo, a Eles e Elas devemos reverenciar, do mesmo modo que reverenciamos o Criador Olorum.
E aí é que está a grande questão: como, de fato, nós reverenciamos nosso Criador?
Percebo, ainda, neste momento decisivo e crucial em que estamos vivendo no mundo material, cultuadores dos Orixás tratando-os como seus serviçais.
Pensam que estão à sua disposição, ao seu bel prazer, que devem ser presenteados por Eles e Elas com o que acham ser do seu merecimento, como crianças mimadas que, contrariadas, empacam e emburram.
A estas pessoas, se ainda não está claro, é necessário esclarecer a partir de agora, que, nós, filhos em evolução do Divino Olorum, cá estamos para progredir. E nós, os filhos em constante aprendizado, é que devemos servir à Ele, na Umbanda, através dos Sagrados Orixás.
Percebo, em muitos momentos, a falta de hábito de se ajoelhar para um Orixá, que é em si um Poder manifestado de Deus, uma Divindade.
O orgulho exacerbado e a não vontade em trilhar o caminho que leva à humildade, dificulta uma sintonia fina com os Orixás e, por conseqüência, com o Criador.
Toda a experiência que venho adquirindo na Umbanda ao longo da vida, além dos ensinamentos que obtenho com os mestres encarnados e desencarnados, me fazem concluir que, cada vez mais, devemos nos colocar aos pés dos Orixás, aos pés de Deus.
Por que, assim fazendo, estaremos nos fortalecendo.
O movimento inteligente é encostar a cabeça ao solo, já, o movimento ignorante é empinar o nariz sentindo-se altivo.
Os guias espirituais, na Umbanda, são manifestadores destes Mistérios Divinos, que são os Orixás, que são Divindades, que são Poderes manifestados do Todo, que são Irradiações Divinas que vêm do Alto abastecendo nosso chacra coronal, assim como são correntes eletromagnéticas, faixas vibratórias que vêm à nossa frente, abastecendo nosso chacra frontal e todos os nossos chacras.
Assim, percebemos que a Cruz da Vida é o grande combustível divino, que nos mantém vivos e evoluindo.
Só isso, já é motivo mais do que suficiente para que ajoelhemos à frente de uma árvore, por exemplo, agradecendo à Deus, ao Divino Pai Oxossi, por estarmos vivos, ou, à beira do mar, fazendo o mesmo movimento para Mãe Iemanjá, ou, em uma pedreira, para o Pai Xangô, em uma cachoeira para a Mãe Oxum, etc.
Estamos num momento do ano em que as pessoas pensam muito nos presentes de Natal. Então, pergunto: que presente melhor do que se entregar à um Orixá, neste fim de ano, você pode receber?
Você, em algum momento da sua vida, já se ajoelhou de forma sincera aos pés de um Orixá?
Sugiro que o faça e, então, sentirá a diferença no fluir da vida.
E, se você ainda acha que os Orixás são seus serviçais, por favor, promova uma reflexão íntima e reforme-se, renove-se e retome a caminhada do início, afinal, como diz meu amado Pai Thomé do Congo: “Humildade é Sabedoria”.


Um abraço fraterno a todos!

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