Invariavelmente, vemos e ouvimos experientes médiuns e dirigentes espirituais umbandistas
(e sempre se orgulham disso) declararem que em seus trabalhos não utilizam-se
do fumo (cigarros, charutos ou cachimbos) e/ou da bebida alcoólica.
Argumentam que estão “doutrinando” seus guias. Ou seja, o
próprio umbandista corrobora para a tese preconceituosa de que, na nossa
religião, os espíritos são atrasados.
Deixo aqui uma declaração pessoal para que você reflita:
eu, André Cozta, tivesse em algum momento, em todos esses anos, percebido um
arremedo de atraso que fosse, por parte dos guias espirituais umbandistas, com
certeza, já não estaria mais praticando esta religião que me foi dada no berço.
Fiz esta colocação nos três primeiros parágrafos deste
texto, exatamente a fim de introduzir o que pretendo abordar nele: o estudo na
Umbanda.
Por que, neste primeiro século de existência da nossa
religião, não foram poucos os lugares e momentos em que se apregoou o
anti-estudo, alegando-se sempre que na prática tudo aprendemos.
Ora, se eu não tivesse aprendido a datilografar aos meus
14, 15 anos, aproximadamente, levaria, com certeza, uma hora ou perto disso
para digitar este texto, o que faço, normalmente em, no máximo, quinze minutos.
Se eu não tivesse sido alfabetizado na tenra idade, como poderia aprender a
digitar, ao menos (mesmo sem cursar datilografia), sem base alguma?
Pois bem, ao longo destas minhas pouco mais de quatro
décadas de vida, infelizmente, tenho visto muito disso na Umbanda. A pregação
de que a prática ensina tudo. Só que, a prática sem embasamento algum, acaba distorcendo
muitas coisas dentro da lida religiosa, se não todas.
Vamos parar para refletir um pouco: se eu, médium
umbandista, pego um cigarro que me foi intuído pelo meu Malandro, mais a
cerveja e vou para o trabalho inseguro, pouco ou nada sabendo para que aquilo
serve, como deverá trabalhar o meu guia? Bloqueado, travado, com certeza!
Porém, se eu souber, por exemplo, que o elemento fumo é
estabilizador, transmutador, que está sob a irradiação da Evolução (Pai
Obaluayê), que é um elemento terra-água, que, ao manipulá-lo, o guia, além de
estar “defumando” o consulente, a mim mesmo e ao ambiente, está manipulando
cinco dos sete elementos: vegetal (expansor), terra (transmutadora,
estabilizadora), água (vivificadora, purificadora, mobilizadora) ar (ordenador
e direcionador) e fogo (equilibrador, consumidor de negativismos, energizador e
purificador)... como fluirá o trabalho do guia? Solto, leve e cumprirá suas
devidas funções naquele tratamento.
O princípio básico de estudos na Umbanda deve ser, na
minha modesta opinião, a observação. Como deve ser no estudo de qualquer
ciência (a Umbanda assim é, bem como todas as religiões, que manifestam de
alguma forma, a Ciência Maior, que é a Ciência Divina).
Observar, analisar, avaliar, anotar (no papel ou
mentalmente) os movimentos e seus resultados.
Aliado a este movimento prático, fundamental e necessário
em qualquer estudo, o umbandista deve buscar o conhecimento através dos livros
já colocados à nossa disposição aqui no plano material pelos Mestres Dirigentes
do Ritual de Umbanda Sagrada.
Assim, perceberá, em pouco tempo, um salto de qualidade,
tanto no seu conhecimento acerca da religião, já expandido, como na sua
prática, na manifestação dos seus guias espirituais.
Umbanda não é “fenomenologia”, é uma religião por que nos
religa a Deus Pai através da Natureza Mãe e de suas Divinas Hierarquias (os
Sagrados Orixás). E também é uma Ciência, por que nos mostra, o tempo todo, a
partir da sua simplicidade, que simples é a Criação, manifestada matematicamente
na Ciência Criadora de Deus Pai.
Portanto, neste texto breve, simples e escrito com o
coração, quero propor a todos os irmãos e irmãs umbandistas, que ainda não
acessaram a chave do conhecimento da nossa religião, que repensem sobre isso,
se repensem e, através do estudo, recomecem suas caminhadas.
E que o Divino Pai Oxalá, assim como todos os Sagrados
Orixás, vos iluminem sempre!
SARAVÁ!!!!!!!
É realmente importante estudarmos e assim, saber o por quê, de estar fazendo tal trabalho e usando tal coisa!!!
ResponderExcluirSe for válido, gostaria de expressar aqui também, a minha opinião, sobre certos materiais de trabalho. Quando um guia pede tal coisa para o trabalho ser feito (ex: charuto, cachaça, vinho, etc..) devemos ter em mente a qualidade do produto a ser ofertada! Ao meu ver, quanto mais natural e puro for o produto, mais energias ele gera e o guia pode trabalhar melhor!!! Flui com mais facilidade e força! Sei que em muitos casos, a pessoa não tem condições de comprar um produto melhor, devido ao elevado preço em muitos lugares, por isso acaba levando o mais em conta. Mas, pensem sobre isso. É apenas a minha opinião!!!