segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

Firmezas de Exu


Irmãos e irmãs,  publico neste blog, firmezas do Orixá Exu, também de Pai Ogum e Pai Oxalá, que me foram passadas esta semana.
O intuito das três últimas publicações, foi de promover uma aproximação e familiarização dos irmãos umbandistas com o Senhor Orixá Exu, para que passem a cultuá-lo, criando assim este hábito nas suas práticas religiosas.
Muita atenção, não misturem as estações, não invoquem seus guias Exus de esquerda. Estes trabalhos são de Orixás, e no caso deste Poder Divino, estamos evocando o Divino Trono da Vitalidade, o Senhor Mehor Yê.
Prestem atenção no seguinte:
1) O primeiro trabalho a ser feito é com a figura 2. Desenharão um triângulo, na porta de suas casas, do lado esquerdo de quem sai, apontando para a rua. Com pemba branca ou giz branco, desenharão um triângulo e, no centro dele, um tridente. Acima do tridente, colocarão um coité com cachaça, na base esquerda do triângulo, acenderão um charuto que deverá apontar para o norte e, na base direita, colocarão um triângulo com pimentas (3 pimentas vermelhas), apontando também para o norte. Nos polos deste triângulo, colocarão uma vela preta no norte, uma vela branca embaixo na direita e outra vela branca embaixo na esquerda. Firmem tudo como está no desenho, dentro do triângulo, acendam as velas e façam a seguinte oração:

"Clamo à Deus, à Sua Lei Maior, à Sua Justiça Divina e ao Orixá Exu, Senhor da Magia, que esgote a partir desse momento, dentro do meu grau e do meu merecimento, assim como de meus familiares,  todas as energias negativas enviadas para o meu lar, para mim e para minha família.
 Peço que sejam recolhidas no âmago do Vosso Mistério Divino, que tenham seus negativismos anulados. Peço, também, que se houver no meu lar energias negativas, espíritos negativados, magias negras, que Vosso Mistério divino os recolha, impedindo-os de atuar negativamente, daqui pra frente, contra quem quer que seja.
Senhor Orixá Exu, peço que Vossa atuação seja constante na minha vida, dos meus familiares e no meu lar, para que eu possa seguir minha caminhada dentro da Lei. Amém."

Ao final, saúdem: Laroyê Exu, Exu é Mojubá!

Este trabalho esgotará todos os negativismos no ambiente do lar e também das pessoas que nele vivem.

2) O segundo trabalho é feito com a figura 1. É necessário que entendam que, neste caso, o triângulo desenhado é imaginário. Deverão firmar o triângulo somente com os tridentes, exatamente como estão na figura (o tridente do norte apontando para o norte e os 2 debaixo, para dentro, naquele ângulo que visualizam na imagem). No centro, desenharão com pemba e giz branco (assim como fizeram com os tridentes), uma espada da Lei, exatamente como está no desenho. ,E, dentro dela, firmarão uma vela azul índigo (ou vermelha, conforme a intuição). No polo sul, um pouco abaixo dos tridentes e bem no centro, desenharão uma cruz, firmarão no centro dela uma vela branca para o Pai Oxalá e, bem ao lado direito da cruz, na altura da linha vertical, colocarão um copo d'água. Lembro também que, no centro de cada tridente, firmarão as seguintes velas: vela branca no tridente do norte, vela vermelha no debaixo à direita, vela preta no debaixo, á esquerda. Firmarão este espaço sem desenhar triângulo, não esqueçam disso. Colocarão as velas, o copo com água nas posições corretas e acenderão as velas. E farão uma oração à Deus, Sua Lei Maior e Sua Justiça Divina, ao Senhor Orixá Exu, ao Sagrado Pai Ogum, Senhor da Lei e ao Sagrado Pai Oxalá, Senhor da Fé, pedindo proteção em seus lares, suas vidas e de seus familiares que com você residem.
Neste caso, não há uma oração pronta, pois, a orientação é que ela venha do íntimo de cada um.
Este trabalho também deve ser firmado no lado esquerdo de saída da porta de casa
E tudo o que for desenhado, nos 2 trabalhos, deve ser feito somente com giz ou pemba branca, nunca colorido.

O ideal é fazerem o primeiro trabalho e, 24h, no máximo, 48h após, o segundo trabalho. No primeiro, recolherão e esgotarão negativismos, no segundo, criarão uma enorme teia de proteção em si própiros, nos familiares e especialmente, em seus lares.
 
Honestamente, espero que estas três últimas publicações, onde tentamos mostrar como atua o Poder Divino Exu, sem qualquer tipo de mistificação, mitificação ou preconceito, tenham servido para esclarecimentos. Caso surja alguma dúvida, podem contactar pelo email umbandaemagia@gmail.com
E que Exu direcione vossas vidas. É o que deseja Pai Thomé do Congo. É o que eu desejo também.
 
André Cozta

sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

Conto de Exu











Relataremos aqui, brevemente, uma série de situações que se passaram na vida de um determinado homem, ao qual não nomearemos. Em primeiro lugar, por que seu nome realmente não  importa e, em segundo lugar, a fim de que a sua atenção se volte, tão somente, para o objetivo central deste relato.
Ele andava pela rua, certa tarde, visivelmente preocupado com o rumo que sua vida havia tomado.
Era um homem de negócios, ocupava um cargo executivo importante em uma grande empresa. Como chefe que era, delegava funções aos seus subordinados. Em alguns momentos, era implacável em julgamentos, em outros, encontrava no equilíbrio e na ponderação,  o caminho que o levava a tomar decisões acertadas.
Era, tipicamente, um ser humano encarnado em evolução.
Naquela tarde, saiu mais cedo do trabalho, foi até um botequim que costumava frequentar, acomodou-se, pediu uma bebida e se pôs a pensar.
Não entendia por que tudo na sua vida oscilava tanto. Se, era um homem bem estabelecido financeiramente, por outro lado, alternava entre altos e baixos emocionalmente, também na sua relação com colegas de trabalho e, inevitavelmente, com as mulheres.
Considerava-se um homem galante e conquistador, apesar de, quase nunca, conseguir emplacar um relacionamento com alguma mulher por mais de  dois ou três meses.
Vivendo desta forma, já se pode perceber que tinha sua “visão” e sua “audição” espirituais completamente fechadas. Era um ser totalmente voltado para a matéria. Respondia automaticamente que acreditava em Deus, sem pensar no que dizia, nem, ao menos, como tantos, tentava imaginar como deveria  ser Deus.
Rapidamente, colocaremos aqui, três situações que ocorreram na vida deste nosso irmão, pouco tempo antes deste momento em que  nos encontramos com ele.

1º Momento:
Numa manhã muito chuvosa, em que uma tempestade tomou conta daquela cidade, ele, reivindicava, com seu carro parado à frente do portão da garagem da empresa, que o funcionário responsável abrisse-o, para que pudesse entrar, estacionar , acomodar-se no seu escritório e fugir da chuva.
O funcionário demorou a atendê-lo, por que estava a poucos metros dali, socorrendo um cachorrinho que se afogava numa esquina por demais alagada.
Assim que retornou, pediu desculpas ao homem impaciente (que estava dentro do carro, são, salvo e seco), que lhe proferiu uma série de impropérios, chegando, inclusive, às vias de ofensas pessoais e familiares.
Ciente dos problemas que poderia ter, caso levasse aquela discussão em frente, o funcionário, abaixou a cabeça apenas, explicou que o portão havia emperrado por conta da chuva e o abriu, para que o homem entrasse.
Já acomodado em seu escritório (ele que, como já disse, tinha olhos e ouvidos espirituais fechados), sentiu  certo  “incômodo”, como se houvesse algo ou alguém à sua volta que não podia identificar.
Sem que percebesse, um sorriso maroto circundava à sua volta. Só sentia o tal incômodo, mas, não sabia do que se tratava, concluiu que era coisa da sua cabeça, que estava nervoso pelo fato de não ter sido atendido quando bem entendia.
      
2º Momento:
Sete dias após aquele episódio, no fim de tarde, quando voltava do trabalho para casa, dirigia  apressado, se é que podemos definir assim quem, irresponsavelmente, corre no trânsito.
Parou em um semáforo. A avenida estava vazia. Apenas uma senhora de idade avançada atravessava a faixa de segurança. E, por conta da sua condição física debilitada, andava vagarosamente.
O sinal abriu, a senhora ainda não havia atravessado, mas, ele, apressado, afundou o pé no acelerador, atropelando-a.
Não foi um acidente grave. Ele atingiu-a na perna, fazendo-a cair.
Imediatamente, parou o carro e, desesperado, foi socorrê-la. Levou-a  a um hospital.
A senhora teve apenas um ferimento leve, que foi tratado, com a médica tendo encaminhado-a para casa em seguida.
Ele, ainda preocupadíssimo e tomado por um enorme remorso, fez questão de levá-la em casa. Deve, sem medo de errar na conta, ter pedido desculpas à ela umas trinta vezes.
Aquela senhora, muito tranquila, no decorrer da viagem, sentada ao seu lado, em dado momento, fitou o rapaz e falou: “Meu filho, peço-lhe desculpas por me intrometer na sua vida, afinal, mal nos conhecemos, mas, percebo em você a busca por algo que, talvez, nem mesmo saiba o que é.  Se há em você um pseudo-vazio, saiba que é um equívoco da sua parte pensar assim. Por que, você, o mesmo rapaz que me atropelou (e que poderia ter fugido e não me prestado socorro), foi o meu ‘salvador’. Poderia ter apenas me deixado no hospital, mas não, está me levando em casa e visivelmente preocupado comigo. Olhe bem para dentro de você mesmo, meu filho. Se assim fizer, tenho certeza, aplacará essa angústia que o acompanha.”
Uma lágrima correu em seu rosto, mas, ele segurou o choro.
Despediu-se daquela senhora com um abraço forte, deixando com ela um cartão de visitas com seus contatos e recomendando que ligasse para ele caso precisasse de qualquer coisa.
Ela apenas deu um sorriso e falou: “Nós nos veremos em breve, meu filho!”
Assim que ela adentrou o prédio, ele começou a chorar copiosamente dentro do carro.
Após alguns minutos, enxugou as lágrimas. Sentia-se bem, muito bem!
Porém, como sua visão e sua audição espirituais eram fechadas, não pode perceber, naquele momento, um sorriso maroto à sua volta.

3º Momento:
Numa das suas inúmeras tentativas em se relacionar com mulheres, aconteceu de conhecer, através de um amigo, uma moça que lhe chamara muito a atenção.
Gostava de conversar com ela, considerava-a uma excelente companhia,  compreensível,  segura nas ideias, além de ser uma belíssima mulher.
Tinham, após algum tempo, encontros periódicos. Um relacionamento sério entre eles surgia.
Ela,  via nele muitos predicados que, até aquele momento, fizeram-na pensar ser aquele o homem ideal para acompanhá-la no restante da sua jornada encarnada.
Porém, não foi preciso mais do que sessenta dias de encontros para que aquele relacionamento começasse  a ruir.
Ele passou a revelar um lado seu que a desagradou e decepcionou.
Desmarcava encontros em cima da hora para ficar com amigos no botequim ou para jogar bola.
Nos encontros, passou a tratá-la de forma ríspida.
Certa  noite,  ela resolveu colocar tudo na mesa, discutiram. Ele perdeu a cabeça e partiu para atitudes violentas, machucando-a bastante.
Aquele foi o momento derradeiro entre ambos.
Na mesma noite, ao chegar à sua casa, percebeu que o elevador estava emperrado, tendo que subir alguns andares de escada. E não bastaram mais do que três lances, para que começasse  a se sentir mal, ficou tonto, caiu escada abaixo, quebrando sua perna esquerda.
Deitado, zonzo, gritou por socorro, que levou alguns minutos para chegar. E sua dor na perna só fazia aumentar.
Enquanto aguardava pelo socorro, sentia corpo e cabeça pesados. Mas, como sua visão e audição espirituais eram completamente bloqueadas, não pode ouvir uma gargalhada marota à sua volta, desde o momento em que agrediu a moça, até aquele, em que estava deitado, com a perna quebrada, clamando por socorro.
No início deste conto, não dissemos que, ao chegar ao botequim, ele se apoiava em uma bengala, mancando. Tinha, após aquele tombo, ficado com um defeito na perna esquerda, que procurava tratar.
Depois daquele episódio, não mais pode jogar bola com os amigos (seu maior hobby) e seu desempenho com as mulheres passou a ser nulo.
Por isso, lá estava, desesperado, bebendo, buscando naquele ambiente uma resposta, uma solução para a sua vida.
Você deve estar questionando, a esta altura da leitura, por que intitulamos este como “Conto de Exu”, se nos detivemos apenas à fatos da vida de um homem comum, não é mesmo?
Ora, é nosso objetivo neste trabalho, mostrar Exu como um Orixá, um Poder Divino, um Estado da Criação.
Volte aos três momentos  e perceba Exu nas ações que se desencadearam a partir das atitudes do rapaz, nos sorrisos e na gargalhada marota.
Mas, se ainda assim, você insiste em humanizar o que é Divino, então, vamos lá:
Ainda sentado naquele botequim, ele, que tinha  visão e audição espirituais completamente bloqueadas, não percebeu uma força que se aproximava, mas que o faria tomar uma atitude que o levaria para outro caminho, a partir daquele momento.
À  sua volta, havia muitos espíritos obssessores, sofredores, sugadores de energias.
Aproximou-se da mesa  “algo” muito superior a eles e a todos que ali se encontravam (tanto encarnados quanto desencarnados).
Um ser masculino, de pele negra reluzente, orelhas pontiagudas, que poderiam ouvir a tudo e a todos ao mesmo tempo, mãos grandes, com dedos compridos, que poderiam agarrar toda e qualquer coisa ou todas as pessoas, ao mesmo tempo, pés grandes, com dedos compridos, que poderiam pisar em qualquer solo, ou, em nenhum, boca grande que poderia falar todas as palavras, dialetos e idiomas ao mesmo tempo, com quantas pessoas fosse necessário, olhos negros grandes, que à tudo viam, nada escapava do seu raio de visão.
Quando se aproximou do rapaz, todos os espíritos que estavam à sua volta dali desapareceram como que num passe de mágica, tendo sido, muito provavelmente, encaminhados para seus lugares de merecimento.
Mentalmente, aquela força falou apenas uma frase: “Estou aqui para garantir que você não se perca novamente. Chega disso! Levante-se e siga, a partir de agora, o caminho correto.”
Ele, que nada percebia, por que tinha audição e visão espirituais fechadas, naquele instante, pediu a conta, pagou-a, levantou-se apoiado em sua bengala e foi ao encontro da velha senhora que havia socorrido.
Se você esperava aqui uma lenda de Exu, saiba que, Negro Velho quis, através deste conto, mostrar que Exu é um Orixá, um Poder Divino realizador, que atua o tempo inteiro, na vida de todos nós e em toda a Criação. 
É um poder manifestado do nosso Pai Criador. E como Poder Manifestado D’Ele, está à nossa volta o tempo todo.
Caminhe corretamente e tenha o Poder de Exu lhe guardando e direcionando. E saiba, que se não caminhar corretamente, ainda assim, ele lhe direcionará.

Conto Ditado por Pai Thomé do Congo
Anotado por André Cozta
Rio de Janeiro- 25 de janeiro de 2013- 23:15h

quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

A Importância de Exu na Umbanda- Por André Cozta






Laroyê, Sagrado Orixá Exu! Senhor Exu é Mojubá!

Com a permissão desta Divindade, discorreremos, a partir de hoje, em três textos, acerca deste Orixá, tão controverso, confuso, e alvo de preconceitos e interpretações errôneas, inclusive, nos meios umbandistas.

Sempre que um umbandista fala em Exu, visualiza seus guias espirituais à esquerda, guardiões, manifestadores dos Divinos Poderes deste Sagrado Orixá e de todos os outros do nosso ritual religioso. Por  isso, nos é comum sempre identificarmos os exus de Oxalá, Xangô, Ogum, Oxum, Obaluayê, etc.

Porém, se temos todos estes guardiões “exus” trabalhando sob  as 7 Irradiações Divinas (Fé, Amor, Conhecimento, Justiça, Lei , Evolução e Geração), manifestando através delas as 7 Essências formadoras do Todo (Cristal, Mineral, Vegetal, Fogo, Ar, Terra e Água), representadas na nossa amada religião pelos quatorze Orixás manifestadores destes Poderes Divinos, também os temos sob a irradiação deste Poder de Olorum, que é o Senhor do Vigor, o Trono da Vitalidade, o Senhor Orixá Exu.

Exu não se encontra em nenhum dos Sete Sentidos da Vida, em nenhuma das Sete Essências, mas, no exterior de todas, guardando-as.

Faz-se necessário que os umbandistas passem a cultuar Exu, enquanto divindade.

Esta necessidade vem se mostrando ao longo dos tempos, com a abertura do Mistério Exu, pelo Sr. Rubens Saraceni, em suas obras, trazidas ao plano material por Mestres Dirigentes do Ritual de Umbanda Sagrada e também com a abertura de um grau magístico: A Magia Divina do Orixá Exu.

Este “cultuar” não implica em “trocar”, ou seja, parar de trabalhar, reverenciar, ofertar seus guardiões “exus” à  esquerda. Muito pelo contrário! Representará um fortalecimento no trabalho do médium para a atuação dos seus guias de esquerda.

Estará acrescendo às suas forças, um Poder Divino realizador por si só, que trará aos seus “exus” guardiões condições de trabalho antes não imaginadas pelo médium.

Pai Benedito de Aruanda nos ensina, através do Mestre Rubens Saraceni, em sua obra “Orixá Exu- Fundamentação do Mistério Exu na Umbanda (Madras Editora)”, que Exu é, também, o Estado do Vazio na Criação, enquanto o Sagrado Pai Oxalá é o Espaço Absoluto.

No instante anterior à Criação no exterior de Olorum, nosso Pai Maior e Divino Criador, havia o caos estabelecido, o Nada, que é denominado  Orixá Exu Mirim. Neste estado, nosso Pai Criador não poderia  exteriorizar o Espaço Absoluto (Pai Oxalá), por isso, exteriorizou, primeiramente, o Vazio (Senhor Orixá Exu), para que, nele, pudesse exteriorizar o Espaço.

Então, quando tínhamos o Nada (Senhor Orixá Exu Mirim), estava instaurado no exterior de Olorum o Plano das Ideias e Intenções.

Quando exteriorizou Exu (o Vazio), passou a ter condições de exteriorizar também o Espaço, que, dentro do Vazio foi estendendo-se e criando o Todo.

Por isso, caro leitor e cara leitora, temos o Senhor Exu como o maior de todos os Sagrados Orixás, pois, se não habita nossos íntimos, como os Orixás manifestadores da Fé, do Amor, do Conhecimento, da Justiça, da Lei, da Evolução e da Geração, o temos à nossa volta, o tempo todo, como o Vazio.

Exu não está em nós, mas, nós estamos em Exu.

Saibam que as tronqueiras (casas de exus e pombagiras), são instaladas fora dos terreiros, por que  são o vazio relativo. Se colocadas dentro do terreiro, instaurarão nele o vazio, impedindo o trabalho dos Orixás e guias da casa.

Do lado de fora, como vazio relativo, receberão todas as energias negativas nelas despachadas por guias e Orixás durante os trabalhos.

Compreender Exu desta forma, como estado do Vazio na Criação, como Poder manifestado de Deus, é compreendê-lo como a própria neutralidade do Todo. Reflita sobre isto!

A vitalidade, o vigor, têm sido associadas à Exu há muito tempo. Assim cristalizou-se no ritual africano.

Já falamos de Exu como Estado do Vazio (ou da neutralidade), como Trono do Vigor ou da Vitalidade, o Senhor da Virilidade, da masculinidade.

Por um acaso, não vemos nestas manifestações divinas (por que toda a Divindade manifesta um Poder de Deus), um “quê” de humanas?

Proponho a você que reflita bem acerca desta minha dissertação.

Preste atenção, irmão(ã) umbandista, no trabalho dos seus guardiões “exus”. E, se verá neles, características dos Orixás que manifestam  nos 7 Sentidos da Vida (Fé, Amor, Conhecimento, Justiça, Lei, Evolução e Geração), também verá características deste Divino Poder, desta divindade denominada por nós, aqui no Brasil, a partir da cultura iorubá,  Orixá Exu.

Recomendo que aprofunde seus estudos acerca deste Orixá, pois, assim, conhecendo-o bem, saberá como atuar em benefício próprio, do seu lar, familiares, e até nos seus trabalhos espirituais, com os Poderes de Exu. Isto sem contar o fortalecimento e abertura do leque de opções de trabalho para seus guardiões “exus”.

 O que  dissertei aqui,  foram apenas alguns pontos, para abertura de uma discussão entre os irmãos umbandistas.

Sugiro que estude o Mistério Exu, aberto ao plano material por Rubens Saraceni.

E a partir destes estudos,  passe a cultuar este Amado Orixá, controverso, alvo de ataques ignorantes, muitas vezes, mas fundamental em nossas vidas, para o Todo, que é a Criação do Pai Olorum.

No dia 25 de janeiro próximo, publicarei  o texto intitulado “Conto de Exu”, enviado por Pai Thomé do Congo. E no dia 29 de janeiro,  encerrarei esta série com o texto “Firmezas de Exu”.

Laroyê Senhor Exu! Saravá Umbanda!