quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013

Estudo na Umbanda- Por André Cozta




Invariavelmente, vemos e ouvimos  experientes médiuns e dirigentes espirituais umbandistas (e sempre se orgulham disso) declararem que em seus trabalhos não utilizam-se do fumo (cigarros, charutos ou cachimbos) e/ou da bebida alcoólica.
Argumentam que estão “doutrinando” seus guias. Ou seja, o próprio umbandista corrobora para a tese preconceituosa de que, na nossa religião, os espíritos são atrasados.
Deixo aqui uma declaração pessoal para que você reflita: eu, André Cozta, tivesse em algum momento, em todos esses anos, percebido um arremedo de atraso que fosse, por parte dos guias espirituais umbandistas, com certeza, já não estaria mais praticando esta religião que me foi dada no berço.
Fiz esta colocação nos três primeiros parágrafos deste texto, exatamente a fim de introduzir o que pretendo abordar nele: o estudo na Umbanda.
Por que, neste primeiro século de existência da nossa religião, não foram poucos os lugares e momentos em que se apregoou o anti-estudo, alegando-se sempre que na prática tudo aprendemos.
Ora, se eu não tivesse aprendido a datilografar aos meus 14, 15 anos, aproximadamente, levaria, com certeza, uma hora ou perto disso para digitar este texto, o que faço, normalmente em, no máximo, quinze minutos. Se eu não tivesse sido alfabetizado na tenra idade, como poderia aprender a digitar, ao menos (mesmo sem cursar datilografia), sem base alguma?
Pois bem, ao longo destas minhas pouco mais de quatro décadas de vida, infelizmente, tenho visto muito disso na Umbanda. A pregação de que a prática ensina tudo. Só que, a prática sem embasamento algum, acaba distorcendo muitas coisas dentro da lida religiosa, se não todas.
Vamos parar para refletir um pouco: se eu, médium umbandista, pego um cigarro que me foi intuído pelo meu Malandro, mais a cerveja e vou para o trabalho inseguro, pouco ou nada sabendo para que aquilo serve, como deverá trabalhar o meu guia? Bloqueado, travado, com certeza! 
Porém, se eu souber, por exemplo, que o elemento fumo é estabilizador, transmutador, que está sob a irradiação da Evolução (Pai Obaluayê), que é um elemento terra-água, que, ao manipulá-lo, o guia, além de estar “defumando” o consulente, a mim mesmo e ao ambiente, está manipulando cinco dos sete elementos: vegetal (expansor), terra (transmutadora, estabilizadora), água (vivificadora, purificadora, mobilizadora) ar (ordenador e direcionador) e fogo (equilibrador, consumidor de negativismos, energizador e purificador)... como fluirá o trabalho do guia? Solto, leve e cumprirá suas devidas funções naquele tratamento.
O princípio básico de estudos na Umbanda deve ser, na minha modesta opinião, a observação. Como deve ser no estudo de qualquer ciência (a Umbanda assim é, bem como todas as religiões, que manifestam de alguma forma, a Ciência Maior, que é a Ciência Divina).
Observar, analisar, avaliar, anotar (no papel ou mentalmente) os movimentos e seus resultados.
Aliado a este movimento prático, fundamental e necessário em qualquer estudo, o umbandista deve buscar o conhecimento através dos livros já colocados à nossa disposição aqui no plano material pelos Mestres Dirigentes do Ritual de Umbanda Sagrada.
Assim, perceberá, em pouco tempo, um salto de qualidade, tanto no seu conhecimento acerca da religião, já expandido, como na sua prática, na manifestação dos seus guias espirituais.
Umbanda não é “fenomenologia”, é uma religião por que nos religa a Deus Pai através da Natureza Mãe e de suas Divinas Hierarquias (os Sagrados Orixás). E também é uma Ciência, por que nos mostra, o tempo todo, a partir da sua simplicidade, que simples é a Criação, manifestada matematicamente na Ciência Criadora de Deus Pai.
Portanto, neste texto breve, simples e escrito com o coração, quero propor a todos os irmãos e irmãs umbandistas, que ainda não acessaram a chave do conhecimento da nossa religião, que repensem sobre isso, se repensem e, através do estudo, recomecem suas caminhadas.
E que o Divino Pai Oxalá, assim como todos os Sagrados Orixás, vos iluminem sempre!


SARAVÁ!!!!!!!


Um comentário:

  1. É realmente importante estudarmos e assim, saber o por quê, de estar fazendo tal trabalho e usando tal coisa!!!
    Se for válido, gostaria de expressar aqui também, a minha opinião, sobre certos materiais de trabalho. Quando um guia pede tal coisa para o trabalho ser feito (ex: charuto, cachaça, vinho, etc..) devemos ter em mente a qualidade do produto a ser ofertada! Ao meu ver, quanto mais natural e puro for o produto, mais energias ele gera e o guia pode trabalhar melhor!!! Flui com mais facilidade e força! Sei que em muitos casos, a pessoa não tem condições de comprar um produto melhor, devido ao elevado preço em muitos lugares, por isso acaba levando o mais em conta. Mas, pensem sobre isso. É apenas a minha opinião!!!

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