Mal sabiam os
presentes àquela cerimônia na sede da Federação Espírita, em Niterói-RJ, no
histórico dia 15 de novembro de 1908, que ali ocorreria um evento que mudaria
os rumos da Fé no Brasil.
Data histórica,
em que se comemorava a proclamação da República em nosso país. E justamente
naquele dia, era instituída naquele local, uma Religião que viria, como disse o
Senhor Caboclo das 7 Encruzilhadas, para ser “a manifestação do espírito para a
caridade”.
Pai Zélio
Fernandino de Moraes, já há algum tempo, manifestava a sua mediunidade,
causando estranheza a seus parentes e à comunidade onde vivia, à época, na
cidade de São Gonçalo-RJ. E o que acontecia com ele, também acontecia com
muitos outros médiuns, nos 4 cantos deste país continental. E não encontravam
esteio para suas manifestações mediúnicas.
Então, parece
obvio, que os Mestres Magos da Luz
dirigentes da nossa Religião, encontraram nela, a solução para tal
“problema”.
E, se aquele
evento que habita o íntimo de todos os umbandistas até hoje, foi um marco para
a Fé neste país (exatamente, porque anunciou uma religião que viria falar ao
povo, através do povo, ou seja, de arquétipos historicamente discriminados em
nossa sociedade- como o negro e o índio, por exemplo-), trouxe também, uma nova
esperança à Fé das pessoas.
Nascia, em solo
brasileiro, uma manifestação de Fé em Deus que, na sua origem, abraçaria a
todos sem qualquer tipo de discriminação.
Uma Religião que
passou a atuar, daquele momento em diante, no tempo, como o grande remédio para
a cura das feridas adquiridas pelos espíritos humanos durante as suas jornadas.
Mas, também no tempo, esta religião seria (e realmente tem sido, ao longo da história recente), uma
aceleradora das evoluções daqueles que a procuram, uma bloqueadora de muitos
males que assolam a vida das pessoas e uma orientadora àqueles que sentem necessidade de renovarem-se e trilhar corretamente o
caminho que leva de volta aos braços do Pai Maior e Divino Criador Senhor Deus.
Mas, voltando ao evento de fundação da nossa Sagrada
Umbanda: naquela data, que foi e sempre
será um marco para a Fé do povo brasileiro, em dado momento, Pai Zélio anunciou
que “faltava uma flor” naquele ambiente.
Levantou-se, foi ao jardim e voltou com uma rosa, que colocou à mesa.
Aquele ato, simbolizava Fé e Amor, 1º e
2º Sentidos da Vida, 1ª e 2ª Linhas de Umbanda, manifestadas já nos
primeiros instantes da nossa Sagrada Religião no plano material
Além disso, anunciava-se ali uma doutrina espiritualista,
cultuadora de Deus Pai através da Natureza Mãe e das Divindades manifestadoras
de Seus Poderes Divinos, os Sagrados Orixás.
Sempre que penso sobre este evento, fico imaginando a “balbúrdia” que o mesmo deve ter
provocado nas mentes e corações daqueles que
encontravam-se presentes àquele ambiente.
Esta “tal” Umbanda, anunciada por um Mestre Excelso, o
Sr. Caboclo das 7 Encruzilhadas, já habitava o íntimo dos brasileiros.
Uma prova concreta disso, foi o segundo dia de manifestação da nossa
Religião, em 16 de novembro de 1908, na casa de Pai Zélio Fernandino de Moraes
(recentemente destruída), em São Gonçalo-RJ.
Naquela data também histórica (onde aconteceu a primeira
sessão ou “gira” de Umbanda), às 20h, uma multidão encontrava-se à frente da
casa de Pai Zélio. E, usando um termo comum àquela época e apropriado para o
momento, alguns “milagres” ocorreram naquela modesta residência.
Porém, os “milagres” que aconteceram naquela noite, nada
mais eram do que trabalhos de Magia e Cura, comuns até hoje, diariamente, nos
Templos Sagrados de Umbanda por este Brasil afora.
A fundação (ou a “oficialização”) da Umbanda no plano
material (após seu amadurecimento no plano astral, por Mestres Magos da Luz que
nos orientam nos trabalhos religiosos)
foi, naquele momento, o alicerce de um movimento de fé (muito mais do que
religioso, um movimento de fé é aquele que trabalha pela evolução humana sem
“prender” quem quer que seja a seus dogmas) que servirá de base e apoio para a
Nova Era que se avizinha.
O grande marco da espiritualidade renovada no planeta, de
agora em diante, chama-se Umbanda.
Sei que serei chamado por muitos de ousado, presunçoso ou
outras qualidades do gênero. Mas, a história comprovará esta minha convicção.
Aos irmãos umbandistas, nesta data comemorativa, sugiro
que lembrem-se sempre com amor de Pai Zélio Fernandino de Moraes. Um homem
humilde, manifestador primeiro de uma religião que fala para os humildes e tem
na humildade sua maior bandeira. E também, reverenciem sempre em seus trabalhos
religiosos o Senhor Caboclo das 7 Encruzilhadas, o Mestre Mensageiro deste
movimento religioso, a nossa Sagrada Umbanda.
Fé, Amor, Conhecimento, Equilíbrio, Ordenação,
Transmutação e Criatividade: 7 Linhas de Umbanda, 7 Sentidos da Vida, 7 Luzes
Divinas.
Em 15 de novembro de 1908, parafraseando nosso belo hino,
“refletiu a luz divina, com todo o seu esplendor”... refletiram-se as 7 Luzes
Divinas: a Luz da Fé, a Luz do Amor, a Luz do Conhecimento, a Luz da Justiça, a
Luz da Lei, a Luz da Evolução e a Luz da Geração e da Vida.
Que todos nós, umbandistas, banhemo-nos sempre nestas 7
Luzes, as 7 Linhas da nossa Religião e, através delas e da mensagem deixada a
nós, pelo Mestre Caboclo das 7 Encruzilhadas, possamos abarcar nossos irmãos,
conduzindo-os na senda reta evolutiva, como deseja e quer o Divino Olorum,
nosso Pai Maior e Criador.
Laroiê, Senhor Exu! Laroiê, Senhora Pombagira! Laroiê,
Senhor Exu Mirim!
Epa Babá, Pai Oxalá! Salve Mãe Oiá, Senhora do Tempo!
Oraieiê Ô, Mãe Oxum! Oribobô, Pai Oxumaré! Okê Arô, Pai Oxossi! Akiroobayê, Mãe
Obá! Kaô Kabiecile, Pai Xangõ! Epa Hei, Mãe Yansã! Ogum Yê, Meu Pai, Senhor da
Lei! Kali Yê, Mãe Egunitá! Atotô, Pai Obaluayê! Saluba, Mãe Nanã! Odoyá, Mãe
Yemanjá! Omulu Yê, Tatá!
Saravá a todos os Guias Espirituais, Mestres Magos da Luz
da direita e da esquerda!
Saravá a todos os irmãos umbandistas!
Saravá Umbanda Sagrada!
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