quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

A Importância de Exu na Umbanda- Por André Cozta






Laroyê, Sagrado Orixá Exu! Senhor Exu é Mojubá!

Com a permissão desta Divindade, discorreremos, a partir de hoje, em três textos, acerca deste Orixá, tão controverso, confuso, e alvo de preconceitos e interpretações errôneas, inclusive, nos meios umbandistas.

Sempre que um umbandista fala em Exu, visualiza seus guias espirituais à esquerda, guardiões, manifestadores dos Divinos Poderes deste Sagrado Orixá e de todos os outros do nosso ritual religioso. Por  isso, nos é comum sempre identificarmos os exus de Oxalá, Xangô, Ogum, Oxum, Obaluayê, etc.

Porém, se temos todos estes guardiões “exus” trabalhando sob  as 7 Irradiações Divinas (Fé, Amor, Conhecimento, Justiça, Lei , Evolução e Geração), manifestando através delas as 7 Essências formadoras do Todo (Cristal, Mineral, Vegetal, Fogo, Ar, Terra e Água), representadas na nossa amada religião pelos quatorze Orixás manifestadores destes Poderes Divinos, também os temos sob a irradiação deste Poder de Olorum, que é o Senhor do Vigor, o Trono da Vitalidade, o Senhor Orixá Exu.

Exu não se encontra em nenhum dos Sete Sentidos da Vida, em nenhuma das Sete Essências, mas, no exterior de todas, guardando-as.

Faz-se necessário que os umbandistas passem a cultuar Exu, enquanto divindade.

Esta necessidade vem se mostrando ao longo dos tempos, com a abertura do Mistério Exu, pelo Sr. Rubens Saraceni, em suas obras, trazidas ao plano material por Mestres Dirigentes do Ritual de Umbanda Sagrada e também com a abertura de um grau magístico: A Magia Divina do Orixá Exu.

Este “cultuar” não implica em “trocar”, ou seja, parar de trabalhar, reverenciar, ofertar seus guardiões “exus” à  esquerda. Muito pelo contrário! Representará um fortalecimento no trabalho do médium para a atuação dos seus guias de esquerda.

Estará acrescendo às suas forças, um Poder Divino realizador por si só, que trará aos seus “exus” guardiões condições de trabalho antes não imaginadas pelo médium.

Pai Benedito de Aruanda nos ensina, através do Mestre Rubens Saraceni, em sua obra “Orixá Exu- Fundamentação do Mistério Exu na Umbanda (Madras Editora)”, que Exu é, também, o Estado do Vazio na Criação, enquanto o Sagrado Pai Oxalá é o Espaço Absoluto.

No instante anterior à Criação no exterior de Olorum, nosso Pai Maior e Divino Criador, havia o caos estabelecido, o Nada, que é denominado  Orixá Exu Mirim. Neste estado, nosso Pai Criador não poderia  exteriorizar o Espaço Absoluto (Pai Oxalá), por isso, exteriorizou, primeiramente, o Vazio (Senhor Orixá Exu), para que, nele, pudesse exteriorizar o Espaço.

Então, quando tínhamos o Nada (Senhor Orixá Exu Mirim), estava instaurado no exterior de Olorum o Plano das Ideias e Intenções.

Quando exteriorizou Exu (o Vazio), passou a ter condições de exteriorizar também o Espaço, que, dentro do Vazio foi estendendo-se e criando o Todo.

Por isso, caro leitor e cara leitora, temos o Senhor Exu como o maior de todos os Sagrados Orixás, pois, se não habita nossos íntimos, como os Orixás manifestadores da Fé, do Amor, do Conhecimento, da Justiça, da Lei, da Evolução e da Geração, o temos à nossa volta, o tempo todo, como o Vazio.

Exu não está em nós, mas, nós estamos em Exu.

Saibam que as tronqueiras (casas de exus e pombagiras), são instaladas fora dos terreiros, por que  são o vazio relativo. Se colocadas dentro do terreiro, instaurarão nele o vazio, impedindo o trabalho dos Orixás e guias da casa.

Do lado de fora, como vazio relativo, receberão todas as energias negativas nelas despachadas por guias e Orixás durante os trabalhos.

Compreender Exu desta forma, como estado do Vazio na Criação, como Poder manifestado de Deus, é compreendê-lo como a própria neutralidade do Todo. Reflita sobre isto!

A vitalidade, o vigor, têm sido associadas à Exu há muito tempo. Assim cristalizou-se no ritual africano.

Já falamos de Exu como Estado do Vazio (ou da neutralidade), como Trono do Vigor ou da Vitalidade, o Senhor da Virilidade, da masculinidade.

Por um acaso, não vemos nestas manifestações divinas (por que toda a Divindade manifesta um Poder de Deus), um “quê” de humanas?

Proponho a você que reflita bem acerca desta minha dissertação.

Preste atenção, irmão(ã) umbandista, no trabalho dos seus guardiões “exus”. E, se verá neles, características dos Orixás que manifestam  nos 7 Sentidos da Vida (Fé, Amor, Conhecimento, Justiça, Lei, Evolução e Geração), também verá características deste Divino Poder, desta divindade denominada por nós, aqui no Brasil, a partir da cultura iorubá,  Orixá Exu.

Recomendo que aprofunde seus estudos acerca deste Orixá, pois, assim, conhecendo-o bem, saberá como atuar em benefício próprio, do seu lar, familiares, e até nos seus trabalhos espirituais, com os Poderes de Exu. Isto sem contar o fortalecimento e abertura do leque de opções de trabalho para seus guardiões “exus”.

 O que  dissertei aqui,  foram apenas alguns pontos, para abertura de uma discussão entre os irmãos umbandistas.

Sugiro que estude o Mistério Exu, aberto ao plano material por Rubens Saraceni.

E a partir destes estudos,  passe a cultuar este Amado Orixá, controverso, alvo de ataques ignorantes, muitas vezes, mas fundamental em nossas vidas, para o Todo, que é a Criação do Pai Olorum.

No dia 25 de janeiro próximo, publicarei  o texto intitulado “Conto de Exu”, enviado por Pai Thomé do Congo. E no dia 29 de janeiro,  encerrarei esta série com o texto “Firmezas de Exu”.

Laroyê Senhor Exu! Saravá Umbanda!

quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

Publico hoje, duas mensagens enviadas pelos Senhores Pretos Velhos Pai Thomé do Congo e João Sabiá, no ano passado, e publicadas na edição 35 do Jornal Nacional da Umbanda (www.jornalnacionaldaumbanda.com.br).
Abordam o tema "Liberdade".
 Leia e reflita!

Liberdade no Horizonte & Canções de Liberdade


LIBERDADE NO HORIZONTE
 
Negro Velho sentado no toco, pitava seu cachimbo.
O menino no seu colo olhava para o céu.
- Menino pode ver, agora que o sol caiu e as estrelas se levantaram, como, mesmo à noite, é belo o horizonte!
- Estou vendo, Vovô! Mas, meu Vovô, por que as estrelas ficam soltas no céu e não caem?
- Por que elas são livres, menino!
- E tudo o que é livre não cai, meu Vovô?
- Depende, menino! Na verdade, há coisas e pessoas que estão soltas por aí, andando sem direção. Outras,estão estagnadas, paradas mesmo, sabe, menino? E tanto aquelas que estão soltas e sem direção, quanto as que estão estagnadas, podem até parecerem livres, mas, em ambos os casos estão perdidas.
- Então, o que eu tenho que fazer para ser livre de verdade, meu Vovô?
- Primeiro, tem que conhecer bem a si próprio. Depois, conhecer o ‘mundo’ que o rodeia. Adquirindo maisconhecimento a cada dia, você será um homem livre de fato, menino!
- Então, eu preciso estudar, Vovô?
- Estudar, se informar, buscar o conhecimento nas suas variadas formas, menino.
- Mas, meu Vovô, o que as estrelas fazem lá no céu todas as noites?
- Elas são os ‘Olhos de Deus’ na escuridão, menino.
- Mas, os ‘Olhos de Deus’ não são livres, Vovô.
- Por que você diz isso, menino?
- Por que elas estão paradas lá no céu. E o senhor disse que tudo o que fica parado pode até parecer, mas não é livre.
- Olhe bem para o céu, menino.
Ele olhou. Negro Velho prosseguiu:
- Está vendo os belos desenhos formados nos espaços entre as estrelas, menino?
- Estou sim, Vovô.
- Isto prova que elas não estão soltas ao relento ou então ‘presas’ no espaço, menino. Estes desenhos mostram que elas estão bem seguras, pois estão enfeitando os dedos dos Sagrados Orixás.
O menino sorriu e entendeu, a partir daquela noite, que a liberdade é conquistada com amor, disciplina, fé e conhecimento.
Olhe para o sol durante o dia, olhe para as estrelas durante à noite.
Depois, olhe para o seu coração. “A sua carta de alforria está dentro dele.”
 
Mensagem ditada por Pai Thomé do Congo
Anotada por André Cozta
 
 
 
 
CANÇÕES DE LIBERDADE.

Quando eu andava por aquela propriedade, nos dias mais calmos, podia sentir o ar quente daquele lugar.
Eu era escravo em uma fazenda no interior de Alagoas. Meu senhor era um homem de poucos amigos e talhado na crueldade, porém, eu, até então, tinha a sorte de contar com a simpatia dele.
Após um tempo, descobri que ele me preservava, por que gostava dos meus assobios.
Meu nome era João. Nasci em uma fazenda vizinha, filho de uma angolana e um negro baiano.
Vivia, apesar das agruras da vida de um negro àquela época, emanando felicidade. E, por isso, tinha a simpatia de todos os meus irmãos de cor, mas também dos senhores brancos, que me pediam, muitas vezes, para assobiar para eles.
Eu tinha um assobio para cada situação.
Uma senhora negra curandeira, que vivia entre nós, sempre me pedia, quando tratava dos negros  que sobreviviam aos maus tratos, que acompanhasse o seu trabalho assobiando. Ela  dizia que meus assobios eram curativos para as feridas de nossos irmãos.
Eu não sabia como, à época, mas, sempre tinha um assobio diferente para cada situação. E, nas ocasiões de tratamentos de saúde ou de feridas dos meus irmãos negros, sentia que a canção fluía do fundo da minha alma.
Aquele senhor faleceu. Sua família me pediu que assobiasse antes do seu corpo ser colocado de volta à terra. E, como um negro obediente, lá estava eu, João Sabiá (assim eu havia sido “rebatizado” pelos meus irmãos de senzala)  assobiando na despedida daquele homem cruel, responsável pelo fim da vida de tantos irmãos meus.
Os anos se passaram, continuei trabalhando no arado, preparando a terra para o plantio e assobiando.
Negro naquela época não tinha idade. Via o tempo passar pelas mãos enrugadas, pelo corpo e pelos cabelos embranquecidos. Porém, quando eu achava ter mais ou menos uns 60 anos, se deu o episódio final daquela etapa da minha jornada.
Havia algum tempo eu havia parado de assobiar, pois, me encontrava triste com tantas mortes seguidas de tantos irmãos negros.
E, quando fui chamado pelo senhor (filho do antigo senhor), não respondi ao seu questionamento,sobre o porquê de eu ter parado de assobiar.
Ele insistiu. Apenas abaixei a cabeça e chorei.
Ele voltou a perguntar. Então, com lágrimas nos olhos, olhei para ele e falei:
- Por que o meu coração se calou diante da sua crueldade de homem branco. Eu posso ter a pele preta, mas sou homem e tenho honra, e juro ao senhor aqui na sua frente, que nunca mais assobiarei.
Ele mandou que seus jagunços me tirassem dali.
Naquele mesmo dia, encontrava-me no pau de sebo, sendo chibateado pelo meu senhor.
Ele gritava para eu assobiar, mas, negro só fazia chorar e gemer.
Senti, aos poucos, meu espírito desvencilhando-se suavemente daquele, que foi meu último corpo carnal.
Ainda pude ver aquele homem infeliz chibateando meu corpo e gritando, pensando que ainda me encontrava vivo.
Eu, um negro já velho, naquele momento pude sentir, pela primeira vez, o doce sabor da liberdade.
E ali, olhando aquela cena triste, assobiei o canto da alforria.
Tive muitas andanças pelo astral. Fui preparado e hoje sou um trabalhador da Umbanda: o Preto Velho João Sabiá.
Poucos me conhecem. Mas, estou em quase todos os terreiros, animando os corações de médiuns e assistentes com minhas canções assobiadas.
Quando você médium, trabalhar na cura ou na mironga, assobiando, ou você, adepto desta linda religião, ver um médium trabalhar assobiando, saiba, de algum modo, João Sabiá está ali.
Trago este relato para me apresentar e para mostrar que há um mistério por trás das canções assobiadas, que são terapêuticas, que curam e que renovam sua alma.
Conquistei minha liberdade assobiando. E aconselho que você, filho de fé, faça o mesmo.
Que a paz de Deus esteja em seu coração!
 
Mensagem Enviada pelo Preto Velho João Sabiá
Escrita por André Cozta
 
 

domingo, 6 de janeiro de 2013

Onde Eu Vejo Deus- Por André Cozta



Tenho percebido nas minhas andanças algumas peculiaridades, curiosidades até, que anoto para refletir posteriormente e procurar entender a relação destas coisas com o que venho estudando dentro da Teologia de Umbanda Sagrada e da Magia Divina.
A forma como muitos enxergam Deus, nosso Pai e Criador, ainda é confusa.
E olha que falo de pessoas que estudam a espiritualidade, trabalham nas mais variadas vertentes espiritualistas.  Algumas até estudam a Magia Divina e/ou Umbanda Sagrada, praticando-as também.
Ainda assim, noto que o “grande favor” concedido a nós pela cultura cristã em colocar Deus atrás das paredes dos seus templos, afastando-O dos seus seguidores, está enraizado no íntimo de alguns irmãos e irmãs.
Digo isso, por que, desde a minha infância, me incomodava ver nos templos de orientação cristã aquilo que eu denominava em minha mente “esconderijo divino”.
Porque tinha a sensação nítida de que era isso que os sacerdotes faziam: "tiravam" Deus do íntimo das pessoas, fazendo com que O buscassem fora, criando dependência... e aí, já sabemos como funciona todo o processo, não é mesmo?
Outro dia, zapeando o controle remoto, passeando pelos canais da televisão, vi um pastor evangélico estrangeiro, pregando para seus fieis aqui no Brasil, ao lado de outro pastor que fazia a tradução simultânea.
E até gostei da sinceridade dele, pois, foi claro e disse em bom inglês (simultaneamente traduzido para o português), algo mais ou menos assim: “Há muitos por aí pregando que Deus está dentro de nós. Mas ele não está! Está fora e é a nossa salvação.” Ao fundo, havia uma imagem de Jesus Cristo.
Ficou bem claro que a intenção daquele sacerdote era  fazer com que os seus fieis buscassem na sua igreja, na sua pregação, Deus.
Sabe o que mais gosto na minha religião, a Umbanda? O que citei num texto escrito por mim no mês passado: ela não cobra, está baseada no amor. Se você adentrar em um templo umbandista, beneficiar-se, der as costas e nunca mais voltar, com certeza, aquele sacerdote ou médium que serviu de ponte para que acessasse o lado Divino da Criação, sorrirá satisfeito sempre que  lembrar de você. 
Mas, voltando ao que move este texto, tenho observado com muita atenção e curiosidade as várias definições de Deus.
E se tenho feito isto com relação aos irmãos que seguem outras doutrinas religiosas, tenho feito também com alguns que seguem a mesma que sigo e tantos outros que, se não são umbandistas, são espiritualizados, espiritualistas, e até trabalham espiritualmente, na prática da caridade e do esclarecimento acerca do que é Divino.
Deus está em tudo e em todos!
Creio que isto seja ponto comum para quem a este texto chegou.
Se Ele está em tudo e em todos, está dentro de mim, de você, leitor(a), mas também na água, no cristal, no mineral, no vegetal, no ar, no fogo e na terra.
O fato de Ele estar em mim, em você e em todos estes elementos, não quer dizer que neles (os elementos) ou em nós (eu e você), haja um homem com barba branca longa ou qualquer outra imagem humanizada que possa ser construída por nossas criativas mentes.
Nós temos dificuldades em compreender, muitas vezes, a Criação Divina, por conta de não conseguirmos visualizar Vida além do ser humano.
Chegamos até, ao ponto, em alguns casos, de acreditarmos piamente que tudo o que há à nossa volta,  foi colocado por Deus para nos servir.
Então, nossa lógica “escravagista” nos faz pensar que tudo podemos. Sentimo-nos deuses e deusas, destruímos a Criação, acabamos com a Natureza e nos parece estar tudo certo.
Eu penso que, somente quando o ser humano conseguir, de fato, ver Deus dentro de si e também na Natureza, aí então, recuará, retornará e recomeçará a sua caminhada.
Quando conseguirmos visualizar e compreender que Deus é, acima de tudo, Consciência, que não precisa de formas (até porque é o Criador de todas as formas), que Ele está em tudo e que “fora” D’Ele não há nada,, conseguiremos visualizá-Lo sem “fantasias”, ou seja, em tudo e em todos.
A vela que você acende religiosa ou magísticamente não é uma "representação" de Deus. como ouvi dizer outro dia. Se assim fosse, estaríamos vivendo num teatro, onde, você representa que invoca Deus e tudo o que acontece está fora do que é real. Há naquela chama (assim como em todos os outros elementos), emanação Divina.
E se há emanação Divina, há realidade, nunca representação. Há Vida, há Deus Presente, Onipotente, Oniquerente e Onisciente.
Olhemos para os nossos íntimos, para os nossos irmãos, para a Natureza à nossa volta.
Veja Deus numa árvore, como em qualquer outro vegetal, mas, veja-O também na água, no fogo, no cristal, no mineral, no ar, na terra e também nos seus derivados.
Deus a Tudo move. Onde Ele não está, não há nada, não há Vida.
Reflita, pois, se realmente voltar-se para o seu íntimo, sentirá Vida pulsando, sentirá Deus.




sábado, 22 de dezembro de 2012

O que há de mais belo no mundo- Por André Cozta




O que há de mais belo nesse mundo em que vivemos é a Umbanda!
Por que é uma religião que abre as portas do seu coração, sem qualquer tipo de discriminação, para todo e qualquer filho de Deus que ao seu recinto queira adentrar e à Deus Pai, através da Natureza Mãe, queira se religar.
Mesmo para aqueles que a procuram com a finalidade de resolver suas questões e, após resolvê-las, dão as costas e não mais retornam, ainda assim, esta religião, a Umbanda, mantém suas portas abertas.
Por que é uma religião que não impõe condições  às pessoas por ela acolhidas. Basta que tenham fé em Deus para que, num templo umbandista,  possam adentrar e permanecerem o tempo que quiserem ou se fizer necessário.
Por que é uma religião que tocará no teu coração, com seus toques e cânticos (os pontos cantados) como mantras divinos que te darão a nítida sensação de estares te religando a algo que não sabes bem o que é, mas, sentes que é verdadeiro e faz com que te lembres  de alguma coisa... que não consegues identificar.
Por que é uma religião que tocará no teu coração com a palavra doce dos Pretos Velhos e Pretas Velhas, com o olhar altivo e palavras firmes dos Caboclos e Caboclas,  com a alegria das Crianças, com as palavras cruas, porém verdadeiras de Exus e Pombagiras.  E  tantos outros guias espirituais da direita e da esquerda, que nela se manifestam, tocarão em teu coração, por que são manifestadores da Verdade Divina.
Por que é uma religião que cultua os Sagrados Orixás, Poderes Manifestados de Olorum, nosso Deus Pai e Divino Criador. E será a partir deles que nos religaremos a este Deus Pai, por intermédio da Natureza Mãe.
Por que é uma religião que estará sempre sorrindo para ti, independente da tua carranca!
Por que é uma religião que não te ameaça com o inferno, mas, te mostra que o caminho para o paraíso (a Aruanda), está bem à tua frente, a um palmo do teu nariz. Dá um passo e estarás trilhando rumo a este paraíso.
Por que é uma religião que nunca tentará te converter, mas, tocará na tua consciência, te fará pensar, mesmo que, futuramente, venhas a criticá-la.
Por que é uma religião manifestadora da Fé, do Amor, do Conhecimento, da Justiça, da Lei, da Evolução e da Geração, os Sete Sentidos da Vida, os Sete Sentimentos Capitais.
Por que é uma religião que congrega, agrega, expande, equilibra, ordena, transmuta e gera. Mas também corrige, quando necessário, cristalizando, diluindo e renovando, concentrando, direcionando, consumindo negativismos e purificando, decantando e paralisando, a todos que atentam contra a Vida, os reencaminhando em suas jornadas, aí sim, pelo rumo certo, aquele que  foi reservado e destinado pelo Criador.
Por que é uma religião que leva, ao mundo inteiro, a bandeira de Oxalá, mas também de Oiá-Tempo, de Oxum, de Oxumaré, de Oxossi, de Obá, de Xangô, de Yansã, de Ogum, de Egunitá, de Obaluayê, de Nanã Buruquê, de Omolu e de Yemanjá, nossos amados Pais e Mães Orixás.
Por que é uma religião que está te abraçando agora, neste momento, enquanto lês este texto, sejas tu ou não, um umbandista!
Alguém pode criticar o que escrevo, dizendo que há coisas mais belas do que a Umbanda nesse mundo em que vivemos.
Se este alguém estiver se referindo, por exemplo, à Mãe Natureza, retruco dizendo que disserto apenas sobre as coisas que se manifestam exclusivamente em nosso mundo, o plano material, pois, a Natureza, aqui, é uma extensão do que  já se manifesta em todas as outras setenta e seis dimensões do nosso planeta.
E, ainda assim, a Umbanda, que enquanto religião, é uma das vias evolutivas colocadas pelo Pai à disposição dos seus filhos humanos, traz  em seu bojo a mais pura manifestação do que há de mais belo na Criação, a própria Natureza Mãe, que carrega em Si os Poderes de Olorum, nosso Deus Pai.
Por isso, afirmo e reafirmo: a Umbanda é o que há de mais belo nesse mundo em que vivemos!

SARAVÁ, UMBANDA SAGRADA!!!!!!!