quinta-feira, 2 de julho de 2009

KAWO KABIECILE!!!!

Hoje, recebemos aqui um texto/desabafo escrito por minha amiga de longa data, Andrea Chagas, que é psicóloga mestranda na UFF.


SARAVÁ!!!!

Compartilhando pensamentos com vocês...


Estou por aqui, como a maioria das pessoas pelo mundo, vendo e lendo notícias sobre a morte de Michael Jackson. Como aconteceu com algumas pessoas, também recebi uma mensagem pelo celular no meio da minha aula, avisando sobre o seu falecimento. Até agora não sei quem me mandou, mas, estranhei e continuo estranhando. Porque me mandaram? Nâo sei. Bem, não compartilho com a surpresa que são as notícias pelos diferentes jornais, como por exemplo: ”morte súbita”, “o mundo assiste em choque” etc. A vida ali parecia há tanto tempo tão frágil, um corpo tão magro, sem cor, onde estava a vida mesmo? Não sei. A saúde mental tão claramente abalada. Podemos pensar como um dos resultados de uma criança negra que sofreu ao longo de sua vida violência intrafamiliar. O que é uma criança que ensaia 10 horas por dia?? Apanhando do pai…O que é isso tudo?? A criança cresce transformando-se num adulto que dedica-se a ter brinquedos... só que, agora, eles são de verdade, não cabem mais na fantasia da criança. Um parque, um caminhão de bombeiros , ambulância, moto policial, entre bichos de pelúcia etc. Qualquer menino adoraria um brinquedo desses tão comuns na infância. A surpresa não pára. Hoje, leio notícias da mãe de seus dois filhos dizendo o seguinte:"Eu me sentia confortável com ele. Eu ofereci meu útero. Nós éramos íntimos o suficiente e eu sabia que poderia oferecer isso a ele. Então, eu o fiz. Foi um presente" e "Eles me levaram para uma clínica e me inseminaram. Da mesma forma que eu insemino as minhas éguas. Foi tudo muito técnico." E mais: “ Eu nunca fui uma boa mãe. Eu nunca senti nenhum tipo de vínculo com eles. Eu me sentia melhor dando as crianças a ele do que criá-las como se fossem minhas. Eu sei que nunca mais vou vê-las. Eu não nasci para ser mãe, eu não prestava. Eu não quero essas crianças na minha vida. Meus filhos são meus animais". Diante dessas falas, fico por aqui na torcida para que essas crianças tenham mais sorte que seu pai. Fico também com um grande estranhamento diante de um mundo capitalista onde crianças são “presentes” e podem ser vendidas, viraram produto, moeda de troca, onde pode-se vender e encontrar alguém que escolha por comprar..
.Andrea Chagas