quinta-feira, 15 de novembro de 2012

Refletiu A Luz Divina- Por André Cozta




 Mal sabiam os presentes àquela cerimônia na sede da Federação Espírita, em Niterói-RJ, no histórico dia 15 de novembro de 1908, que ali ocorreria um evento que mudaria os rumos da Fé no Brasil.
Data histórica, em que se comemorava a proclamação da República em nosso país. E justamente naquele dia, era instituída naquele local, uma Religião que viria, como disse o Senhor Caboclo das 7 Encruzilhadas, para ser “a manifestação do espírito para a caridade”.
Pai Zélio Fernandino de Moraes, já há algum tempo, manifestava a sua mediunidade, causando estranheza a seus parentes e à comunidade onde vivia, à época, na cidade de São Gonçalo-RJ. E o que acontecia com ele, também acontecia com muitos outros médiuns, nos 4 cantos deste país continental. E não encontravam esteio para suas manifestações mediúnicas.
Então, parece obvio, que os Mestres Magos da Luz  dirigentes da nossa Religião, encontraram nela, a solução para tal “problema”.
E, se aquele evento que habita o íntimo de todos os umbandistas até hoje, foi um marco para a Fé neste país (exatamente, porque anunciou uma religião que viria falar ao povo, através do povo, ou seja, de arquétipos historicamente discriminados em nossa sociedade- como o negro e o índio, por exemplo-), trouxe também, uma nova esperança à Fé das pessoas.
Nascia, em solo brasileiro, uma manifestação de Fé em Deus que, na sua origem, abraçaria a todos sem qualquer tipo de discriminação.
Uma Religião que passou a atuar, daquele momento em diante, no tempo, como o grande remédio para a cura das feridas adquiridas pelos espíritos humanos durante as suas jornadas. Mas, também no tempo, esta religião seria (e realmente  tem sido, ao longo da história recente), uma aceleradora das evoluções daqueles que a procuram, uma bloqueadora de muitos males que assolam a vida das pessoas e uma orientadora  àqueles que sentem necessidade  de renovarem-se e trilhar corretamente o caminho que leva de volta aos braços do Pai Maior e Divino Criador Senhor Deus.
Mas, voltando ao evento de fundação da nossa Sagrada Umbanda:  naquela data, que foi e sempre será um marco para a Fé do povo brasileiro, em dado momento, Pai Zélio anunciou que “faltava uma flor” naquele ambiente.  Levantou-se, foi ao jardim e voltou com uma rosa, que colocou à mesa.
Aquele ato, simbolizava Fé e Amor, 1º  e    Sentidos da Vida, 1ª  e    Linhas de Umbanda, manifestadas já nos primeiros instantes da nossa Sagrada Religião no plano material
 Além disso, anunciava-se ali uma doutrina espiritualista, cultuadora de Deus Pai através da Natureza Mãe e das Divindades manifestadoras de Seus Poderes Divinos, os Sagrados Orixás.
Sempre que penso sobre este evento, fico  imaginando a “balbúrdia” que o mesmo deve ter provocado nas mentes e corações daqueles que  encontravam-se presentes àquele ambiente.
Esta “tal” Umbanda, anunciada por um Mestre Excelso, o Sr. Caboclo das 7 Encruzilhadas, já habitava o íntimo dos brasileiros.
Uma prova concreta disso, foi  o segundo dia de manifestação da nossa Religião, em 16 de novembro de 1908, na casa de Pai Zélio Fernandino de Moraes (recentemente destruída), em São Gonçalo-RJ.
Naquela data também histórica (onde aconteceu a primeira sessão ou “gira” de Umbanda), às 20h, uma multidão encontrava-se à frente da casa de Pai Zélio. E, usando um termo comum àquela época e apropriado para o momento, alguns “milagres” ocorreram naquela modesta residência.
Porém, os “milagres” que aconteceram naquela noite, nada mais eram do que trabalhos de Magia e Cura, comuns até hoje, diariamente, nos Templos Sagrados de Umbanda por este Brasil afora.
A fundação (ou a “oficialização”) da Umbanda no plano material (após seu amadurecimento no plano astral, por Mestres Magos da Luz que  nos orientam nos trabalhos religiosos) foi, naquele momento, o alicerce de um movimento de fé (muito mais do que religioso, um movimento de fé é aquele que trabalha pela evolução humana sem “prender” quem quer que seja a seus dogmas) que servirá de base e apoio para a Nova Era que se avizinha.
O grande marco da espiritualidade renovada no planeta, de agora em diante, chama-se Umbanda.
Sei que serei chamado por muitos de ousado, presunçoso ou outras qualidades do gênero. Mas, a história comprovará esta minha convicção.
Aos irmãos umbandistas, nesta data comemorativa, sugiro que lembrem-se sempre com amor de Pai Zélio Fernandino de Moraes. Um homem humilde, manifestador primeiro de uma religião que fala para os humildes e tem na humildade sua maior bandeira. E também, reverenciem sempre em seus trabalhos religiosos o Senhor Caboclo das 7 Encruzilhadas, o Mestre Mensageiro deste movimento religioso, a nossa Sagrada Umbanda.
Fé, Amor, Conhecimento, Equilíbrio, Ordenação, Transmutação e Criatividade: 7 Linhas de Umbanda, 7 Sentidos da Vida, 7 Luzes Divinas.
Em 15 de novembro de 1908, parafraseando nosso belo hino, “refletiu a luz divina, com todo o seu esplendor”... refletiram-se as 7 Luzes Divinas: a Luz da Fé, a Luz do Amor, a Luz do Conhecimento, a Luz da Justiça, a Luz da Lei, a Luz da Evolução e a Luz da Geração e da Vida.
Que todos nós, umbandistas, banhemo-nos sempre nestas 7 Luzes, as 7 Linhas da nossa Religião e, através delas e da mensagem deixada a nós, pelo Mestre Caboclo das 7 Encruzilhadas, possamos abarcar nossos irmãos, conduzindo-os na senda reta evolutiva, como deseja e quer o Divino Olorum, nosso Pai Maior e Criador.

Laroiê, Senhor Exu! Laroiê, Senhora Pombagira! Laroiê, Senhor Exu Mirim!

Epa Babá, Pai Oxalá! Salve Mãe Oiá, Senhora do Tempo! Oraieiê Ô, Mãe Oxum! Oribobô, Pai Oxumaré! Okê Arô, Pai Oxossi! Akiroobayê, Mãe Obá! Kaô Kabiecile, Pai Xangõ! Epa Hei, Mãe Yansã! Ogum Yê, Meu Pai, Senhor da Lei! Kali Yê, Mãe Egunitá! Atotô, Pai Obaluayê! Saluba, Mãe Nanã! Odoyá, Mãe Yemanjá! Omulu Yê, Tatá!

Saravá a todos os Guias Espirituais, Mestres Magos da Luz da direita e da esquerda!
Saravá a todos os irmãos umbandistas!
Saravá Umbanda Sagrada!

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