quarta-feira, 30 de setembro de 2009
SARAVÁ XANGÔ!!!!
KAWO KABIECILE!!!!
KAWO KABIECILE!!!!
KAWO KABIECILE!!!!
KAWO KABIECILE!!!!
Nunca suportei injustiças. Ainda muito criança, gostava de estar próximo àqueles que tinham menos oportunidades. Este foi o primeiro indício de que eu era um filho de Xangô.
Mas, mesmo possuindo uma forte admiração por este Orixá, nunca identifiquei-me com a imagem de Agodô (Xangô Velho). Quando me foi revelado que sou filho de Xangô Aganju, quando conheci este orixá, suas características, era como se estivesse olhando-me no espelho.
Hoje, é dia do meu Pai. E, através deste blog, que é dele, presto esta singela homenagem.
Obrigado, Meu Pai, por tudo, pela vida, pela saúde, por tudo de bom que o Senhor tem proporcionado durante esta caminhada. Sem o Senhor, muito provavelmente, ela não seria viável. Talvez, eu nem mais estivesse nesta vida. Sem o Senhor, meu Pai, eu não saberia pra onde ir, como ir. Só o Senhor me dá forças pra continuar vivendo neste mundo tão cínico e tão pesado.
E, saiba, Meu Pai, que não abro mão da Sua presença em minha vida. Obrigado por tudo!!!!!!!
Abaixo, postei algumas lendas, que até contradizem-se de certa forma e "histórias" sobre meu Pai. Mas, independente das contradições, todos os textos possuem uma coisa em comum: não conseguem (e nem querem) esconder a força deste Orixá.
SARAVÁ AGANJU! KAÔ XANGÔ!
Xangô é sincretizado com São Jerônimo, São Pedro, São João Batista, cujo poder se manifesta na pedreira, é o Senhor da justiça. Seu símbolo é o machado de duas faces, significando que o machado tanto protege seus filhos das injustiças como os pune quando as cometem, bem como a estrela de 6 pontas cujo símbolo é em si o poder equilibrador do universo.
História
Quando Deus criou os Estados exteriores da criação, o primeiro foi o vazio (Exu), o segundo estado foi o espaço em si mesmo (Oxalá) e o terceiro Estado da criação exterior foi o equilíbrio de tudo e de todos (Xangô). Como em Olorum, não se pode dizer quem foi o primeiro a ser exteriorizados, os umbandistas preferem amá-los e ponto final.
Trata-se de diferentes ângulos de visões religiosas, pois, o poder de Olorum que equilibra todo o universo que faz par com o estado purificador (Kali-yê), é chamado de Xangô na religião umbandista, ou seja, na Umbanda não se adora como um deus com características humanas, mas sim como o poder equilibrador de Olorum manifestado em seu exterior.
- Cor: marrom ou vermelho
- Saudação: Kawo Kabiecile
É um orixá viril e atrevido, violento e justiceiro, castiga os mentirosos, os ladrões e os malfeitores. Os filhos desse orixá tem como característica serem voluntariosos e enérgico, altivos e conscientes de sua importância real.
Na Nação Xambá a primeira grande obrigação do ano é o Amalá de Xangô. Balaneim e Aguanguá são qualidades de Xangôs cultuados na Casa de Xambá.
- mês desse orixá é junho.
- dia da semana é domingo.
- cor vermelho e branco.
- guia e roupa vermelha e branca.
- Saudação Kaô Kabecilé.
- Ferramenta: adamaxê (machado duplo).
Xangô no Batuque (Segundo Wikipedia)
Xangô Agodô é sincretizado com São Jerônimo (idoso), Xangô Aganju com São Miguel Arcanjo (jovem) e Xangô de Beije (criança) com Cosme e Damião. Sua comida preferida é o Amalá e seu dia da semana é terça feira, suas cores são o vermelho e o branco e sua saudação é kao cebeleçile tem uma grande importancia pois é para ele que que se toca o alúja que é um rito muito importante dentro da grande nação. Orixá da justiça,suas ferramentas são machado dois fios e um fio, o livro e a balança. Xango teve três esposas,Oxum,Inhaçã e Obá,Rei de Oyó.
ORAÇÃO À XANGÔ
faça valer por intermédio de seus doze ministros,
a vontade Divina.
Purifique minha alma na cachoeira.
Se errei, conceda-me a luz do perdão.
Faça de seu peito largo e forte meu escudo,
para que os olhos de meus inimigos não me encontrem.
Empresta-me sua força de guerreiro
para combater a injustiça e a cobiça.
Minha devoção ofereço
Que seja feita a justiça para todo o sempre
É meu Pai e meu defensor,
conceda-me a graça de receber sua luz
e de receber sua proteção.
Kaô, meu Pai Xangô!
AGANJU(XANGÔ)
AGONJÚ(HISTORIA)
Quer dizer terra firme. Tem perna de pau e é casado com YEMANJÁ. É o filho mais novo de ORANNIAN e o preferido, herdou sua fortuna. É o mais cruel, é aquêle que leva o coração do inimigo na lança. É o SÀNGÓ amaldiçoado que matou e comeu a própria mãe.
Na verdade, foi o 6º Alafin de Oyo, que viveu em 1.240 A.C., aproximadamente. Era sobrinho neto de SHANGO.
LENDA
Xango Aganjú é filho de Obatalá (o céu)e Odudua (a terra).Quando muito criança, seu pai o rei da época, não tinha tempo para cuidar de seu filho entregando-Llhe nas mãos de Exu para que tomasse conta. Além de Oxumaré, é o único orixá capaz de virar o pescoço, e por isso tem duas faces: a face Xangô e a face Exu (Xangô/Exu). Por isso, na maioria das vezes, quando se pensa estar vendo ou falando diretamente com ele, na verdade ele vira a face Exu, sem que se saiba ou perceba. Por isso, é erroneamente tido como o mais indisciplinado de todas as 12 manifestações de Xangô, sendo por isso muito respeitado.Senhor da riqueza, do poder, da justiça, é muito festeiro, gosta muito de comida farta, bebida, dança, e roupas e adereços novos, de preferência de ouro ou bronze.Ciumentíssimo com seus filhos.
Aganju é um orixá relacionado com Xangô, Oxum e Iansã.
Segundo a tradição de Oyó, Aganju é sobrinho de Xangô e filho de Dadá Ajacá, alafim deposto pelo irmão. Quando Xangô caiu, Dadá Ajacá voltou à Oyó e reassumiu como o quarto alafim de Oyó. Após sua morte, o trono foi herdado por Aganju, quinto alafim de Oyó e neto de Oraniã.
Nos mitos, Aganju é às vezes tratado como uma divindade primordial, associado à terra (em oposição à água) e às montanhas e vulcões.
No Brasil, Aganju, ou Xangô Aganju é considerado uma "qualidade" de Xangô enquanto dono das leis e das escritas e padroeiro dos intelectuais, em contraste com Xangô Agodô (o Xangô mais velho, ou o Xangô propriamente dito), que é principalmente o Orixá da justiça e do equilíbrio. É sincretizado com São José (festa em 19 de março) ou São Miguel Arcanjo (festa em 29 de setembro).
"Xangô Aganju" também representa Xangô como orixá do ar e em sua relação com a mãe Iemanjá, que por ele teria sido violentada, dando origem aos Ibejis. Nesta concepção, se misturam o conceito africano de Aganju como orixá da terra e o do seu filho Orungã, o ar, que teria violentado Iemanjá e dado origem a vários outros orixás.
Na santería de Cuba, Aganyú ou Aganyú Solá é tido como pai de Xangô e identificado com São Cristóvão. Seus colares são marrons e suas roupas, vermelhas-escuras. Seus filhos são homens poderosos e violentos, que facilmente se enfurecem, mas são desarmados pela ternura. São amigáveis para com as crianças e vítimas de mulheres de aparência frágil,que sabem como tirar vantagens deles.
Mitos de Aganju
Do consórcio de Obatalá, o céu, com sua esposa, a terra, nasceram dois filhos: Aganju, a terra firme, e Iemanjá, as águas. Da união com Aganju, Iemanjá deu à luz a Orungã, o ar, o espaço entre a terra e o céu. Mas Orungã cresce e se apaixona pela linda e sensual Iemanjá. E da união dos dois, o ar e a água, cresce profundo amor. Mas, aflita, Iemanjá um dia se desprende dos braços de Orungan e foge alucinada, desprezando a continuidade daquele amor proibido. Orungã então a persegue, mas, prestes a alcançá-la, Iemanjá se deita. O corpo então cresce e, dos seus seios fartos, nascem dois rios que adiante se reúnem, constituindo uma lagoa. Do seu ventre fértil que se rompe, nascem: Dadá Ajacá, orixá dos vegetais; Xangô, deus do trovão; Ogum, deus do ferro e da guerra; Olocum, deus do mar; Oloxá, deusa dos lagos; Oiá, deusa dos ventos e da tempestade; Oxum, deusa das águas doces do rio Oxum; Obá, deusa do rio Obá; Okô, orixá da agricultura; Okê, deus das montanhas e das pedras; Oxóssi, deus das matas e dos caçadores; Ajê Xaluga, deus da riqueza; Xapanã, orixá da varíola e da saúde; Orum, o sol; e Oxú, a lua.
Shango ou Sango, é Orixá, de origem Yorubá. Seu mito conta que foi Rei da cidade de Oyo, identificado no jogo do merindilogun pelos odu obará, ejilaxebora e representado materialmente e imaterial pelo candomblé, através do assentamento sagrado denominado igba xango.
Pierre Verger dá como resultado de suas pesquisas que: Shango ou Xangô, como todos os outros imolè (orixás e ebora), pode ser descrito sob dois aspectos: histórico e divino.
Como personagem histórico, Xangô teria sido o terceiro Aláàfìn Òyó, "Rei de Oyo", filho de Oranian e Torosi, a filha de Elempê, rei dos tapás, aquele que havia firmado uma aliança com Oranian.
Xangô, no seu aspecto divino, permanece filho de Oranian, divinizado porém, tendo Yemanjá como mãe e três divindades como esposas: Oyá, Oxum e Obá.
Xangô, orixá dos raios, trovões, grandes cargas elétricas e do fogo. É viril e atrevido, violento e justiceiro; castiga os mentirosos, os ladrões e os malfeitores. Por esse motivo, a morte pelo raio é considerada infamante. Da mesma forma, uma casa atingida por um raio é uma casa marcada pela cólera de xangô.
- Sacerdote de Sango - Magba
- Sacerdotisa de Sango - Iya Magba
- Atabaque de Sango - Ilu bata
- Toque favorito - Alujá
- Fruto favorito - Orogbo
- Bichos - Akunko, Agutan, Ajapá
- Comida - Amalá
A característica do orixá do trovão é dada para a divindade Ayrà na cidade de Savé na região Mahi, região situada no Benin, antigo Dahomé, para Oramfé na cidade de Ifé na região Ijexá e para Xangô na cidade de Oyo na região Yorubá, regiões situadas na Nigéria.
Brasil
Xangô foi o quarto rei lendário de Oyo (Nigéria, África), tornado Orixá de caráter violento e vingativo, cuja manifestação são os raios e os trovões. Filho de Oranian, teve várias esposas sendo as mais conhecidas: Oyá, Oxum e Obá. Xangô é viril e justiceiro; castiga os mentirosos, os ladrões e os malfeitores. Sua ferramenta é o Oxê: machado de dois gumes. É tido como um Orixá poderoso das religiões afro-brasileiras.
Enquanto Oxossi é considerado o Rei da nação de ketu, Xangô é considerado o rei de todo o povo yorubá. Orixá do raio e do trovão, dono do fogo, foi um grande rei que unificou todo um povo. Foi ele quem criou o culto de Egungun, sendo ele um dos Orixás que exerce poder sobre os mortos. Xangô é a roupa da morte, por este motivo não deve faltar nos Egbòs de Iku e Egun, o vermelho que lhe pertence. Ao se manifestar nos Candomblés, não deve faltar em sua vestimenta uma espécie de saieta, com cores variadas e fortes, que representam as vestes dos Eguns.
Xangô era forte, valente, destemido e justo. Era temido, e ao mesmo tempo adorado. Comportou-se em algumas vezes como tirano, devido a sua ânsia de poder, chegando até mesmo a destronar seu próprio irmão, para satisfazer seu desejo. Filho de Yamasse (Torosi) e de Oraniã, foi o regente mais poderoso do povo yorubá. Ele também tem uma ligação muito forte com as árvores e a natureza, vindo daí os objetos que ele mais aprecia, o pilão e a gamela; o pilão de Xangô deve ter duas bocas, que representam a livre passagem entre os mundos, sendo Xangô um ancestral (Egungun). Da natureza, ele conseguiu profundos conhecimentos e poderes de feitiçaria, que somente eram usados quando necessário. Tem também uma forte ligação com Oxumaré, considerado por ele como seu fiel escudeiro.
Xangô é cultuado no Brasil, sob 12 (doze) qualidades. Vale salientar, que muitos seguem cegamente as ditas qualidades de Xangô da Bahia, e não é bem assim, por exemplo, Airá é um outro Orixá que não se dá com Xangô..Reza a lenda que Ayra era muito proximo de Xango, e quando Oxalufã, em visita ao reino de Xangô, foi erroneamente confundido com um ladrão, teve suas pernas quebradas e foi preso. Uma vez, Xangô percebendo o engano, mandou que o tirassem da prisão, o limpassem e dessem a ele vestimentas condizentes com a grandiosidade de Oxalufã, porém, Oxalufã estava viajando e teria ainda outros lugares para ir. Por ser muito velho e agora com as pernas tendo sido quebradas, a locomoção havia sido afetada, fazendo que Oxalufã andasse curvado e muito vagarosamente. Xangô, então mandou que Ayrá levasse Oxalufã nas costas até a proxima cidade. Ayrá, percebendo ali a sua grande oportunidade, durante o caminho se voltou contra Xangô, falando a Oxalufã que Xangô sabia que ele estava preso, acabando por ganhar a confiança de Oxalufã, que o tomou para si; razão pela qual Ayrá usa branco, mas nao é um fum-fum. Xangô, que nao suporta traições, se irritou com a atitude de Ayrá, cortando relações com ele. E por esta razão eles não são cultuados da mesma forma. No Brasil, no entanto, Ayrá é feito junto com Xangô, porque realmente não há problemas desde que suas coisas estejam certas, porém, na África, Ayrá é feito separadamente como um Orixá, com suas qualidades e pompas. As qualidades de Xangô são estas:
- Obá Afonjá - Àfonjá, o Bale (governante) da cidade de Ìlorin. Àfonjá era também Are-Ona-Kaka-n-fo, quer dizer líder do exército provincial do império. Àfonjá descendia, por parte de mãe, de uma das famílias reais de Oyo.
- Obá kosso - Nesse momento, Xangô, casa-se com Obá e funda a cidade de Kosso, nos arredores de Oyò, tornando-se seu Rei.
- Obá Lubê - Nesse momento, Xangô, destrona seu irmão Dadà Ajakà, e assume o trono de Oyò. Época de grande expansão do império de Oyò.
- Obá Irù ou Barù - Nesse momento, Xangô chega ao apogeu do império, cria o culto de Egungun, grande expansão, é o senhor absoluto dos raios e do fogo em todas as suas formas. Ele acaba por destruir a capital do Reino com os raios numa crise de cólera, e depois arrependido, se suicida, adentrando na terra da mesma forma que Ogun, daí o nome Obà Irù "Rei sepultado".
- Obá Ajakà - Também intitulado Bayaniym," O pai me escolheu ", que faz referência a ele por ser o filho mais velho de Oraniã, e ter por direito que assumir o trono, irmão mais velho de Xangô.
- Obá Arainã - Personificação do fogo.
- Obá Aganju - Ele representa tudo que é explosivo, que não tem controle, ele é a personificação dos Vulcões.
- Obá Orungã - Filho de Aganjù com Yemanjà, violentou a própria mãe quando Aganjù não estava, este Orixá é o senhor do Sol.
- Obá Ogodô - Tio de Xangô, por parte materna, rege os trovões e os tremores de terra.
- Obá Jakutà ou Djakutà - Esse Orixá, é a representação da justiça de Olorun, miticamente Xangô foi iniciado para este Orixá, é muito explosivo e justiceiro.
- Obá Oraniã - Pai de Xangô, foi ele quem fundou o reino de Oyò, em muitas lendas, ele é o criador do mundo, é um guerreiro muito poderoso.
- Olookê - Orixá dono das montanhas, em algumas lendas é um dos filhos de Oraniã, foi casado com Yemanjá.
- Saudação: Kawó-Kabiesilé
- Cores: Vermelho e Branco ou Marrom e Branco ou somente Marrom ou vermelho.As cores representam os Orixas, e podem variar segundo a linha religiosa;
- Dia da Semana: Quarta-Feira;
- Elementos: Fogo, vulcões, trovões, raios, criador do Culto de Egungun, senhor dos mortos, desertos e formações rochosas;
- Ferramenta: Oxê, machado duplo de dois cortes laterais feito e esculpido em madeira ou metal;
- Pedra: Meteorito;
- Domínios: Justiça, Poder Estatal, Questões Jurídicas, Pedreiras;
- Oferendas: Amalá, cágado, carneiro, e algumas vezes cabrito. Gosta de Orobô, mas recusa Obi (noz de cola), ao contrário dos demais Orixás;
- Dança: Alujá, a roda de Xangô. São vários toques que falam de suas conquistas, seus feitos, suas mulheres e seu poder e domínio como Orixá.
- Cultura afro-brasileira
Sincretizado com São Jerônimo, devido a presença das formações rochosas, de um livro e do Leão (animal de forte associação com o orixá). Pode ainda vir sincretizado com São Judas Tadeu (devido a presença do machado, e do livro) e com São João Batista devido a semelhança de personalidade com o orixá. São João é comemorado com fogueiras, festas, está sempre com um carneiro...assim como o Orixá Xangô. Em Cuba, Xangô sincretiza-se com Santa Bárbara...mas aqui no Brasil Santa Bárbara representa Iansã.
- Os livros representam Xangô porque este orixá está ligado as questões da razão, do conhecimento e do intelecto. Bem como a Justiça e o Direito.
- Animais associados a Xangô são: Tartaruga, Carneiro, Leão.
Cuba
Changó (em português, Xangô) é uma das deidades da religião yorubá. Na Santeria sincretiza com Santa Bárbara.
Changó é um dos mais populares Orishas do panteão Yoruba. É considerado Orisha dos trovões, dos raios, da justiça, da virilidade, da dança e do fogo. Foi em seu tempo um rei tirano, guerreiro e bruxo, quem por equívoco destruiu sua casa e a sua esposa e filhos e logo se converteu em Orisha.
Orisha da justiça, da dança, da força viril, dos trovões, dos raios e do fogo, dono dos tambores Batá, Wemileres, Ilú Batá o Bembés, da festa e da música; representa a necessidade e a alegria de viver, a intensidade da vida, a beleza masculina, a paixão, a inteligência e as riquezas
- O Orisha
Changó é chamado Yakutá (o lançador de pedras) e Obakosso (rei de Kosso). Foi o quarto Rey de Oyo e também o primeiro awó, trocou o ashe (axé) da adivinhação com Orunmila pelo da dança, é dono também dos tambores Batá, Wemileres, Ilú Batá o Bembés.
- Família
Foi esposo de Obbá, Oyá y Oshún. Foi filho de Obbatala e Aggayu Solá, mas em outros caminhos se registra como de Obbatalá Ibaíbo e Yembó ou de Obbatalá e Oddua, mas em todos os caminhos considera-se criado por Yemaya e Dadá. Irmão do último, Oggun, Osun, Eleggua e Oshosi
- Oferendas
As oferendas a Changó incluem amalá, feito a base de farinha de milho, leite e quimbombó (quiabo), bananas verdes, banana indio, otí (água ardente), vinho tinto, milho tostado, cevada, alpiste, etc. Imola-se carneiros, galos, codornas, tartarugas, galinha de guiné, pombas, etc
- Pataki (Itan) de Changó
Furioso com os seus descendentes ao saber que Oggún havia querido ter relações com sua própria mãe, Obatalá ordenou executar a todos os varões. Quando nasceu Changó, Elegguá (seu irmão) levou-o escondido para sua irmã mais velha, Dadá, para que o criasse. Em pouco tempo nasceu Orula, o outro irmão, Elegguá, também temeroso da ira de Obatalá, o enterrou ao pé de uma árvore e lhe levava comida todos os dias. O tempo passou e um belo día Obatalá caiu enfermo. Elegguá buscou rápido a Changó para que o curasse. Logo que o grande médico Changó curou seu pai, Elegguá aproveitou a ocasião para implorar de Obatalá o perdão de Orula. Obatalá cedeu e concedeu o perdão. Changó cheio de alegria cortou a árvore e dela entalhou um belo tabuleiro e junto com ele, deu a seu irmão Orunmila o dom da adivinhação. Desde então Orunmila diz: “Maferefum (benção) Elegguá, maferefum Changó, Elegbara”. Também pela mesma razão a ékuele (moeda usada na Guiné Equatorial) de Orunmila leva na soldadura um fragmento do colar de Changó (branco e vermelho) por uma ponta. Desde então Orunmila é o adivinhador do futuro como interprete do oráculo de Ifá, dono do tabuleiro e conselheiro dos homens.
segunda-feira, 28 de setembro de 2009
"PRA ENTENDER O ERÊ."..
KAWO KABIECILE!!!!
Não podemos deixar passar em branco a data de ontem, 27 de setembro, onde, todos os terreiros, a seu modo, saudaram as crianças, erês, ibejadas, beijis e Cosme & Damião.
Algumas pessoas (até mesmo médiuns, filhos de santo) não têm noção da força que esta vibração possui. Os erês abrem caminhos, "correm gira' e acabam dando àqueles que neles têm fé, muitos bons presentes e muitas conquistas.
Abaixo, 2 textos extraídos de Wikipedia, falando de Cosme e Damião e Ibeji:
"COSME E DAMIÃO (ACTA E PASSIO):
Há relatos que atestam serem originários da Arábia, de uma família nobre de pais cristãos, no século III. Seus nomes verdadeiros eram Acta e Passio.
Estudaram medicina na Síria e depois foram praticá-la em Egéia. Diziam "Nós curamos as doenças em nome de Jesus Cristo e pelo seu poder".
Exerciam a medicina na Síria, em Egéia e na Ásia Menor, sem receber qualquer pagamento. Por isso, eram chamados de anargiros, ou seja, inimigos do dinheiro.
Cosme e Damião foram martirizados na Síria, porém é desconhecida a forma exata como morreram. Perseguidos por Diocleciano, foram trucidados e muitos fiéis transportaram seus corpos para Roma.
Foram sepultados no maior templo dedicado a eles, feito pelo Papa Félix IV (526-30), na Basílica no Fórum de Roma com as iniciais SS - Cosme e Damião.
Há várias versões para suas mortes, mas nenhuma comprovada por documentos históricos. Uma das fontes relata que eram dois irmãos, bons e caridosos, que realizavam milagres e por isso teriam sido amarrados e jogados em um despenhadeiro sob a acusação de feitiçaria e de serem inimigos dos deuses romanos.
Segundo outra versão, na primeira tentativa de matá-los, foram afogados, mas salvos por anjos. Na segunda, foram queimados, mas o fogo não lhes causou dano algum. Apedrejados na terceira vez, as pedras voltaram para trás, sem atingi-los. Por fim, morreram degolados.
Conta-se que eram sempre confiantes em Deus, que oravam e obtinham curas fantásticas. Também foram chamados de "santos pobres".
A partir do século V os milagres de cura atribuídos aos gêmeos fizeram com que passassem a ser considerados médicos. Mais tarde, foram escolhidos patronos dos cirurgiões.
Segundo a crença popular apareceram materializados depois de mortos, ajudando crianças que sofriam violências.
Ao gêmeo Acta é atribuído o milagre da levitação e ao gêmeo Passio a tranqüilidade da aceitação do seu martírio. Segundo algumas pesquisa, eles eram medicos e faziam curas e não gostavam de receber dinheiro por suas consultas e nem recebiam oferendas por curarem os enfermos na epoca o rei da Siria
Na mitologia grega, há muito se cultuava esses santos, havendo registros, desde o século V, quando esse culto já estava estabilizado no Mediterrâneo, de cultos que relatam a existência, em seus cultos, de um óleo santo, atribuído a Cosme e Damião, e que tinha o poder de curar doenças e dar filhos às mulheres estéreis.
Alguns grupos concentram seus esforços para demonstrar que Cosme e Damião não existiram de fato, que eram apenas a versão cristã da lenda dos filhos gêmeos de Zeus, Castor e Pólux. Esta versão é combatida por aqueles que acreditam na real existência dos irmãos, embora a superstição que o povo tem muitas vezes faça supor que haja uma adaptação do costume pagã
O dia de São Cosme e Damião é celebrado também pelo Candomblé, Batuque, Xangô do Nordeste, Xambá e pelos centros de Umbanda onde são associados aos ibejis, gêmeos amigos das crianças que teriam a capacidade de agilizar qualquer pedido que lhes fosse feito em troca de doces e guloseimas. O nome Cosme significa "o enfeitado" e Damião, "o popular".
Estas religiões os celebram no dia 27 de setembro, enfeitando seus templos com bandeirolas e alegres desenhos, tendo-se o costume, principalmente, no Rio de Janeiro, de dar às crianças (que lotam as ruas em busca dos agrados) doces e brinquedos.
IBEJIS
Ìbejì ou Ìgbejì - é divindade gêmea da vida, protetor dos gêmeos (twins) na Mitologia Yoruba, identificado no jogo do merindilogun pelos odu ejioko e iká.
Dá-se o nome de Taiwo ao Primeiro gêmeo gerado e o de Kehinde ao último. Os Yorùbás acreditam que era Kehinde quem mandava Taiwo supervisionar o mundo, donde a hipótese de ser aquele o irmão mais velho.
Cada gêmeo é representado por uma imagem. Os Yorùbá colocam alimentos sobre suas imagens para invocar a benevolência de Ìbejì. Os pais de gêmeos costumam fazer sacrifícios a cada oito dias em sua honra.
O animal tradicionalmente associado a Ìbejì é o macaco colobo, um cercopiteco endêmico nas florestas da África subsariana. A espécie em questão é o colobus polykomos, ou "colobo real", que é acompanhado de uma grande mística entre os povos africanos. Eles possuem coloração preta, com detalhes brancos, e pelas manhãs eles ficam acordados em silêncio no alto das árvores, como se estivessem em oração ou contemplação, daí eles serem considerados por vários povos como mensageiros dos deuses, ou tendo a habilidade de escutar os deuses. A mãe colobo quando vai parir, afasta-se do bando e volta apenas no dia seguinte das profundezas da floresta trazendo seu filhote (que nasce totalmente branco) nas costas. O colobo é chamado em Yorùbá de edun oròòkun, e seus filhotes são considerados a reencarnação dos gêmeos que morrem, cujos espíritos são encontrados vagando na floresta e resgatado pelas mães colobos pelo seu comportamento peculiar.
Na África , as crianças representam a certeza da continuidade, por isso os pais consideram seus filhos sua maior riqueza.
A palavra Igbeji que dizer gêmeos. Forma-se a partir de duas entidades distintas que coexistem, respeitando o princípio básico da dualidade.
Contam os Itãs (conjunto de lendas e histórias passados de geração a geração pelos povos africanos), que os Igbejis são filhos paridos por Iansã, mas abandonados por ela, que os jogou nas águas. Foram abraçados e criados por Oxum como se fossem seus próprios filhos. Doravante, os Igbejis passam a ser saudados em rituais específicos de Oxum e, nos grandes sacrifícios dedicados à deusa , também recebem oferendas.
Entre as divindades africanas, Igbeji é o que indica a contradição, os opostos que caminham juntos, a dualidade. Igbeji mostra que todas as coisas, em todas as circunstâncias, têm dois lados e que a justiça só pode ser feita se as duas medidas forem pesadas, se os dois lados forem ouvidos.
Na África, O Igbeji é indispensável em todos os cultos. Merece o mesmo respeito dispensado a qualquer Orixá, sendo cultuado no dia-a-dia. Igbeji não exige grandes coisas, seus pedidos são sempre modestos; o que espera como, todos os Orixás, é ser lembrado e cultuado. O poder de Igbeji jamais pode ser negligenciado, pois o que um orixá faz Igbeji pode desfazer, mas o que um Igbeji faz nenhum outro orixá desfaz. E mais: eles consideram-se os donos da verdade.
Os gêmeos (Ibeji entre os Yorubas e Hoho entre os Fon) são objeto de culto. Não são nem Orixá e nem Vodun, mas o lado extraordinário desses duplos nascimentos é uma prova viva do princípio da dualidade e confirma que existe neles uma parcela do sobrenatural, a qual recai em parte na criança que vem ao mundo depois deles.
Recomenda-se tratar os gêmeos de maneira sempre igual, compartilhando com muita equidade entre os dois tudo o que lhes for oferecido. Quando um deles morre com pouca idade o costume exige que uma estatueta representando o defunto seja esculpida e que a mãe a carregue sempre. Mais tarde, o gêmeo sobrevivente ao chegar à idade adulta cuidará sempre de oferecer à efígie do irmão uma parte daquilo que ele come e bebe. Os gêmeos são, para os pais, uma garantia de sorte e de fortuna.
Existe uma confusão latente entre Ibeji e os Erês. É evidente que há uma relação, mas não se trata da mesma entidade, confundindo até mesmo como Orixá.
Ibeji, são divindades gêmeas, sendo costumeiramente sincretizadas aos santos gêmeos católicos Cosme e Damião.
Por serem gêmeos, são associados ao princípio da dualidade; por serem crianças, são ligados a tudo que se inicia e brota: a nascente de um rio, o nascimento dos seres humanos, o germinar das plantas, etc.
Seus filhos são pessoas com temperamento infantil, jovialmente inconseqüente; nunca deixam de ter dentro de si a criança que já foram. Costumam ser brincalhonas, sorridentes, irrequietas, tudo enfim que se possa associar ao comportamento típico infantil. Muito dependentes nos relacionamentos amorosos e emocionais em geral, podem então revelar-se teimosamente obstinados e possessivos. Ao mesmo tempo, sua leveza perante a vida se revela no seu eterno rosto de criança e no seu modo ágil de se movimentar, sua dificuldade em permanecer muito tempo sentado, extravasando energia.
Podem apresentar bruscas variações de temperamento, e certa tendência a simplificar as coisas, especialmente em termos emocionais, reduzindo, à vezes, o comportamento complexo das pessoas que estão em torno de si a princípios simplistas como "gosta de mim" ou "não gosta de mim". Isso pode fazer com que se magoem e se decepcionem com certa facilidade. Ao mesmo tempo, suas tristezas e sofrimentos tendem a desaparecer com facilidade, sem deixar grandes marcas. Como as crianças em geral, gostam de estar no meio de muita gente, das atividades esportivas, sociais e das festas.
A grande cerimônia dedicada a Ibeji acontece a 27 de setembro, dia de Cosme e Damião, quando comidas como caruru, vatapá, bolinhos, doces, balas (associadas às crianças, portanto) são oferecidas tanto a eles como aos freqüentadores dos terreiros.
Ibeji na nação Keto, ou Nvunji nas nações Angola e Congo. É a divindade da brincadeira, da alegria; sua regência está ligada à infância. Ibeji está presente em todos os rituais do Candomblé pois, assim como Exu, se não for bem cuidado pode atrapalhar os trabalhos com suas brincadeiras infantis, desvirtuando a concentração dos membros de uma Casa de Santo.
É a divindade que rege a alegria, a inocência, a ingenuidade da criança. Sua determinação é tomar conta do bebê até a adolescência, independente do orixá que a criança carrega. Ibeji é tudo de bom, belo e puro que existe; uma criança pode nos mostrar seu sorriso, sua alegria, sua felicidade, seu engatinhar, falar, seus olhos brilhantes.
Na natureza, a beleza do canto dos pássaros, nas evoluções durante o vôo das aves, na beleza e perfume das flores. A criança que temos dentro de nós, as recordações da infância. Feche os olhos e lembre-se de uma felicidade, de uma travessura e você estará vivendo ou revivendo uma lenda dessa divindade. Pois tudo aquilo de bom que nos aconteceu em nossa infância, foi regido, gerado e administrado por Ibeji. Portanto, ele já viveu todas as felicidades e travessuras que todos nós, seres humanos, vivemos.
A palavra Eré vem do yorubá, iré, que significa "brincadeira, divertimento". Daí a expressão siré que significa “fazer brincadeiras”. O Ere(não confundir com criança que em yorubá é omodé) aparece instantaneamente logo após o transe do orixá, ou seja, o Ere é o intermediário entre o iniciado e o orixá. Durante o ritual de iniciação, o Ere é de suma importância pois, é o Ere que muitas das vezes trará as várias mensagens do orixá do recém-iniciado.
O Ere, na verdade, é a inconsciência do novo omon-orixá, pois o Ere é o responsável por muita coisa e ritos passados durante o período de reclusão. O Ere conhece todas as preocupações do iyawo (filho), também, aí chamado de omon-tú ou “criança-nova”. O comportamento do iniciado em estado de “Ere” é mais influenciado por certos aspectos de sua personalidade, que pelo caráter rígido e convencional atribuído a seu orixá. Após o ritual do orúko, ou seja, nome de iyawo segue-se um novo ritual, ou o reaprendizado das coisas chamado Apanan.
Símbolos: 2 bonecos gêmeos, 2 cabacinhas, brinquedos;
Plantas: jasmim, maçã, alecrim, rosa
Dia: domingo e segunda-feira para nações Ketu e Jeju Jexá;
Cor:azul , rosa, verde, mas, na verdade gosta do colorido em si.
Metal: estanho. Seus elementos: fogo, ar.
Saudação:Omi Beijada!.
Domínios: parto e infância. Amor e união.
Comidas: caruru, cocada, cuscuz, frutas doces.
Animais: passarinhos.
Quizilas: morte, assobio.
Características: alegre, otimista, brincalhão, esperto, trabalhador, imaturo, birrento, voraz.
O que faz: ajuda a resolver problemas de crianças, dá harmonia na família, facilita uniões.
Riscos de saúde: alergias, anginas, problemas de nariz, raquitismo, acidentes."
SARAVÁ!!!!
sexta-feira, 25 de setembro de 2009
A LIÇÃO DE PAI THOMÉ...
História inspirada por Vovó Benta
Médium: Mãe Leni Saviscki
Dirigente do Templo de Umbanda Vozes de Aruanda
Terreiro Filiado ao Centro Espiritualista Caboclo Pery
Nos atendimentos apométricos, muitas surpresas nos reservam. Enganam-se aqueles trabalhadores que pensam ser suficiente decorar as Leis da Apometria e realizar o trabalho com amor. Constantemente os benfeitores espirituais nos colocam situações, diante das quais percebemos a grandiosidade dessa técnica que aliada ao Evangelho de Jesus, nos torna não somente instrumentos curadores, como também magos manipuladores e trasformadores de energias. Situações outras que nos fazem perceber nossa pequenez diante da grandiosidade do Universo e desses comandantes que nos regem a nível espiritual. Todos os dias, sob todos os aspectos, temos tudo a aprender consolidando a realidade de que estar encarnado nesse abençoado planeta-escola, é uma oportunidade a qual não podemos desdenhar.
Naquela noite, após o atendimento normal da agenda, apresentou-se um espírito pedindo oportunidade para nos contar sua história. Estava acompanhado por um preto velho, o qual já conhecíamos, pois era trabalhador da Casa. Pelo cordão brilhante que saía de sua nuca, deduzimos tratar-se de um ser encarnado em desdobramento do sono o que imediatamente suscitou dúvidas em nossa mente acostumada a tudo interrogar.
– Como poderia alguém encarnado estar ali presente se não havíamos solicitado pelos costumeiros “pulsos energéticos” o seu desdobramento? Captando a dúvida, o bondoso preto velho nos assegurou de que ele não vinha para atendimento, e sim, sob sua tutela para nos trazer aprendizado. Ligado ao médium, o nosso amigo iniciou sua narrativa:
“Encarcerado dentro de um corpo frágil e adoentado, além da idiotia que me acomete no físico, sou uma espécie diferente aos olhos dos que passam pela rua e me vêem sentado na porta de minha casa.
- Coitado! Seria melhor morrer- É comum ouvir esta frase. Ou então, a mãe passando com o filho pela mão, naturalmente manifesta:
- Meu filho, se você não obedecer, vou te entregar para aquele homem feio.
Outras vezes, mulheres grávidas evitam olhar-me para que seus bebês que foram projetados perfeitos e saudáveis, não venham a ser iguais a esta bestialidade humana.
Minha consciência mais profunda está recebendo e percebendo tudo isso, porém presa dentro da cela que eu mesmo criei no passado, não pode reagir. Se sofro com isso hoje? É inevitável. Se me revolto? Não, a minha consciência sabe que é um mal necessário. Nas poucas vezes em que me é permitido "voar" para longe deste corpo eu já tenho caminho traçado. Vou me refugiar nos braços de Pai Thomé. Lá está ele, na sua humilde tenda, cantarolando ou assobiando, enquanto mexe nas suas ervas. Negro velho mandingueiro sabe quando chego, sente minha presença e trata logo de sentar-se em seu toco, acender o pito e com uma risada gostosa inicia a doutrinação. Conversamos por horas a fio e saio de lá me sentindo gente, apesar de tudo. Não sei quando foi a primeira vez que o visitei. Acho que na noite em que minha mãe foi àquele Centro de Umbanda, desesperada pois achou que desta vez a convulsão iria me matar. Ele estava lá, incorporado em outra pessoa e me deu seu "endereço".
Hoje, a cada visita que meu espírito faz ao bom negro velho, algo se modifica no meu corpo físico. Já consegui deixar de babar constantemente, melhorando assim meu aspecto. Até já sou capaz de chorar, sem fazer aquele grunhido horrível, vejam só! Tudo por conta das mandingas de Pai Thomé que por saber de minha verdadeira história, me ajuda com muito amor.
Precisou que eu quebrasse meu orgulho para aceitar tal ajuda, pois estou em colheita de um plantio desastroso. Em encarnação anterior, vivi como feitor de uma rica fazenda e com maldade cobrindo meu coração, além de outras coisas, eu era um verdadeiro matador de aluguel. Cheguei ao cúmulo de fazer filho com escrava para poder vender mestiço nas feiras do porto, como "escravo especial". Hoje estou tendo essa benéfica oportunidade e mesmo encarcerado num corpo limitado, com uma mente debilóide, de cor negra, aspecto físico sem nenhum atrativo, servindo de modelo do ridículo para muita gente, estou aprendendo que tenho muito mais do que mereço.
Um dia desses, chorei muito quando Pai Thomé me fez relembrar quem foi ele naquela minha desastrosa encarnação, e por momentos me senti muito mal, vindo a ter fortes convulsões no físico. Não fosse o bom velho me chamar à realidade, teria desencarnado para fugir...
Ele foi naquele passado um "mestiço especial" que eu vendera como escravo.
Não há nada mais doloroso do que a fúria de um remorso. Dores ou limitações físicas, são um pequeno nada para uma encarnação, diante de lembranças de nossos plantios infames. Pai Thomé, entre outras coisas me ensina o auto-perdão e sobre a bondade divina em nos dar um corpo físico aliado ao esquecimento. Mas me ensina também que esse "esquecimento" não pode servir como desculpa para novos erros. Por isso, somos levados em espírito durante o sono para verificarmos certos pontos que precisam ser revistos em nossa história. Ele me diz que nem sempre lembramos do aprendizado sonambúlico, mas que ele está registrado à nossa disposição, para uso em momentos propícios.
Me restam alguns anos ainda nessa vida, porém nem a dor, a pobreza e o desleixo de meus familiares é pior do que imaginar voltando sem ter expurgado esse lixo todo que agreguei no meu corpo espiritual. Quero a renovação e se essa me custa tanto, sei que o preço fui eu mesmo que estipulei. Nada me foi imposto.
Colheitas... de um plantio impensado. Apenas colheitas!
Após despedir-se agradecido, aquele menino voltou ao seu corpo físico que dormia no leito pobre onde nascera, deixando-nos emocionados e calados. Todos retornamos aos nossos lares pensativos, refletindo sobre o que ouvíramos naquela noite.
Em ocasião posterior, o caso foi comentado e alguém nos propôs que deveríamos solicitar ao Pai Thomé um atendimento apométrico para o menino, uma vez que, estando encarnado, isso possibilitaria uma melhora dos sintomas físicos. Com as técnicas decoradas, já deduzimos que tratando seu Corpo Astral, por ser ele o Modelo Organizador Biológico, poderíamos quem sabe, melhorar sua aparência. No final do debate, antes do encerramento sentimos forte cheiro de ervas e imediatamente Pai Thomé apresentou-se através de um médium e nos esclareceu:
- “Pai velho admira e abraça os filhos pela boa vontade demonstrada em auxiliar o meu menino. Mas posso afirmar que a tentativa seria muito proveitosa em espírito renitente na aceitação do resgate cármico a que se impôs, o que não acontece com ele. Como viram, meu menino está espiritualmente lúcido e aceitando a colheita. Seu Corpo Astral, por ser constituído de matéria moldável, foi plasmado em encarnação anterior por seus próprios atos insanos. Sempre é assim meus irmãos. Enquanto na carne, nossos atos e pensamentos modelam a nova encarnação, além de nos conduzir no após morte para estância de luz ou trevas. Deus não castiga ninguém, disso sois sabedores, Ele apenas nos deu o livre-arbítrio e todas as oportunidades de escolhas nos são colocadas à frente durante uma vida. Não nos faltará assistência espiritual e mesmo que seja através da dor, o expurgo se faz necessário para drenar do agregado espiritual os ácidos ali impregnados.
Nossos pensamentos modelam o nosso futuro Corpo Mental, nossas emoções o Corpo Astral e assim quando reencarnamos trazemos gravados em nossos átomos aquilo que precisa ser melhorado. Por isso surgem as dificuldades a serem vencidas, e não haveria mérito se aqui estivéssemos só para sofrer sem que isso trouxesse alguma lição e aprendizado. Essa drenagem se dá através do nosso Corpo Etérico que intermediando o Corpo Físico e o Corpo Astral, atua como usina recicladora através do trabalho dos nosso Chácras, repassando para o Corpo Físico que age como mata-borrão. Todas as doenças, sejam físicas ou psíquicas nada mais são que limpeza de nosso corpo espiritual como um todo. Por isso aconselho os filhos dessa Seara para que sempre respeitem as leis em qualquer atendimento ou ajuda a que forem induzidos. Procurem sempre verificar se existe interesse e vontade em receber essa ajuda da apometria, seja pela pessoa necessitada se essa estiver consciente, ou por parte de familiares quando esse estiver incapacitado de raciocínio próprio, para que não ultrapassem a barreira do livre-arbítrio, contrariando assim as Leis Divinas. Sois sabedores que Apometria é manipulação energética, portanto “magia”. E magia é coisa séria meus filhos, assim como ela nos dá o poder de provocar uma modificação na matéria, através do poder mental, sendo regida pela lei da causalidade produzirá sempre um efeito, seja imediato ou tardio. Existem coisas no Universo de meu Deus que podem e devem ser mudadas, mas sempre respeitando a vontade e exigindo esforço próprio de cada criatura ligada ao fato. A oportunidade de ajuda que nos faculta a Apometria vem trazer alento e apressar a evolução dos homens acomodados que estão no ir e vir na carne, e que embora alertados constantemente pela dor torturante, tardam em realizar as mudanças. Porém, esse “poder” está sujeito e deve sempre ser colocado à luz da razão, nunca querendo realizar “milagres” que possam comprometer o trabalho laborioso do grupo, adquirindo com isso um carma coletivo. O equilíbrio e a compreensão de limite, aliados à sabedoria e o amor serão os temperos que farão sempre com que os filhos possam auxiliar sem se macular.”
Mais uma vez a lição do bom amigo espiritual colocada com tanta humildade e sabedoria, fez com que vários membros do grupo que ainda tinham preconceito com a presença dos pretos velhos nos trabalhos apométricos, repensassem sobre isso.
sábado, 12 de setembro de 2009
MORENA
KAWO KABIECILE!!!!
Acompanhamos esta semana, o desfecho de mais uma novela das "8" (que é exibida de segunda à sábado, pontualmente, às 21h) pela Rede Globo de Televisão.
Desde janeiro, os "noveleiros" e "noveleiras" de todo o Brasil, puderam conhecer melhor a cultura da India (ou ao menos, a interpretação que a autora da novela deu para tal cultura). Mas, de qualquer modo, penso ter sido válido, por ter mostrado ao nosso país como (positiva e negativamente) um povo pode ser cioso com sua própria cultura e costumes, afinal, sempre reclamamos que o brasileiro não tem memória e não cuida de "suas próprias coisas". Se a Lapa, por exemplo, fosse bairro de alguma cidade da India, provavelmente, estaria hoje em melhor estado de conservação.
Mas, o intuito deste texto não é discutir esta questão, que podemos discutir mais adiante. Mesmo tendo acompanhado esta trama superficialmente, incomodava-me muito a forma como Dr. Castanho (Stênio Garcia) referia-se sempre à Suelen (Juliana Alves): "Morena".
É claro que já vi isto na vida real por muitas vezes. Defino este tipo de atitude como "racismo respeitoso", pois, a pessoa que assim refere-se ao negro, é sempre muito educada, porém, não deixa de ser racista. Vamos combinar que Juliana Alves é uma NEGRA linda. Então, novamente, como fizemos em um texto recente, vamos trabalhar melhor esta questão soletrando a palavra que vem na frase a seguir: "Juliana Alves é uma N-E-G-R-A linda".
Me espanta, um veículo de comunicação do porte da TV Globo deixar este tipo de racismo ir ao ar. Foi um descuido? A autora é racista? Ou a TV Globo é racista?
Infelizmente, nem eu, nem você que lê este texto, temos resposta para esta questão, mas, há uma resposta óbvia e ululante: os meios de comunicação de nosso país precisam ter real ciência de sua responsabilidade social. A questão do preconceito de pele é a principal praga deste país e do mundo. Enquanto não tivermos esta consciência, enquanto nossos corações não forem banhados por este sentimento, continuaremos tendo grandes atores, atrizes, músicos, cantoras, cantores, atletas (principalmente, jogadores de futebol) "morenos" e "morenas". E tornar-se-á cada vez mais difícil termos grandes advogados, advogadas, médicos, médicas (entre outras profissões) NEGROS e NEGRAS.
SARAVÁ!!!!
terça-feira, 8 de setembro de 2009
O POVO DA RUA
KAWO KABIECILE!!!!
Pratico Umbanda desde que entendo-me como habitante deste planeta (ou deste plano espiritual, nesta atual existência, melhor dizendo), pois, meu pai era dirigente de um terreiro nos fundos da nossa casa, em Porto Alegre.
Sempre percebi o quão é grande o preconceito dos praticantes (adeptos e, inclusive, médiuns iniciados) com relação ao povo de rua (exus, bombogiras e malandros).
Em um terreiro que visitei este ano, durante uma gira de povo de rua, percebi em alguns médiuns da casa que estavam auxiliando/cambonando as entidades em terra, um visível medo da situação, da vibração. O medo era tão grande, que evitavam chegar perto de um determinado exu que lá trabalhava. Este exu, visivelmente, trabalhava na linha da Quimbanda e, estes médiuns, recém iniciados e, como na maioria dos casos, com conhecimento muito escasso e carregados de preconceitos católico-protestantes (até mesmo preconceitos kardecistas, nos caso de algumas pessoas que chegam à Umbanda oriundas desta doutrina) com relação à esta vibração, nem olhavam para esta entidade. Chegar perto dele, então, seria uma obra de ficção.
Ora, toda e qualquer entidade de lei que trabalhe na Umbanda seguirá as leis da mesma, seja na vibração que for (povo de rua, pretos velhos, caboclos, ciganos, crianças). Se não for assim, tenham certeza, há problemas na direção e no direcionamento da casa.
Recomendo o livro "O GUARDIÃO DA MEIA-NOITE", psicografado por Rubens Saraceni, inspirado por Pai Benedito de Aruanda e lançado pela Editora Madras. Este livro desmistifica esta conversa fiada de que os exus são demônios.
Neste livro, pode-se perceber o quanto o povo de rua é valorizado por pretos velhos, caboclos e, até mesmo, pelos Orixás, sendo considerados fundamentais na limpeza e na luta contra o baixo astral.
É preciso deixar claro que, estas entidades, atuam forte e firmemente na nossa proteção, zelam por nós, abrem nossos caminhos e nos livram, muitas vezes, de problemas sérios.
Uma pergunta que (ao menos para mim) nunca calará, é: por que os dirigentes das casas de Umbanda, em muitos casos, sustentam e carimbam este e outros "atestados de ignorância"? Será que, por algum motivo, não querem passar seu conhecimento adiante? Ou será por também possuirem um conhecimento escasso?
O Umbandista precisa estudar. É notório para quem pratica ou frequenta casas de Umbanda, que, muitas vezes, alguns médiuns vestem a roupa, desenvolvem, trabalham e não preocupam-se com o estudo. O médium, nada mais é do que um aparelho dos Orixás e guias de luz. Imaginem, por exemplo, se o computador no qual escrevo este texto não possuísse memória, estivesse infectado por algum vírus e nele não funcionassem as teclas correspondentes às vogais. Será que eu conseguiria transmitir este meu pensamento?
Sendo o médium um aparelho, deve estar preparado para transmiir as mensagens que recebe de seus mentores. E o estudo, dentro desta preparação, é a lapidação.
Que os médiuns procurem livros. Há tanta literatura esclarecedora e de fácil acesso. Aos irmãos/companheiros umbandistas, recomendo que olhem o site do Colégio de Umbanda Pai Benedito de Aruanda (www.colegiodeumbanda.com.br).
Hoje, olhando este site, vi o seguinte anúncio de curso:
MAGIA DIVINA DO ORIXÁ EXU
AOS SÁBADOS, DAS 20h AS 22h
Inscrições: dia 12 de setembro, as 20h. Início do curso: 19 de setembro. Duração: 06 meses- sem restrições, ou seja, não há necessidade de ter frequentado qualquer grau de Magia Divina.
Eis mais uma prova de que não há motivos para termos qualquer tipo de medo ou preconceito com Exu ou com o Povo de Rua.
Espero que esta opinião possa instigar a busca pelo esclarecimento por parte de algumas pessoas no que se refere a este assunto.
Salve a todos os Exus, Bombogiras e Malandros!
Laroiê Exu!
SARAVÁ!!!!