quarta-feira, 23 de julho de 2014

Vamos Vestir o Macacão- Por André Cozta


A Umbanda é uma escola evolutiva. E como tal, nos ensina que  somos trabalhadores de Olorum, em sua Obra, que é a Criação manifestada.
Como trabalhadores devemos nos portar e dessa condição conscientizarmo-nos.
Operários que somos, devemos internalizar em nossos íntimos que temos uma labuta diária na construção desta escola que visa cristalizar em meio à humanidade ensinamentos acerca da Criação. Ensinamentos estes que sempre trarão algum ponto que nos tocará e nos fará compreender que nada somos sem Ele, nada somos sozinhos, mas tudo somos quando entrelaçamos nossos braços e formamos o Todo em harmonia.
O Todo é Olorum, nosso Criador.
 Imagine, por exemplo, se suas células resolvessem apartar-se, seguindo individualmente seus processos evolutivos. O todo daquele corpo material, que foi um dia você, deixaria de existir. E as células, solitárias, não conseguiriam produzir ou reproduzir o que o corpo que um dia foi você outrora conseguira.
Então, podemos agora chegar a conclusão de que Olorum, primeiramente, assim como os Sagrados Orixás, os Mestres da Luz e nossos Guias Espirituais, pensaram, formataram e estão executando, uma via de evolução que nos mostra que somente o Conhecimento liberta. E este conhecimento que a tantos incomoda, passa, inevitavelmente, pelo autoconhecimento.
Assim nos têm passado os Mestres. Você pode devorar livros tentando decifrar a Umbanda (e, graças à Deus, hoje em dia, já há alguns enviados pelos mestres dirigentes dessa maravilhosa escola evolutiva), mas só absorverá os conhecimentos científicos, filosóficos, magísticos e religiosos que formam a nossa amada religião, se já tiver buscado estudar a sua enciclopédia íntima, ou seja, se já tiver buscado ou estiver buscando o autoconhecimento.
Autoconhecimento este que condiz em buscar Deus, inicialmente, onde Ele está, em seu próprio interior.
A caminhada rumo ao íntimo nos faz perceber que muito do que está do lado de fora é instrumento alimentador da ilusão. 
E é justamente a ilusão, o mais competente instrumento dos agentes impeditivos da Evolução de cada um e do Todo. Isto nos foi dito, outrora, por um Mestre da Luz.
Com uma dose razoável de autoconhecimento, então, o operário de Umbanda poderá voltar aos livros e receber deles os ensinamentos necessários.
O autoconhecimento faz com que nos dispamos do terno da arrogância (que nos leva a passos largos à ignorância) e vistamos o macacão da humildade.
Esta roupa nos dará a medida certa para o trabalho na Umbanda.
Em detrimento deste terno que nos limita os movimentos e nos faz empinar o nariz, troquemo-lo pelo confortável macacão.
 Assumamo-nos como operários (sacerdotes, médiuns, cambonos) e trabalhemos juntos.
O macacão nos conduzirá pela trilha da humildade. Trilha esta que nos mostrará que todo aquele que, dentro da Umbanda, trabalhar em prol da Fé com Amor, estará correto, à sua forma. E, se de algum modo, buscar o Conhecimento,  poderá trilhar a passos largos na busca do saber evolutivo, por que, com Equilíbrio, Ordenação, Decantará tudo o que atrapalha sua jornada e seu trabalho, Transmutará, Criando e Gerando, a partir de então, uma filial forte, cristalizada e bem estabelecida desta maravilhosa escola evolutiva: a Umbanda.

Vamos vestir o macacão da humildade?