domingo, 6 de janeiro de 2013

Onde Eu Vejo Deus- Por André Cozta



Tenho percebido nas minhas andanças algumas peculiaridades, curiosidades até, que anoto para refletir posteriormente e procurar entender a relação destas coisas com o que venho estudando dentro da Teologia de Umbanda Sagrada e da Magia Divina.
A forma como muitos enxergam Deus, nosso Pai e Criador, ainda é confusa.
E olha que falo de pessoas que estudam a espiritualidade, trabalham nas mais variadas vertentes espiritualistas.  Algumas até estudam a Magia Divina e/ou Umbanda Sagrada, praticando-as também.
Ainda assim, noto que o “grande favor” concedido a nós pela cultura cristã em colocar Deus atrás das paredes dos seus templos, afastando-O dos seus seguidores, está enraizado no íntimo de alguns irmãos e irmãs.
Digo isso, por que, desde a minha infância, me incomodava ver nos templos de orientação cristã aquilo que eu denominava em minha mente “esconderijo divino”.
Porque tinha a sensação nítida de que era isso que os sacerdotes faziam: "tiravam" Deus do íntimo das pessoas, fazendo com que O buscassem fora, criando dependência... e aí, já sabemos como funciona todo o processo, não é mesmo?
Outro dia, zapeando o controle remoto, passeando pelos canais da televisão, vi um pastor evangélico estrangeiro, pregando para seus fieis aqui no Brasil, ao lado de outro pastor que fazia a tradução simultânea.
E até gostei da sinceridade dele, pois, foi claro e disse em bom inglês (simultaneamente traduzido para o português), algo mais ou menos assim: “Há muitos por aí pregando que Deus está dentro de nós. Mas ele não está! Está fora e é a nossa salvação.” Ao fundo, havia uma imagem de Jesus Cristo.
Ficou bem claro que a intenção daquele sacerdote era  fazer com que os seus fieis buscassem na sua igreja, na sua pregação, Deus.
Sabe o que mais gosto na minha religião, a Umbanda? O que citei num texto escrito por mim no mês passado: ela não cobra, está baseada no amor. Se você adentrar em um templo umbandista, beneficiar-se, der as costas e nunca mais voltar, com certeza, aquele sacerdote ou médium que serviu de ponte para que acessasse o lado Divino da Criação, sorrirá satisfeito sempre que  lembrar de você. 
Mas, voltando ao que move este texto, tenho observado com muita atenção e curiosidade as várias definições de Deus.
E se tenho feito isto com relação aos irmãos que seguem outras doutrinas religiosas, tenho feito também com alguns que seguem a mesma que sigo e tantos outros que, se não são umbandistas, são espiritualizados, espiritualistas, e até trabalham espiritualmente, na prática da caridade e do esclarecimento acerca do que é Divino.
Deus está em tudo e em todos!
Creio que isto seja ponto comum para quem a este texto chegou.
Se Ele está em tudo e em todos, está dentro de mim, de você, leitor(a), mas também na água, no cristal, no mineral, no vegetal, no ar, no fogo e na terra.
O fato de Ele estar em mim, em você e em todos estes elementos, não quer dizer que neles (os elementos) ou em nós (eu e você), haja um homem com barba branca longa ou qualquer outra imagem humanizada que possa ser construída por nossas criativas mentes.
Nós temos dificuldades em compreender, muitas vezes, a Criação Divina, por conta de não conseguirmos visualizar Vida além do ser humano.
Chegamos até, ao ponto, em alguns casos, de acreditarmos piamente que tudo o que há à nossa volta,  foi colocado por Deus para nos servir.
Então, nossa lógica “escravagista” nos faz pensar que tudo podemos. Sentimo-nos deuses e deusas, destruímos a Criação, acabamos com a Natureza e nos parece estar tudo certo.
Eu penso que, somente quando o ser humano conseguir, de fato, ver Deus dentro de si e também na Natureza, aí então, recuará, retornará e recomeçará a sua caminhada.
Quando conseguirmos visualizar e compreender que Deus é, acima de tudo, Consciência, que não precisa de formas (até porque é o Criador de todas as formas), que Ele está em tudo e que “fora” D’Ele não há nada,, conseguiremos visualizá-Lo sem “fantasias”, ou seja, em tudo e em todos.
A vela que você acende religiosa ou magísticamente não é uma "representação" de Deus. como ouvi dizer outro dia. Se assim fosse, estaríamos vivendo num teatro, onde, você representa que invoca Deus e tudo o que acontece está fora do que é real. Há naquela chama (assim como em todos os outros elementos), emanação Divina.
E se há emanação Divina, há realidade, nunca representação. Há Vida, há Deus Presente, Onipotente, Oniquerente e Onisciente.
Olhemos para os nossos íntimos, para os nossos irmãos, para a Natureza à nossa volta.
Veja Deus numa árvore, como em qualquer outro vegetal, mas, veja-O também na água, no fogo, no cristal, no mineral, no ar, na terra e também nos seus derivados.
Deus a Tudo move. Onde Ele não está, não há nada, não há Vida.
Reflita, pois, se realmente voltar-se para o seu íntimo, sentirá Vida pulsando, sentirá Deus.




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