Há um fundamento no Cristianismo para o Domingo de Páscoa, a ressurreição do Mestre Jesus Cristo.
Fundamento forte, na minha opinião, o suficiente para provocar naqueles que seguem as religiões cristãs, uma reflexão que faça o ser voltar-se para o seu íntimo, avaliando-se e reavaliando suas atitudes e pensamentos desde o Domingo de Páscoa anterior.
Porém, nesta nossa sociedade mercantilista, não poderia o ser humano ter dado outro jeito, que não fosse o de comercializar até esta data tão importante para a fé cristã ocidental.
E criou, para competir com a fé cristã, o Coelhinho da Páscoa. Um símbolo mercantil, tipicamente capitalista, que representa a intenção do comércio nesta data, ou seja, vender chocolates, ovos de páscoa, bombons e similares.
Então, para aqueles que refletem na Sexta-Feira Santa acerca do desencarne de Cristo (falo isto, por que, infelizmente, há alguns que devoram um bom peixe no almoço e se esquecem do fundamento desta tradição religiosa), devem, segundo a orientação das religiões cristãs, celebrar a ressurreição do Mestre Jesus Cristo no domingo de páscoa.
Ato que simboliza, caro leitor, nada mais, nada menos, do que a renovação da vida.
Na minha análise de religioso não cristão, ou seja, daquele que vê esta tradição de fora (quando me defino “não cristão”, refiro-me às tradições das religiões e do Cristianismo como movimento, pois, respeito e tenho o Mestre Jesus como o maior líder espiritual humano de todos os tempos), o Domingo de Páscoa deveria ser visto por todos, cristãos e não cristãos, como um símbolo de renovação da vida. Por que, em verdade, é isto o que a ressurreição simboliza: renovação da vida.
O ser humano “ressuscita” para uma nova vida, em um novo plano ou dimensão, quando parte deste nosso mundo, deixando a vida na carne.
Jesus Cristo, o símbolo máximo da Fé (o primeiro sentido da Vida) em nosso planeta, trouxe a sua mensagem de Fé e Amor (para quem não sabe, ele é um manifestador destes, os dois primeiros sentidos da Vida) para que toda a humanidade absorvesse estes sentimentos.
Jesus Cristo, um manifestador natural destes dois sentidos, trouxe o Amor ao planeta Terra. Esta é a melhor tradução da “salvação” trazida por ele, tão cantada e decantada pelos cristãos ao longo dos séculos.
Mestre Jesus, manifestador da Fé e do Amor, filho do Sagrado Pai Oxalá e da Sagrada Mâe Oxum.
O maior líder espiritual humano, o governador da Terra. Todos os líderes espirituais cultuados em nosso planeta respondem à ele na hierarquia humana da Fé.
Mas ele é o Pai Oxalá? O Pai Oxalá é ele? O Pai Oxalá é um nome africano que damos para ele na Umbanda?
Jesus Cristo está na hierarquia do Sagrado Pai Oxalá, Orixá Maior no Sentido da Fé, ou, melhor dizendo, Divino Trono Maior da Fé.
Os 7 Sentidos da Vida seguem esta ordem:
1- Fé
2- Amor
3- Conhecimento
4- Justiça
5- Lei
6- Evolução
7- Geração
A Fé, o 1º Sentido da Vida, é regida pelo Orixá Maior Oxalá, que forma, a partir do alto, suas hierarquias naturais e humanas.
A sua hierarquia espiritual humana é pontificada pelo Senhor Jesus Cristo que, portanto, é um Oxalá intermediário.
Então, o sincretismo deve ser entendido como um fenômeno cultural humano, usado no nosso país, especialmente na Umbanda, para a identificação (muitas vezes indireta e intuitiva) de que este Orixá Maior Humano é pontificador em nossa religião (para nós, os humanos), do primeiro sentido da vida, o da Fé.
Com isto entendido (eu espero), podemos refletir acerca da renovação da vida na Páscoa, simbolizada pela ressurreição deste Senhor Orixá.
Mas torna-se um pouco difícil, quando a cabeça das pessoas está voltada para a mídia e por ela conduzida muitas vezes, infelizmente.
Então, achei prudente refletirmos, também, a partir de outro símbolo desta data: o chocolate.
Comer, além de uma necessidade física, é, inegavelmente, um dos prazeres humanos.
O paladar nos proporciona sensações inigualáveis.
Percebo nos chocólatras, em especial, este prazer muito aguçado e aflorado.
Ora, se tudo na vida tem algo de positivo, então, retiremos deste prazer este lado bom e o interpretemos.
Falei anteriormente, quando me referia ao lado religioso da tradição pascoalina, em renovação da vida.
Saborear um belo prato, um bom vinho ou, até mesmo, um chocolate não dá ao ser esta sensação de renovação?
Fica a pergunta para a sua reflexão ,caro leitor, por que, eu, tenho esta nítida sensação quando saboreio um alimento ou uma bebida especial para o meu paladar.
Sendo assim, encerro este artigo propondo aos chocólatras, que só conseguem ver este fundamento na tradição da Páscoa, que pensem na renovação das suas almas, das suas vidas.
A cada chocolate saboreado, neste domingo, lembrem-se que, houve um homem que veio uma vez, em determinado momento à Terra, trazer esta mensagem, a mensagem da renovação da vida, da fé e do amor, que devem ser constantes e nunca saírem de nossas “pautas” pessoais.
Seja orando para Jesus Cristo ou saboreando um bom chocolate, desejo que você renove-se para a vida, pois, Deus, nosso Criador e Pai Maior, quer que nos renovemos constantemente. Só assim a Criação D’Ele se renovará.
Fé e Amor, emanados por Jesus Cristo, é o que desejo para todos.
Feliz Páscoa!