Tenho percebido, com o passar do tempo, alguns equívocos
no que se refere à prática magística, seja na Religião de Umbanda Sagrada ou na
Magia Divina.
Algumas pessoas, movidas por suas vaidades afloradas, se
auto denominam magos ou magas e detentoras de poderes variados.
Ora, é preciso que tomemos consciência de que, na
realidade, não há ser humano habitando este plano de estágio evolutivo, dotado
ou munido de qualquer tipo de poder.
Os Poderes pertencem à Deus e atendem, aqui no Brasil
(por influência africana, fundamental e essencial na nossa cultura), pela
alcunha de “Orixás”.
Todo aquele que estuda a Teologia de Umbanda Sagrada,
trazida ao plano material pelo Senhor Mestre da Luz e do Conhecimento Pai
Benedito de Aruanda e/ou a Magia Divina (em seus mais variados graus), trazida
a este nosso plano pelo Senhor Mestre Mago da Luz Seiman Hamiser Yê (um Ogum Megê 7 Espadas da
Lei e da Vida), sabe (e tem, na minha opinião, o dever de expandir este
conhecimento, minimamente, àqueles que estão à sua volta) que este é o
fundamento básico da Ciência Divina, ou, Ciência dos Orixás (parafraseando Pai
Benedito de Aruanda).
Então, me animei a escrever este texto para expor a você,
que até a ele chegou, meu modo de pensar a este respeito. Vamos a dois tópicos
básicos:
1 Magia
na Umbanda:
A Umbanda é uma religião magística, de
fato.
É notória à qualquer um que a observe,
minimamente, esta sua característica, que, a meu ver, é a principal e mais
atraente.
Todos os processos desta religião são
magísticos. Basta que observemos atentamente a sua ritualística.
Desde o ato da defumação do terreiro e das
pessoas que nele se encontram (médiuns e assistentes), passando pela
consagração da toalha, os pontos cantados, os pontos riscados dos guias
espirituais, a manipulação das bebidas e ervas de poder pelas entidades
trabalhadoras (contrariando àqueles que consideram estas manipulações fruto de
uma ignorância; estes, sim, os verdadeiros ignorantes neste assunto), até os
trabalhos de cura, demanda, oferendas e, também, na manifestação dos guias e
Sagrados Orixás, através de suas danças ritualísticas.
Há toda uma literatura disponível, onde
o umbandista que interessar-se pode acessá-la e entender melhor o processo
magístico dentro da religião.
Porém, com conhecimento de causa ou sem
ele, não é possível que ainda haja trabalhadores da nossa religião banhados em
vaidade e se auto denominando magos, bruxos ou feiticeiros.
Por que isso acontece sim, infelizmente,
em pleno Século XXI.
A Religião de Umbanda Sagrada, uma
religião mágica por natureza, que sintetiza hoje em dia, na minha opinião, a
melhor essência das religiões naturais já extintas e das ainda existentes no
plano material e que será a grande religião do futuro, por que é, em
verdade, a única realmente universalista neste mundo, traz em seu bojo a humildade, que deve ser praticada
diariamente por seus adeptos e trabalhadores.
Ora, se o umbandista não for humilde nos
seus pensamentos e atos, não poderá transmitir isto em seu trabalho no
terreiro. E é aí que começam a aparecer os frutos da vaidade, plantados por
muitos que, muitas vezes, pregam a humildade e humildes se dizem.
Não estou aqui para dar lição de
humildade a ninguém.
Até mesmo por que, penso que a humildade
é uma estrada a ser trilhada, diariamente, constantemente, e não um produto
final a ser consumido (como tantos aos quais estamos acostumados em nossa
sociedade) por nós, não somente umbandistas, mas humanos filhos do Criador.
A Natureza é o grande altar da Umbanda,
disso, todos nós sabemos.
Portanto, quando a ela acessar para os
processos magísticos e religiosos, saiba, os Poderes de Deus estão lá.
Você apenas os estará manipulando. Eles
estão sim à sua disposição, em toda a Criação. Você não é detentor Deles, mas,
se, com amor no coração quiser contribuir para o crescimento do nosso planeta,
eles lá estarão, sorrindo para você.
E isto não faz de você, um trabalhador
da religião, um Mago, como vejo algumas pessoas se auto definindo.
Por que, Mago é, todo aquele que passa por
uma iniciação em um dos tantos Mistérios Divinos colocados à nossa disposição
no plano material.
E é neste momento que chego ao segundo
tópico, que mostrará a real essência deste meu raciocínio
2 Magia
Divina:
Entendamos por Divino, todo e qualquer
processo magístico que tenha como intenção a Evolução da Criação.
Por isso, a dita Magia Divina trazida ao
plano material pelo Sr. Rubens Saraceni, ao contrário do que muitos pensam, não
foi uma apropriação fonética indevida deste senhor Mago do Arco Íris Sagrado.
Ele apenas, naturalmente, denominou estes
vários graus (mais de 20) que tem aberto ao plano material, pela característica
principal, que é a de serem Divinos na essência e por excelência.
É como se passássemos a chamar um
professor primário, simplesmente, de “propagador do conhecimento”.
Alguém diria que o professor
universitário também o é.
E realmente o é. Mas, isto também não
tira do professor primário a outorga de propagador do conhecimento ou do saber.
Não sei se esta é a melhor comparação,
mas foi a que me veio no momento.
O fato é que a Magia trazida ao plano
material e ensinada a partir do Colégio Tradição de Magia Divina e nos seus
diversos núcleos espalhados pelo Brasil, é Divina sim. Pois atua somente no
polo positivo e tem como intenção ser um instrumento de serviço ao Amor de Deus,
quebrando e destruindo processos magísticos que, ao longo dos séculos, vêm
prejudicando aos humanos e à Criação como um todo.
E tudo isso eu digo neste momento, para
que fique claro que Mago é aquele que se inicia em um Mistério Divino.
E, nem assim, este espírito humano
(encarnado ou desencarnado), torna-se detentor de Poderes.
Ele apenas passa a ter a outorga divina
para manipular os Poderes daquele Mistério Maior.
Portanto, creio que agora, a esta altura deste texto, esteja alcançando meu
objetivo, em alertar aqueles que se auto denominam poderosos ou acham que pessoas que conhecem e manipulam Poderes
Divinos são detentoras dos mesmos.
Não as são, pois, se Eles são Divinos,
somente à Deus pertencem.
Na Fé, no Amor, no Conhecimento, na
Justiça, na Lei, na Evolução e na Geração, estão as bases dos Poderes de Deus.
E em nós, humanos, deve estar plantada
bem no íntimo de cada um, a humildade e a consciência de que trilhamos em
evolução e, a cada dia, aprenderemos mais um pouco sobre o Todo, que é Deus.
E caminharemos mais leves, sem a ilusão
que atrapalha nossa evolução e banhados na real e plena felicidade, a que
habita nosso íntimo quando carregamos Deus no coração.
Espero que o meu raciocínio desta madrugada sirva para a
sua íntima e real reflexão.