quarta-feira, 3 de agosto de 2011

REFLEXÃO SOBRE A LITERATURA DE RUBENS SARACENI- Por Alexandre Cumino


Rubens Saraceni é o mais procurado entre os autores umbandistas da atualidade. Podemos estudá-lo como um fenômeno de fato e de direito dentro desta realidade, na qual fez uma revolução da forma de relacionar-se com a psicografia na religião. Passou a apresentar uma obra de romances mediúnicos umbandistas, transmitidos por um preto-velho, Pai Benedito de Aruanda. Algo que é tão comum no espiritismo de Kardec e tão difundido por Chico Xavier ainda não havia sido bem aproveitado na Umbanda.
Publicou inicialmente O Guardião da Meia Noite e o Cavaleiro da Estrela da Guia, que se tornariam, em pouco tempo, os títulos mais lidos entre os umbandistas. Encontrou, o autor, apoio irrestrito na pessoa do Sr. Wagner Veneziani Costa, presidente da Editora Madras, para a publicação e divulgação dos títulos umbandistas.
Rubens Saraceni e a Editora Madras mudaram um paradigma no mundo livreiro, pois as grandes editoras e livrarias não aceitavam títulos de Umbanda, e os mesmos eram encontrados apenas em lojas de artigos religiosos; agora outras editoras já se animam em publicar títulos de umbanda, e outros umbandistas se sentiram incentivados, também, a psicografar romances umbandistas e obras doutrinárias.
Rubens Saraceni conta hoje com mais de cinquenta títulos publicados pela Editora Madras, além dos já tradicionais e consagrados romances mediúnicos umbandistas de sua autoria, também brindou a Umbanda e os umbandistas com uma vasta obra de conteúdo doutrinário e teológico. É possível identificar em sua Teologia de Umbanda novos conceitos e a releitura de alguns pontos já há muito abordados por outros autores.
Em seu primeiro livro doutrinário, Umbanda o Ritual do Culto à Natureza1 (1990), é possível encontrar uma semente da linha teológica que marca a obra o autor, já trazia uma boa consistência e marcava a postura do autor com relação ao universo em que começava a transitar, a literatura umbandista. Logo na introdução do livro (Apresentação e Uma Palavra do Autor) podemos ter uma ideia “de onde vem e para onde vai” esta obra e este autor. Coloco abaixo algumas passagens que marcam esse perfil:

Apresentação
Este livro foi formado a partir de mensagens transmitidas por entidades do Ritual de Umbanda que se identificam no final de cada trecho, mensagens estas que não são de natureza iniciática, mas tão somente esclarecedoras de alguns aspectos e elementos do todo nominado “Umbanda Sagrada” [...]
Neste caso, parece-nos que este livro guarda uma coerência bastante grande com todos os outros livros inspirados pelos mestres da Luz: o de trilhar num meio termo entre o popular e o iniciático, ou entre o exotérico e o esotérico [...]
(Umbanda) não pode ser contida ou apreendida no seu todo por quem quer que seja. O mais que alguém poderá conseguir será captar partes desse todo [...]
Umbanda traz em si energia divina viva e atuante, à qual nos sintonizamos a partir de nossas vibrações mentais, racionais e emocionais. Energias estas que se amoldam segundo nosso entendimento de mundo.
[...] os mestres nos ensinam que o “Verbo” não está contido numa só língua ou grafia iniciática, mas que, quando verdadeira é a língua ou grafia, através dela o “Verbo” se manifesta.
Logo, se um irmão de fé num grau não iniciático, mas instruído pelo seu mentor, riscar um ponto análogo às forças do seu regente, ativará forças análogas àquelas ativadas pelo mais profundo dos conhecedores da Lei de Pemba [...]
E neste ponto reside e se manifesta toda a grandeza da Umbanda: os orixás não olham o grau de ninguém, apenas esperam que cada um contribua com seu corpo, sua boa vontade, sua fé, e também com o que de melhor temos a oferecer-lhes: nosso amor! [...]

Uma Palavra do Autor
Ali está uma boa parte dos fundamentos da Umbanda, seu ritual é aberto ao aperfeiçoamento constante [...]
Tudo o que as grandes religiões castram nos seus fiéis, o ritual umbandista incentiva nas pessoas que dele se aproximam. Nada tem a ocultar, mas sim a ensinar àqueles que querem penetrar nos seus mistérios. [...]
Observando estes que são os primeiros textos de Rubens Saraceni podemos vislumbrar uma proposta de fazer um “caminho do meio” para a Umbanda, entre o esotérico (fechado) e o exotérico (aberto). Pretende mostrar que a Umbanda revela os grandes mistérios, os arcanos, de uma forma simples e acessível, sem a necessidade de segredos e rituais complicados. Com o tempo passou a apresentar conceitos “chave” para o entendimento da religião, por meio dos quais trouxe todo um conjunto de informações sobre campos ainda inexplorados, mal explicados ou pouco compreendidos, como: Os Tronos de Deus, O Setenário Sagrado, Sete Linhas de Umbanda, Gênese de Umbanda, Androgenesia, Fatores de Deus, Ciência dos Entrecruzamentos, Escrita Mágica etc.
Um conceito fundamental na obra de Rubens Saraceni é o Setenário Sagrado, no qual se assentam as Sete Vibrações de Deus que fundamentam tudo o que se relaciona com o mistério do número sete na criação, que é a base de entendimento das Sete Linhas de Umbanda. Da forma como lhe foi passado por Pai Benedito de Aruanda, Sete Linhas são sete vibrações de Deus, pelas quais Ele criou tudo e todos. Toda a criação leva a marca destas sete vibrações. Todos os Orixás se encontram nelas, cada linha é associada a uma essência, um elemento, e suas respectivas cores e divindades correspondentes.2
Agora vejamos algumas considerações sobre a Umbanda que marcam a obra de Rubens Saraceni, com o objetivo de fazer uma reflexão sobre os mesmos:

Umbanda Sagrada
A Umbanda nada mais é que um retorno à simplicidade em cultuar a Deus; em aceitá-Lo como algo do qual nós também fazemos parte [...]
Na simplicidade do ritual umbandista é que reside sua força, pois não adianta um templo luxuoso cheio de pessoas ignorantes sobre a natureza do Ser Divino [...] p.18
Esta é a essência da Umbanda: cada umbandista é um templo do seu culto. Este é um mistério sagrado que sempre esteve oculto dos homens. Não interessa as grandes religiões ensiná-lo, pois assim perderiam o domínio sobre o adepto. p.20 3
Doutrina e Teologia de Umbanda Sagrada
Se a Umbanda é uma religião nova, seus valores religiosos fundamentais são ancestrais e foram herdados de culturas religiosas anteriores ao cristianismo.
A Umbanda tem na sua base de formação os cultos afros, os cultos nativos, a doutrina espírita kardecista, a religião católica e um pouco da religião oriental (budismo e hinduísmo) e também da magia, pois é uma religião magística por excelência, o que a distingue e a honra, porque dentro dos seus templos a magia negativa é combatida e anulada pelos espíritos que neles se manifestam incorporando nos seus médiuns.

Os Arquétipos da Umbanda
A Umbanda é fé, religião, magia e espiritualização na vida dos seus seguidores.
Ela é como é porque assim foi pensada por Deus, concretizada pelos sagrados Orixás e colocada para todos pela espiritualidade.

As Sete Linhas de Umbanda
As entidades que atuam na Umbanda não são apenas de uma raça ou religião. Vêm de todos os lugares da Terra e trazem consigo os seus últimos ensinamentos religiosos, porém já purificados dos tabus criados pelos encarnados.

Tratado Geral de Umbanda
_ Sim, há um iniciador da Umbanda no plano material e este é Pai Zélio de Moraes.
Quanto aos que propugnam que ela teve um início em eras remotas ou entre outros povos, estes fazem apenas um exercício de comparatividade porque confundem a prática de incorporar espíritos, tão antiga quanto a própria humanidade, com a Umbanda.7
Formulário de Consagrações Umbandistas
Sabemos que existem várias correntes de pensamento dentro da Umbanda e também há muitas formas de praticá-la... Não consideramos nenhuma das correntes melhor ou pior e nem mais ou menos importante para a consolidação da Umbanda. Todas foram, são e sempre serão boas e importantes, pois só assim não se estabelecerá um domínio e uma paralisia geral na assimilação e incorporação de novas práticas ou conceitos renovadores.
E por essa pluralidade, temos correntes cristãs, indígenas... tantas correntes de pensamento só enriqueceram ainda mais a nossa religião [...]

Código de Umbanda
Imaginemos cada quadrante do universo visível e invisível sendo varrido pelo fluxo contínuo e ordenado de uma Vontade Superior; imaginemos células macrocósmicas e microcósmicas organizadas rigidamente no sentido de garantir este ordenamento.
Imaginemos todas as formas possíveis, das mais densas às mais sutis, todos os seres e criaturas reunidos em uma explosão de vida que perpassa todas as dimensões, submetidas a ciclos vitais inexoráveis; imaginemos a Presença Divina em cada gesto, em cada palavra, em cada vontade nutrida procurando o bem de todos e o consolo de cada um.
Imaginemos tudo isso acontecendo simultaneamente, e estaremos começando a penetrar no universo sublime e maravilhoso do Ritual de Umbanda Sagrada.
Umbanda significa: o sacerdócio em si mesmo, na m‟ banda, no médium que sabe lidar tanto com os espíritos quanto com a natureza humana. Umbanda é o portador das qualidades, atributos e atribuições que lhe são conferidas pelos senhores da natureza: os Orixás! Umbanda é o veiculo de comunicação entre os espíritos e os encarnados, e só um Umbanda está apto a incorporar tanto os do Alto, quanto os do Embaixo, assim como os do Meio, pois ele é, em si mesmo, um templo.
Umbanda é sinônimo de poder ativo.
Umbanda é sinônimo de curador.
Umbanda é sinônimo de Conselheiro.
Umbanda é sinônimo de intermediador.
Umbanda é sinônimo de filho de fé.
Umbanda é sinônimo de sacerdote.
Umbanda é a religiosidade do religioso.
Umbanda é o veículo...
Umbanda é o mais belo dos templos, onde Deus mais aprecia ser manifestado, ou mesmo onde mais aprecia estar: no intimo do ser humano!...
Umbanda, o sacerdócio; embanda, o chefe do culto; Umbanda, o ritual aberto do culto aos ancestrais.
Umbanda, onde na banda do “Um”, mais um todos nós somos...
Digam que, na banda do “Um”, o rebanho é composto só de pastores, pois “Umbanda” é sacerdócio. [...] pp.37-39

Orixás: Teogonia de Umbanda
Observem que queremos chamar a atenção dos leitores para o fato de que em um século de existência a Umbanda já avançou muito em seus aspectos teóricos e práticos e, no entanto, sempre haverá espaço para novos livros e conceitos, porque ela é uma religião de fato e uma fonte inesgotável de conceitos e informações. Tanto isso é verdade que jamais deixaremos de ter novos livros sobre a religião umbandista, nos quais os autores estarão reavivando a fé dos leitores, abordando aspectos ritualísticos e conceitos doutrinários, sempre movidos pelo intuito de elucidar, esclarecer e instruir a novas gerações umbandistas.
Sim, as novas gerações são as grandes levas de pessoas possuidoras da mediunidade de incorporação que adentram diariamente os templos de Umbanda, ávidas por informações acerca do universo divino da sua nova religião.
Pai Benedito de Aruanda já nos dizia: “Filhos, não temam as críticas cujo único objetivo é destruir a Umbanda porque elas não prosperarão, já que a cada novo dia milhares de espíritos reencarnam e muitos deles já trazem abertas as suas faculdades mediúnicas, faculdades essas que os conduzirão ao encontro das religiões espíritas ou mediúnicas, tais como o Espiritismo, a Umbanda e o Candomblé”.
Pai Benedito também dizia:
“Filhos, a Umbanda é maior que todos os Umbandistas juntos, pois ela é uma religião, e, como tal, sempre abrigará novos fiéis, mostrando a todos que é em si um mistério de Deus, apto a abrigar em seu seio (templos) quantos a procurarem e a adotarem como sua „guia‟ terrena nos caminhos que nos conduzem a Deus”.
Pai Benedito também nos alertava sempre sobre o fato de que, caso alguém quisesse se arvorar em “papa” da Umbanda ou chamasse para si a posse dela, dos seus conceitos e da sua doutrina, logo se veria tão assoberbado que se calaria e se recolheria ao silêncio sepulcral do seu intimo, já que a Umbanda não tem um dono ou papa.
Pai Benedito também nos dizia: “Filhos, a Umbanda é uma religião mediúnica e, como tal, dispensa templos suntuosos, pois onde houver um médium lá estará um dos seus „templos vivos‟, através do qual a religião fluirá em todo seu esplendor. Portanto, sejam bons e bem esclarecidos médiuns, porque serão a religião”.
Tantas foram as coisas ditas a nós por Pai Benedito de Aruanda que é impossível recordar todas neste momento que escrevo a apresentação deste livro.
Mas se de algumas me recordo é para salientar a sapiência desse nosso amado irmão Preto-Velho que sempre nos alertava: “Filhos, Deus é a verdade e é a fonte divina de todos os mistérios. Só Ele realmente sabe! Quanto a todos nós, espíritos mensageiros e médiuns, somos apenas intérpretes d‟Ele e dos Seus mistérios, dos quais temos nossas versões e nada mais”. Logo, caso lhes digam: Esta é a verdade final sobre Deus e sobre seus mistérios – fiquem alerta porque ali estará alguém fazendo proselitismo em causa própria ou é mero especulador.
Se relembro os alertas de Pai Benedito de Aruanda, dados quando ele psicografava através de mim, é porque ele sempre foi um critico ardente de muitos dos comentários sobre os Orixás...
Ele não poupava ninguém quando o assunto era os Orixás e até nos dizia: “Filhos, hoje estão surgindo pessoas, cheias de soberba e sapiência, arvorando-se em arautos do saber sobre os orixás...”
“Lembrem-se”, alertava-nos Pai Benedito, “que orixá é mistério de Deus! E, como tal, assume as feições humanas que lhe dermos. Mas lembrem-se também: existe uma Ciência Divina que explica os mistérios dos orixás de forma científica e, em vez de recorrer aos seus aspectos míticos, os decifra e os ensina através das qualidades divinas que cada um é em si mesmo”.
“Na „ciência divina‟ está a chave para decifrar os mistérios dos orixás, filhos de Umbanda!” [...] pp.7-9
– alertava-nos Pai Benedito de Aruanda,
“Na ciência divina existe uma ciência dos entrecruzamentos que nos explica cada orixá cultuado nas religiões africanas puras ou afro-brasileiras.”
Pai Benedito sabia das coisas que nós não conhecíamos, mas que o tempo se encarregou de nos mostrar.

AUTONOMIA DA RELIGIÃO
Todos os terreiros de Umbanda cultuam os “Orixás” e é neles que fundamentamos a Teogonia de Um-banda, apresentada a todos agora, quase um século após o marco fundamental dela, lançado pelo senhor Caboclo das Sete Encruzilhadas através do seu médium Zélio Fernandino de Morais.
Se todos os umbandistas cultuam Olorum, Oxalá, Ogum, Oxóssi, Xangô, Iemanjá, Oxum, Nana, Obaluaê, Omulu, Oxumaré, Exu, etc., então temos uma teogonia fundamental derivada dos povos “nagôs”, só que adaptados à nossa visão e entendimento, à nossa religião e modo de cultuá-los.
Para cultuarmos os Orixás não precisamos pedir licença a ninguém, muito menos aos nossos irmãos cultuadores deles no Candomblé.
- Os primeiros cristãos não pediram licença aos sábios do Templo de Jerusalém para iniciar o cristianismo, fundamentado no Velho Testamento e na renovadora mensagem de Jesus Cristo.
- Os primeiros budistas não pediram licença aos seus pares orientais para iniciar sua religião.
- O profeta Maomé não foi à Jerusalém pedir licença para iniciar o islamismo, fundamentado no Velho Testamento e na mensagem recebida por ele do Arcanjo que o incumbiu de fundar uma nova religião.
- A igreja ortodoxa grega não pediu licença a Roma para seguir seu próprio caminho. Apenas se separou dela, e pronto.
- Os primeiros protestantes da Europa não fundaram o protestantismo (e seus vários segmentos) com o aval da igreja de Roma, mas como uma dissidência a ela e um contraponto ao seu dogmatismo interesseiro e opressor do livre arbítrio dos seus fiéis. Assim tem sido com todas as religiões no decorrer dos tempos e não seria diferente com a Umbanda, pois foi um Caboclo, expulso de uma “casa kardecista” e tachado de “Egum” no Candomblé, que sem pedir licença a qualquer religião e sacerdote disse que ali se iniciara uma nova religião, a Umbanda, e ponto final.
Que nos critique e vilipendie quem quiser, mas um dia todos serão “Eguns” e só encontrarão o vazio dos vazios ao desencarnarem, porque das coisas divinas só Olorum é Senhor.
Quanto a nós, espíritos encarnados ou desencarnados, somos seus beneficiários, e nós, os umbandistas, temos a nossa interpretação deles e a forma de cultuá-Lo que, se é diferente do Candomblé, e a nossa interpretação e forma.
Respeite-as quem quiser e aceite-as como válidas também quem for sábio.
Quanto aos que não respeitam nossas interpretações e não aceitam nossa forma de cultuá-Lo, que cuidem dos seus rebanhos porque do rebanho umbandista cuidamos nós, os sacerdotes umbandistas.
No livro Lendas da Criação, o autor apresenta uma nova leitura da mitologia dos orixás, fundamentada na Ciência dos Orixás, de uma forma inusitada, sob a psicografia, surge um novo estilo literário. Aparecem longos discursos em diálogos, com toques de humor e ironia, nos quais figuram os Orixás. Pode-se dizer que três personagens roubam a cena, são eles Exu, Pomba-Gira e Exu-Mirim. Os três se movimentam com mesma desenvoltura e no mesmo nível dos outros Orixás, e mais uma novidade: Pomba-gira e Exu-mirim assumem o status de Orixá. O autor explica que há tronos, divindades, no astral, responsáveis por estas duas entidades. E que assim como a entidade Exu tomou o nome do Orixá Exu para se identificar, pode-se tomar o nome da entidade (Exu-mirim ou Pomba-gira) para identificar o Orixá correspondente. E para oferecer mais e melhores explicações publicou os títulos Orixá Pomba-gira e Orixá Exu Mirim. Rubens é também o primeiro autor a dedicar um livro a Exu-mirim, mais um dos elementos tão discutidos e pouco conhecido dentro da Umbanda.

Livro de Exu: O Mistério Revelado
Este Livro é parte da Teologia de Umbanda Sagrada. Portanto, deve ser lido com atenção e estudado com afinco, pois, a partir do seu entendimento, o Mistério Exu assumirá seu verdadeiro lugar na criação divina e seu grau natural, tanto na magia quanto nas hierarquias cósmicas da Lei Maior, como regente dos carmas coletivos e individuais, os quais são trabalhados no plano material, onde são transmutados, esgotados ou anulados.
Seiman Hamiser yê (Ogum Megê “Sete Espadas”)

O Guardião da Meia Noite
Quando comecei a receber a inspiração para escrever este livro, preparei-me mentalmente, pois Pai Benedito de Aruanda havia me dito: “Vou historiar uma experiência fascinante de um velho amigo seu, que pagou o preço do desafio às leis eternas do amor e da compreensão”... contemos a fascinante história do Guardião da meia-Noite. Fascinante porque nos revela, de modo humano, o estranho desenrolar da vida desse personagem que tinha tudo para ter uma vida tranquila, mas que, infelizmente, pela forma como agiu, provocou o seu próprio tormento, mesmo depois de morto seu corpo carnal.
O Guardião da Meia-Noite é o personagem real que mais coragem teve em nos contar sua terrível história. Hoje ele é um dos melhores servidores da Luz da Lei.

Os Guardiões dos Sete Portais:
Hash-meir e o Guardião das Sete Portas
Minha mente, como por mágica, volta ao passado – milênios atrás – para trazer ao presente uma história que é baseada só nos princípios da magia sagrada do grande circulo do grande oriente.
Busca num tempo que não há registros históricos, mas é aí em que se encontram todos os fundamentos de quase todas as grandes religiões atuais. Situa-se num tempo em o que hoje tratamos pelo termo magia é apenas um fraco arremedo do passado. Os que hoje se denominam grandes magos, são apenas sombras de um passado, oculto e esquecido pela humanidade.
Talvez seja melhor que seja assim, que os magos atuais já não possuam o mesmo poder, pois era um tempo em que os homens acumulavam grandes poderes sobre o mundo sobrenatural. Era um tempo em que os guardiões dos mistérios sagrados viviam em constante combate com as poderosas forças das trevas.
Foi dessa época que nos chegaram fragmentos para compor esta obra que, com certeza despertará o interesse dos que apreciam o ocultismo e por meio dele tentam encontrar suas origens, seu ancestral místico, suas histórias esquecidas pelo sucessivo ir e vir do espírito eterno nas suas reencarnações.
Foi assim, buscando no passado já esquecido, que encontramos Hash-Meir, um mago do grande círculo do grande oriente que desde o nascimento foi preparado para enfrentar e vencer Ptal, a encarnação do Grande Guardião das Sete Portas das Trevas.
Hash-Meir ora caminha na luz, ora nas trevas, mas sempre com um objetivo: vencer Ptal, o que vinha das trevas para destruir os Templos onde reinava a luz.

Guardião Sete: O Chanceler do Amor
Este livro não deve ser lido e entendido só como um romance espiritual porque todas as vivências do seu personagem principal são descrições romanceadas de iniciações e dos campos em que elas acontecem e são aplicadas.
Em momento algum o leitor deve se ater ao sentido literal das palavras porque o que aqui lerão serão descrições “veladas” de mistérios da criação, proibidos de serem revelados abertamente ao plano material da vida.
Esperamos que “os que têm olhos para ver” vejam um pouco mais além do que esta narrativa já está revelando e comecem a entender que os mistérios divinos abrangem muito mais do que o campo que já foi aberto pela literatura espiritualista...
Este livro vem a somar-se a uma série iniciada com Hash-meir e estendida com a série “Guardiões”, tais como: O Guardião da Meia Noite, O Guardião das Sete Portas, O Guardião Tranca Ruas, O Guardião das Sete Encruzilhadas, O Guardião do Fogo Divino, etc.
Todos os livros acima citados têm algo em comum: são descrições de vivências de guardiões que atuam sobre espíritos caídos nas trevas da ignorância...

O Guardião dos Caminhos
O Senhor Tranca-Ruas e outros Senhores Exus Guardiões têm insistido comigo para que psicografe suas histórias, pois só assim os médiuns umbandistas, os espíritas e os espiritualistas, em geral, saberão realmente o que é “Exu”: mistério da Lei e da Vida...
Compreensão: eis a chave de acesso ao mistério que, na Umbanda Sagrada, recebe o nome de Exu. Sempre polêmico, Exu é o ser humano por excelência, já que pensa e age como nós, os encarnados. Ele ama e odeia, deseja e sente vontades, luta e reluta, ganha e perde, vence e é derrotado, dá e tira. Enfim, ele é o espírito que está mais próximo dos encarnados.
Hoje, compreendo Exu, embora já tenha tido várias dúvidas sobre essa tão controvertida entidade da Umbanda. Uma delas referia-se ao fato de que todos os temidos Exus Tranca-Ruas, que baixavam em nosso modesto Centro, mostravam-se sempre amigos. Desmanchavam trabalhos sem nada pedir em troca até se ofereciam para que a eles eu recorresse, caso me sentisse ameaçado por espíritos rebeldes do baixo astral. Naquela época, isso me intrigava muito, pois não eram só os Tranca-Ruas que assim procediam; outros Exus de Lei também se colocavam à minha disposição, caso me sentisse ameaçado.
Anos e anos se passaram e muito fui aprendendo sobre o mistério Exu. E se o Senhor Tranca-Ruas hoje confia sua biografia a mim, hoje também sei a razão dessa confiança: compreensão. Compreendo o mistério Exu e Exu me compreende; logo a compreensão é mutua. Assim, espero que o leitor desta história verdadeira desarme seu espírito de possíveis restrições que possa ter em ralação a Exu, pois a biografia do Senhor Tranca-Ruas é, talvez, a mais humana e encantadora de todas as que já psicografei nestes anos todos.
Tenham uma boa leitura e creiam que facilmente compreenderão o fascinante mistério Exu.
A quantidade de livros e revelações no obra de Rubens Saraceni é algo que parece não ter fim, já foram publicados mais de 50 títulos, apenas a quantidade e a malha de relações que há entre eles já é algo que nos chama a atenção. Única e exclusivamente por este fato já lhe deve ser dado mérito pela dedicação, no entanto, por conceitos reveladores também o reconhecemos pela coragem, mas é justamente pela inspiração pela psicografia que vem seu maior mérito em publicar obras que nos auxiliam a compreender a Umbanda de um ponto de vista astral. Sabemos que há livros de leitura mais fácil e outros nem tanto. Que há livros aos quais se tem necessidade de já ter lido outros títulos anteriormente para uma melhor compreensão de seus conceitos, assim como há romances que são lidos com maior propriedade por quem já está inserido neste universo. A quem vai ingressar nesta literatura, recomendo começar pelos romances O Guardião da Meia Noite e Cavaleiro da Estrela da Guia, para então passar aos doutrinários, dos quais recomendo iniciar-se com os volumes mais “fininhos”, como Umbanda Sagrada, Os Arquétipos da Umbanda, Rituais Umbandistas e As Sete Linhas de Umbanda. Após esta leitura tornam-se mais acessíveis títulos de maior profundidade, como Código de Umbanda, Gênese de Umbanda ou Lendas da Criação.
Confira todos os títulos atualizados de Rubens Saraceni no site: www.madras.com.br, veja também o apêndice Rubens Saraceni.

3 comentários:

  1. Rubens Saraceni,procedentemente,pode ser tido,de fato,como a MAIOR AUTORIDADE ATUAL em Umbanda. Há outros ótimos escritores e médiuns psicógrafos,mas neste autor encontramos,realmente,um conhecimento imenso,gigantesco,até,mercê de sua grandiosidade mediunidade psicográfica e de seu conhecimento teo-prático,isto é, teórico e prático acerca do portentoso e mirífico Sacerdócio naturalista que,em essência,é a Umbanda.É lamentável que ela,a Umbanda realmente sagrada,ainda seja como que uma lixeira onde egos doentes despejem todo tipo de detrito/atrito de psiquismos mais ou menos desequilibrados e descalibrados - porém,graças a Deus - GRAÇAS A DEUS MESMO!!! - há muitos bons praticantes dentro da Umbanda,e estes merecem-nos total respeito e apreço,bem como os cultos de Nação,tudo isso voltado que seja SEMPRE para o Bem e a Luz. Pela indefectível Lei da Evolução,felizmente, o que precisar ser saneado,transcodificado,modificado, sê-lo-á,até porque,em essência,Umbanda é,sim,a religiosidade do religioso e é grandioso,prócero sacerdócio de feição universalista e alcance kósmico. SARAVÁ,UMBANDA, AUMBHANDAN,M'BANDA, SACERDÓCIO-LUZ!!!

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  2. Rubens S. muito me impressiona li muitos de seus livros o ultimo Os Guardioes da lei divina me surpreendeu em tudo muito bom.

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  3. Decepcionante o livro Código da Umbanda, queria estudar a Umbanda mas nele mais encontrei críticas, comparações e julgamentos ao invés de aprendizado que tanto buscava, me soa mais uma escrita de um escritor egocêntrico do que uma entidade iluminada.

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