quarta-feira, 17 de março de 2010

ESCRAVO NÃO!


KAWO KABIECILE!!!!

Há muito tempo sou frequentador e praticante da Umbanda. Pra falar a verdade, praticamente desde que nasci, pois, meu pai tinha um terreiro nos fundos de nossa casa em Porto Alegre. Já vi de tudo o que se possa imaginar em terreiros de Umbanda e, até mesmo, em alguns que pretensamente se dizem de Umbanda.
Uma coisa que sempre deixou-me muito intrigado era a forma como, em alguns lugares, eram denominados alguns exus ou até mesmo outros espíritos trabalhadores: escravos.
Segundo o dicionário Michaelis, escravo é aquele "1.que vive em absoluta sujeição a um senhor. 2. Que, ou aquele que está dominado por uma paixão ou qualquer força moral. Escravo dos seus deveres. 3.Servo: criado, doméstico, serviçal.
"

Na Wikipedia, temos no primeiro parágrafo da definição de escravidão, o seguinte texto: "A escravidão (denominada também escravismo, escravagismo e escravatura) é a prática social em que um ser humano tem direitos de propriedade sobre outro designado por escravo, ao qual é imposta tal condição por meio da força. Em algumas sociedades desde os tempos mais remotos os escravos eram legalmente definidos como uma mercadoria. Os preços variavam conforme as condições físicas, habilidades profissionias, sexo, a idade, a procedência e o destino".

Ora, os Orixás e os guias de luz (caboclos, pretos velhos, exus, crianças, ciganos etc) que são seus mensageiros, são seres evoluidíssimos e, portanto, não usariam tal termo e, muito menos, praticariam a hierarquia umbandista de tal forma.
A Umbanda tem leis sim, mas, os espíritos de luz que nela labutam sabem quais são e como devem exercer suas funções sempre na busca da evolução do planeta e do universo em nome do amor, da ética e do bem comum.
É preciso que comecemos a tomar consciência de que, ao contrário do que andam dizendo em alguns lugares, Exu não é escravo de Preto Velho. São trabalhadores, atuam dentro da lei e seguem uma hierarquia, mas, sem ego, sem vaidade. A hierarquia umbandista nada tem a ver com a hierarquia da empresa onde você trabalha. Em hipótese alguma um Orixá, Preto Velho ou Caboclo usará dessa hierarquia para pisar em alguém.
Também é importante ressaltar que vivemos tempos tenebrosos quando os negros foram escravizados no Brasil, no mundo. Então, se os Pretos Velhos por exemplo, seres evoluidíssimos, praticassem esta mesma heresia no astral, de evoluídos nada teriam e a Umbanda não teria este nome, pois, não passaria de um ritual macabro. Aliás, como já disse, tem muito lugar pretensamente umbandista por aí que, na verdade, está mesmo é "quiumbando"*. Mas, há também os lugares onde as pessoas praticam o bem, porém, por desconhecimento usam este termo, entre outras práticas equivocadas oriundas da falta de estudo.
É por isso que, a partir de agora, neste Blog de Xangô Aganju, bateremos insistentemente nessa tecla: o estudo é essencial para os umbandistas. Se formos pesquisar, veremos que uma minoria estuda na Umbanda. Os dirigentes de Casas de Umbanda, não incentivam seus médiuns, não exigem que estudem. Muitos desses dirigentes, aliás, não têm interesse nisso, ou por que também não estudaram ou por que querem manter o controle sobre os médiuns numa prática quase terrorista. E mitificam, contam histórias infundadas, mas, isso já é uma outra conversa, para um artigo futuro.
E nossa luta também é esta: a Umbanda está passando por uma reciclagem, há autores ótimos, pesquisem. O estudo é essencial, pois, sem ele, o trabalho muitas vezes pode ser feito de forma equivocada.
Continuaremos em breve.

SARAVÁ!!!!

* Segundo Wikipedia, Quiumbas são espíritos trevosos ou obsessores, são espíritos que se encontram desajustados perante à Lei, provocando os mais variados distúrbios morais e mentais nas pessoas, desde pequenas confusões, até as mais duras e tristes obsessões. São espíritos que comparecem na prática do mal, apenas por sentirem prazer ou por vinganças calcadas no ódio doentio. Aguardando, enfim, que a Lei os "recupere" da melhor maneira possível (voluntária ou involuntariamente). Vivem no baixo astral, onde as vibrações energéticas são densas. Este baixo astral é uma enorme egrégora formada pelos maus pensamentos ou atitudes dos espíritos encarnados ou desencarnados. Sentimentos baixos, vãs paixões, ódios, rancores, raiva, vingança, sensualidade desenfreada, vícios de toda estirpe, alimentam esta faixa vibracional e os Quiumbas se comprazem nisso, já que sentem-se mais fortalecidos.

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