A sabedoria deve ser, em qualquer setor da vida humana, a
meta a ser atingida. E o conhecimento, a mola propulsora que nos projeta à ela.
Não é possível que, ainda a esta altura do campeonato,
passando por tudo o que temos passado, as lições não tenham sido suficientes para que
a humanidade se convença de que, se a Fé move montanhas e só o Amor constrói,
tão somente o Conhecimento expande.
E isto acontece naturalmente. Conhecimento é expansão,
abertura de portais para novos horizontes na nossa caminhada evolutiva.
Cresci ouvindo dizer que na minha religião, a Umbanda,
não se devia estudar, pois, se aprende tudo na prática.
Em outros setores da vida, também vi e ouvi alguns ranços
para com o estudo, discriminando aqueles que buscam, por intermédio da pesquisa
e dos estudos, o saber evolutivo.
Ora, todos os estudiosos e pesquisadores são curiosos e incansáveis, por que, a cada
descoberta, brotam em suas mentes mais e mais questionamentos. Não fosse assim,
tenha certeza, ainda viveríamos em uma sociedade primitiva em todos os
sentidos.
Àqueles que resistem ao estudo, defendendo única e
exclusivamente a prática, proponho uma reflexão: “Há quem acuse o teórico de
não praticar. Só que, se não houvesse a prática, eles, os pesquisadores, não
teriam o que estudar. E se não houvesse a pesquisa, em muitos casos, a prática
não se sustentaria, pois, sem perspectivas, não cresceria. Portanto, a teoria
não é mais importante do que a prática e vice-versa. Quando há priorização de
uma ou outra, simplesmente, a coisa não
acontece direito. Ambas devem andar de braços dados sempre”.
Na Umbanda, hoje em dia, há (graças à Olorum, nosso Pai!)
um forte movimento em prol do estudo. Cursos de Teologia de Umbanda, Sacerdócio
e outros, brotam pelo país afora.
E isto vem incomodando alguns, que se sentem ameaçados
pelo conhecimento. Outros tantos, não sentindo esta ameaça, ainda não
conseguiram compreender e captar a importância que tem este movimento para
crescimento e continuidade da nossa religião.
Lutar contra o estudo na Umbanda é cultivar e cultuar
(mesmo que não intencionalmente) a ignorância.
Por que, se tudo na Criação de Deus é bipolarizado, não
tem jeito, no polo oposto ao conhecimento está este verbo que descrevi no
parágrafo anterior.
“Meu guia sabe tudo, eu não sei nada”. “Os Orixás e guias
espirituais vão nos intuir, e assim seguiremos com nosso trabalho de caridade.”
Estas ainda são frases comuns, infelizmente, em alguns
lugares onde se pratica a Umbanda.
A estes, com todo o respeito que devo, digo o seguinte:
continuem assim... e morrerão sem saber por que acendem um palito de fósforo durante o
ritual. Continuem assim e, do outro lado da vida, serão levados a núcleos
escolares para uma verdadeira “alfabetização espiritual”.
E ainda serão cobrados, por seus guias e mentores, que
apontarão para o lado de cá, mostrando que, aqui tiveram a oportunidade e não
souberam aproveitar.
É certo que há casos de trabalhos em templos umbandistas
em que alguns guias espirituais atuam como verdadeiros professores, ensinando
muitas coisas aos médiuns, que vão além da ritualística da casa.
Porém, desafio qualquer médium ou dirigente umbandista
agora: pergunte ao seu guia chefe espiritual se ele é contra o estudo teológico
da nossa religião. Mas, purifique seu mental e escute a resposta dele e não a
do seu ego.
Aposto que ele sugerirá que você busque o conhecimento,
transmute-se e acelere o passo no rumo do saber evolutivo.
Não cultivemos nem cultuemos a ignorância. Engrossemos as
fileiras do conhecimento dentro da nossa religião.
Umbanda tem fundamento, é preciso preparar-se.
SARAVÁ!!!!!!!